Sem salões, marcas de motos fazem lançamentos virtuais; veja os principais

Arthur Caldeira

Arthur Caldeira, jornalista e motociclista (necessariamente nessa ordem) fundador da Agência INFOMOTO. Mesmo cansado de ouvir que é “louco”, anda de moto todos os dias no caótico trânsito de São Paulo.

Colunista do UOL

06/12/2020 04h00

Com os principais salões de motocicletas, o de Milão, na Itália, e o de Colônia, na Alemanha, cancelados em razão da pandemia do novo redes sociais e uma enxurrada de lives foram promovidas para levar até os consumidores e fãs as novidades para o próximo ano.

E não são poucas. Só a Honda renovou sete modelos e apresentou alguns inéditos. Afinal, a partir de janeiro do próximo ano, entra em vigor a Euro 5, uma nova regra de emissão de poluentes para motos e scooters na Europa, o que obrigou as fábricas a atualizar os modelos com motores menos poluentes.

Muitas marcas também aproveitaram a oportunidade da Euro 5 para renovar o design e incorporar novos equipamentos aos lançamentos do próximo ano. Separamos as principais motos novas, algumas que, inclusive, devem vir ao Brasil; confira.

BMW S 1000 R

A naked baseada na S 1000 RR se aproximou ainda mais da sua irmã esportiva. Adotou o mesmo chassi e ficou 6,5 kg mais leve que a geração anterior. A nova S 1000 R também se beneficiou da tecnologia de última geração, com modos de pilotagem, controle de tração e uma infinidade de controles eletrônicos para domar a super naked.

O motor também é o mesmo da esportiva, de quatro cilindros e 999 cm³, mas foi retrabalhado para oferecer mais torque em médios regimes e menos potência máxima. São 165 cv na S 1000 R contra os 207 cv da RR. Além das curvas de desempenho, a S 1000 R conta ainda com posição de pilotagem mais amigável.

A naked também teve seu design atualizado, como faróis e lanterna de LED. Recebeu ainda o novo painel digital com tela TFT e conexão bluetooth. A marca alemã ainda apresentou a G 310 R com novo visual, mas sem grandes novidades, além do farol de LED, acelerador eletrônico e emebreagem deslizante, como a GS. A boa notícia é que os lançamentos, cedo ou tarde, devem vir para o Brasil.

Ducati Monster

Um dos modelos de maior sucesso da marca italiana, a Monster foi completamente renovada. Manteve sua essência naked, mas abandonou o chassi em treliça e aposentou as versões 797 e 821, que não atendiam a Euro 5. Na prática, ficou 18 kg mais leve que a anterior e adotou um motor mais potente: o Testastretta 11° de dois cilindros e 937 cm³, que produz 111 hp de potência máxima.

O modelo agora chama-se apenas Monster e também será vendida na versão “plus”, que traz carenagem do farol e capa do banco do passageiro. A nova geração da naked foi alvo de críticas ferrenhas dos fãs mais puristas da Ducati por abandonar, segundo eles, o estilo característico da marca italiana. Mas quem vai dizer se a fábrica errou ou acertou serão as vendas da nova Monster.

A marca italiana também atualizou outros modelos, como a X Diavel e a Scrambler. Além de ter apresentado a nova Multistrada V4 e uma versão da Diavel 1260 S criada em parceria com a Lamborghini.

Honda CMX 1100 Rebel

A Honda atualizou sete modelos de sua linha europeia, como a NC 750X, CB 1000R, X-ADV e a SH 350i, que a exemplo da Forza 350, ganhou um novo motor, maior. Mas a marca japonesa também mostrou algumas motos inéditas, como a Forza 750, CRF 300L e CRF 300 Rally, porém a mais surpreendente foi mesmo a CMX 1100 Rebel.

