Hora de lembrar tudo o que a Apple lançou; veja meus favoritos de 2020

Guilherme Rambo

Guilherme Rambo é programador desde os 12 anos. Especialista em engenharia reversa, é conhecido mundialmente por revelar os segredos da Apple antes mesmo dos anúncios da empresa, além de programar para as plataformas da empresa.

25/12/2020 04h00

Com o final do ano se aproximando, agora é uma boa hora para olharmos para trás e lembrarmos do que aconteceu neste ano agitado que foi 2020, mais especificamente na Apple, que é o foco desta coluna.

Apesar de ter sido um ano difícil, a empresa fez diversos anúncios e sofreu poucos atrasos, muito menos do que se esperava quando a pandemia começou em meados de março.

Março: iPad Pro, Macs e Powerbeats

E foi justamente em março que a Apple anunciou o primeiro produto de 2020: o novo iPad Pro com direito a LiDAR e chip A12Z.

Além disso, o novo iPad Pro também trouxe com ele um acessório, o iPad em um pequeno notebook.

A introdução desse hardware veio junto com mudanças de software que trouxeram aos iPads suporte a cursor, tornando-os úteis tanto no toque com os dedos quanto com Apple Pencil ou mouse/touchpad.

Ainda em março, tivemos o lançamento de upgrades do Mac Mini e MacBook Air.

O Air veio com processador mais rápido e o novo Magic Keyboard, marcando o fim do teclado com mecanismo borboleta — famoso por quebrar facilmente — nos notebooks da Apple.

O Mac Mini atualizado em março não ganhou grandes novidades, apenas mudanças de armazenamento.

No mesmo mês chegou também o novo Powerbeats, equipado com o chip H1 da Apple e com algumas poucas mudanças estéticas.

Abril: iPhone SE

Existiam rumores sobre ele há muito tempo e em abril eles finalmente se realizaram. O novo iPhone 11, e isso é ótimo.

Maio: novo MacBook Pro de 13 polegadas

Apenas para deixar registrado, em maio a Apple lançou um pequeno update do MacBook Pro de 13 polegadas, que trouxe com ele o novo Magic Keyboard para substituir o teclado com mecanismo borboleta, além de mais armazenamento e processador melhorado.

Junho: software e Apple Silicon

O mês de junho costuma ser bastante movimentado para a Apple, pois é quando ela tradicionalmente realiza sua conferência anual para desenvolvedores. Em anos anteriores, ela acontecia em San Jose, mudando para San Francisco por algum tempo e, mais recentemente, de volta a San Jose.

Por conta da pandemia, a WWDC de 2020 foi a primeira totalmente virtual. Vi diversos relatos de desenvolvedores que gostaram bastante do novo formato e eu também gostei.

Alguns vão além e dizem que gostariam de ver o formato repetido todos os anos daqui para frente, com ou sem pandemia. Eu fico no meio termo: creio que a Apple poderia continuar realizando boa parte da conferência de forma virtual, mas ainda assim realizar também o evento presencial em San Jose, pois é sempre bom encontrar amigos e conhecidos do mundo inteiro uma vez por ano, além de participar de diversos outros eventos menores que acontecem ao redor da conferência da Apple.

Em termos de anúncios, a conferência trouxe as novas versões dos sistemas operacionais da Apple, com destaque para o iOS 14 que trouxe widgets na tela de início e o macOS Big Sur com seu design renovado.

Mas sem dúvida o anúncio de maior impacto da WWDC foi de que a empresa estaria para iniciar uma transição nos Macs, dos chips Intel para os chips da própria Apple, a Apple Silicon.

Agosto: iMac de 27 polegadas

Neste mês o iMac recebeu uma pequena atualização no seu modelo de 27 polegadas, que passou a vir com SSD mesmo na configuração de entrada, o que fez muitos especularem sobre qual seria o futuro do Fusion Drive (tecnologia híbrida de HD e SSD).

Setembro: novos Apple Watches e iPads

Tradicionalmente, setembro é o mês no qual a Apple anuncia a nova linha de iPhones. Porém, em 2020, a coisa foi um pouco diferente. Setembro foi o mês escolhido para anunciar uma atualização na linha do iPhone SE.

