Decisão de Moraes atrapalha estratégia de Bolsonaro de encerrar inquérito

Carla Araújo

Jornalista formada em 2003 pela FIAM, com pós-graduação na Fundação Cásper Líbero e MBA em finanças, começou a carreira repórter de agronegócio e colaborou com revistas segmentadas. Na Agência Estado/Broadcast foi repórter de tempo real por dez anos em São Paulo e também em Brasília, desde 2015. Foi pelo grupo Estado que cobriu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No Valor Econômico, acompanhou como setorista do Palácio do Planalto o fim do governo Michel Temer e a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.

Do UOL, em Brasília

07/12/2020 16h44

A decisão do ministro do de negar o pedido do presidente Jair Bolsonaro para não depor no inquérito que investiga suposta interferência política na PF (Polícia Federal), atrapalha estratégia do governo de encerrar logo inquérito.

Auxiliares de Bolsonaro negam que o fato de o presidente abrir mão de depor no inquérito demonstre receio de um desgaste por parte do governo. De acordo com ministros próximos, o que o presidente quer é “encerrar logo isso”.

“Ele não teme (desgaste). Ao contrário, se trata de uma denúncia vazia. Ele quer é encerrar logo isso”, disse à coluna um ministro que acompanha o caso, mas preferiu não falar publicamente já que o tema é de responsabilidade da AGU (Advocacia Geral da União).

Quando o então ministro o melhor era esperar pela aposentadoria do decano. Contavam com um possível STF mais favorável para evitar o depoimento presencial.

Agora, com a decisão de Moraes de levar o tema para uma decisão no plenário da Corte, Bolsonaro terá que repensar a estratégia. Isso porque não conseguirá se livrar tão cedo do peso do inquérito aberto após acusações de seu ex-ministro e hoje desafeto, Sergio Moro.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2020/12/07/bolsonaro-pf-stf-depoimento-moraes-atrapalha-estrategia.htm