Flamengo vence Palmeiras com bom 2º tempo e lampejo do Bruno Henrique 2019

André Rocha

André Rocha é jornalista, carioca e colunista do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Contato: [email protected]

Colunista do UOL Esporte

30/05/2021 18h38

Anderson Daronco e o gramado do Maracanã prejudicado pela chuva atrapalharam demais o primeiro tempo. Muitas faltas – 13 cometidas pelo Palmeiras, 12 pelo Flamengo – e erros técnicos incomuns para as equipes que protagonizaram o melhor jogo de 2021 no país em Brasília pela Supercopa do Brasil.

Melhor para o Palmeiras, que se defendia com linha de cinco, mais Felipe Melo plantado, Patrick de Paula e Raphael Veiga alinhados. Bola roubada, transição rápida buscando Rony, com a aproximação de Luiz Adriano, que perdeu a melhor chance do primeiro tempo. Diego Alves fez defesa portentosa.

O Flamengo se instalava no campo de ataque, rodava a bola, mas com excesso de preciosismo, tentando entrar tocando em uma defesa bem fechada. A referência de Pedro, apesar da excelência do atacante, facilitava o trabalho da zaga. Rubro-negros muito estáticos no 4-2-3-1, com Arrascaeta centralizado e Bruno Henrique aberto na ponta.

A equipe de Rogério Ceni terminou a primeira etapa com 63% de posse, mas apenas três finalizações, a metade do adversário. Rony também fez Diego Alves trabalhar em chute de longe. Na saída para o intervalo, a perspectiva era de segundo tempo à feição para o time paulista: Abel Ferreira renovaria o fôlego com substituições mantendo o nível dos titulares e o Flamengo cansaria e os reservas não sustentariam o nível de desempenho.

Mas cada jogo carrega sua história e o Fla voltou mais intenso e atento, o Palmeiras foi murchando e as mudanças não surtiram o efeito desejado. Abel trocou todo o meio-campo, colocando Danilo, Zé Rafael e Gustavo Scarpa. Ainda apostou em mais velocidade, com Wesley na vaga de Luiz Adriano.

Só que perdia a maioria das disputas físicas e duelos. O Flamengo poderia ter ido às redes com Rodrigo Caio, mas Weverton salvou respondendo o “milagre” do goleiro adversário. Gerson e Everton Ribeiro passaram a dar mais sequência às jogadas. E Bruno Henrique acordou.

Arriscando mais contra Gabriel Menino e Luan, tentando acelerar mesmo contra um ou dois marcadores posicionados. Até o toque que tirou Menino e abriu espaço para uma arrancada espetacular, passando por mais dois até servir Pedro no gol único no Maracanã.

O Flamengo de 2019 foi algo tão impressionante que, quase dois anos depois, a equipe consegue se manter vencedora com lampejos daquele período mágico. Um “sprint” do camisa 27 decidiu a estreia do atual bi brasileiro contra o atual campeão sul-americano e da Copa do Brasil.

Foram 11 finalizações no segundo tempo, oito no alvo. Mesmo baixando a posse para 61% e o acerto de passes de 90% para 87%. Claramente mais efetivo, inclusive depois das substituições. Também seguro atrás, sem grande trabalho para Diego Alves.

O segundo jogo consecutivo sem sofrer gols com Ceni. Mesmo com alguns erros coletivos e o problema crônico de Isla na composição da última linha é uma evolução. Esperança para um junho complicado por conta das convocações.

O Palmeiras precisa de reflexão. Segue com problemas em jogos maiores, contra adversários mais concentrados e cedendo menos espaços. Vive de transições rápidas buscando Rony. Quando necessita de trabalho coletivo para criar brechas para infiltrar, a pobreza é nítida. Abel precisa focar mais no campo, menos em confusões com arbitragens, adversários, declarações polêmicas…

Perdeu mais uma para o Flamengo. Sem Gabigol, com “insight” de Bruno Henrique.

(Estatísticas: SofaScore)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/andre-rocha/2021/05/30/flamengo-vence-palmeiras-com-bom-2-tempo-e-lampejo-do-bruno-henrique-2019.htm