Além do relógio, a Apple atualizou também os iPads de entrada. O novo iPad Air adotou um design parecido ao do iPad Pro, porém com Touch ID no botão de liga/desliga em vez do Face ID.

O iPad mais de entrada, agora na sua oitava geração, foi uma pequena atualização em relação ao modelo anterior, trazendo o chip A12 com Neural Engine, o que deve deixá-lo ainda mais rápido.

Outubro: iPhones, HomePod mini e MagSafe

Com a inversão na ordem de anúncios tradicional da Apple, outubro acabou sendo mês dos iPhones, além de algumas outras coisinhas interessantes.

A primeira delas foi o anúncio do novo chip U1.

Os iPhones vieram em quatro modelos, com destaque para o 5G, o que acabou gerando críticas com relação ao evento, no qual nenhuma oportunidade de se falar “5G” foi desperdiçada.

Apesar do foco desesperado no 5G durante a apresentação, a nova linha de iPhones é bastante sólida e trouxe novidades muito bacanas como a inclusão de LiDAR nos modelos Pro, além do novo processador A14 e diversas melhorias na parte de câmeras, sem falar do design que lembra os iPhones da linha 4/5 e do qual muitos tinham saudades.

Conforme comentei na época, uma das coisas que mais gostei no evento foi o anúncio do MagSafe: acessórios magnéticos que podem ser acoplados na traseira dos novos iPhones. Já estou utilizando o carregador MagSafe desde o lançamento e ele resolve muitos pontos onde outros carregadores por indução deixam a desejar.

Novembro: Macs com chip M1 e Small Business Program

Como havia prometido em junho durante a WWDC, em novembro a Apple finalmente lançou os primeiros modelos de Macs com seu inclusive eu — é de que eles são realmente impressionantes.

Os primeiros Macs com chip M1 mostraram o que a Apple é capaz de fazer com sua tecnologia de processadores em máquinas com maior disponibilidade de energia e espaço para dissipação de calor, diferente dos iPhones e iPads. Apesar de serem modelos de entrada, esses novos Macs competem com modelos Intel topo de linha.

Outra grande novidade de novembro não foi nenhum software ou hardware, mas sim uma mudança política: o Small Business Program. Ainda envolvida em muitos casos de antitruste mudo afora, a Apple abriu um programa para que desenvolvedores que faturam menos de US$ 1 milhão anuais possam reduzir a comissão paga à Apple pela metade: de 30% para 15%.

Já apps e, no dia em que escrevo, a Apple começou a enviar a confirmação para os desenvolvedores que se cadastraram no programa.

Dezembro: AirPods Max

Ainda não tive tempo de comentar sobre os novos AirPods Max aqui, mas pretendo falar sobre eles quando estiverem em mãos. Eles foram anunciados há duas semanas e são os primeiros headphones da Apple com a sua marca (a Beats, da Apple, já possui alguns headphones na sua linha de produtos).

Eles contam com alguns recursos interessantes como cancelamento ativo de ruído e o Modo Ambiente, alguns componentes magnéticos que podem ser trocados, além de toda integração com o ecossistema da Apple que já conhecemos nos outros produtos da linha AirPods e Beats. A maior polêmica com relação aos novos AirPods Max se deve ao preço salgado de US$ 550 lá fora.

Meus favoritos da Apple em 2020

Para finalizar esta retrospectiva, quero deixar aqui a minha opinião sobre quais foram os melhores anúncios da Apple neste ano.

Sem dúvida nenhuma, preciso votar no MacBook Air com chip M1 da Apple como minha novidade favorita do ano. Ele me surpreendeu em muitos aspectos, apesar de já estar com expectativas altas após ver outras reações sobre ele.

Também deixo aqui uma menção honrosa ao Small Business Program, que fará a diferença nas vidas de muitos desenvolvedores pequenos e pequenas empresas que lançam seus apps na App Store.

Agora é só esperar para ver o que nos aguarda em 2021.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/guilherme-rambo/2020/12/25/retrospectiva-2020.htm