Equipada com o motor de dois cilindros e 1100 cc da Africa Twin, a CMX Rebel surpreendeu por ser uma aposta no segmento custom, que anda em baixa nos últimos anos. Com visual clássico, mas tecnologia de ponta, a Rebel 1100, a exemplo de sua irmã menor, Rebel 500, tem poucas chances de vir ao Brasil. Pelo menos, no atual cenário ou no próximo ano.

Por outro lado, a Honda já confirmou três novidades para nosso mercado em 2021; além da Forza 350, a nova Africa Twin como motor de 1.100 cc e a opção de câmbio DCT, além da nova geração da superesportiva CBR 1000 RR-R.

Kawasaki Ninja ZX-10R

Por falar em superesportivas, a grande novidade para 2021 é a nova geração da Kawasaki Ninja ZX-10R. A moto ganhou novo chassi, motor mais potente e um visual inédito. Vencedora nos últimos seis anos do Campeonato Mundial de Superbike, a ZX-10R aproveitou a experiência das pistas para aprimorar sua aerodinâmica.

A Ninja ZX-10R 2021 agora traz “winglets” (asas) embutidas na carenagem para melhorar a aerodinâmica e garantir mais estabilidade nas retas e em curvas, com o aumento da downforce, ou seja, a pressão do ar em alta velocidade. Destaque também para a eletrônica de última geração da nova Ninja ZX-10 e para a versão RR.

Fabricada em edição limitada a apenas 500 unidades, a ZX-10RR será o modelo pilotado pela equipe Kawasaki no Mundial de Superbike em 2021. E, como tem sido regra na marca verde, a nova Ninja ZX-10R deve chegar ao Brasil, já no ano que vem.

Triumph Tiger 850 Sport

Além de sua naked de entrada a 660, a Triumph ainda apresentou a nova Tiger Sport 850, novo modelo “básico” da linha Tiger. Com motor de menor capacidade e menos eletrônica, a Tiger 850, segundo a marca, é focada no uso em vias pavimentadas, quase uma sport-touring. Proposta evidenciada pelas rodas de liga-leve, aro 19 na dianteira, e os pneus esportivos.

Segundo informações da marca inglesa, a nova Tiger 850 Sport não deverá ser vendida no Brasil. Por aqui, a Triumph já oferece a versão Tiger 900, sem GT ou Rally no nome e com menos equipamento, por R$ 49.990. Já a Trident 660 poderia ser uma boa opção para brigar com motos naked de média cilindrada das marcas japonesas.

Yamaha Tracer 9

A Yamaha também promoveu uma grande renovação na sua linha de motos. As nakeds MT-09 e MT-07 foram renovadas, assim como as versões sport-touring dos modelos tricilíndricos, Tracer 7 e Tracer 9, que substituíram a Tracer 700 e a Tracer 900, esta última vendida aqui no Brasil em sua versão GT.

A Tracer 700 é um antigo pedido dos consumidores brasileiros, mas não teria um preço competitivo em nosso mercado. Segundo fontes ligadas à Yamaha, o modelo chegaria com valor muito próximo da Tracer 900. Exatamente por isso, destaco a Tracer 9, que ganhou o novo motor de 889 cm³ e 120 cv da nova MT-09. E também adotou o numeral “9” no nome, ao invés da cilindrada 900.

Com um design futurista, que reflete toda a eletrônica embarcada do modelo, a nova Tracer 9 é uma verdadeira sport-touring. Afinal usa roda aro 17, na dianteira, ganhou um quadro de alumínio Deltabox, suspensões ajustáveis e produz 120 cv de potência máxima. O modelo ainda traz painel digital com conectividade e conforto para viajar.

A versão Tracer 9 GT também traz as mesmas mudanças, mas ganhou suspensões eletrônicas e novas malas laterais rígidas na Europa. A Yamaha vende por aqui a Tracer 900 GT, porém sem as malas laterais, que são de série no modelo europeu.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/infomoto/2020/12/06/sem-saloes-marcas-de-motos-fazem-lancamentos-virtuais-veja-os-principais.htm