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Deputado não incluirá termo de consentimento em MP: “é hora de incentivar”
Carla Araújo
Jornalista formada em 2003 pela FIAM, com pós-graduação na Fundação Cásper Líbero e MBA em finanças, começou a carreira repórter de agronegócio e colaborou com revistas segmentadas. Na Agência Estado/Broadcast foi repórter de tempo real por dez anos em São Paulo e também em Brasília, desde 2015. Foi pelo grupo Estado que cobriu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No Valor Econômico, acompanhou como setorista do Palácio do Planalto o fim do governo Michel Temer e a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.
Mesmo com o pedido do presidente Jair Bolsonaro para um termo de consentimento fosse incluído no texto da Medida Provisória 1003/2000, conhecida como MP da vacina, o relator da proposta, o deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), disse à coluna que não atenderá ao governo.
“Encontrei uma resistência muito grande dos líderes e parlamentares e também de especialistas”, disse. “Além disso, estamos num momento que é preciso incentivar a vacinação. Quanto mais burocracia, mais vamos desmotivar a população”, completou.
Bolsonaro, que tem adotado uma postura negacionista durante a pandemia, disse nesta terça-feira, que não vai se vacinar.
Segundo Geninho, sua decisão já foi informada ao governo e é possível que Bolsonaro institua algum tipo de termo no âmbito do Ministério da Saúde. “Ponderei com o governo e chegamos à conclusão que não é melhor caminho de colocar isso no texto. Presidente vai ver se coloca isso em alguma resolução”.
O deputado esteve nesta terça-feira no Palácio do Planalto com Bolsonaro e com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Na saída da reunião, o deputado falou que poderia incluir o termo na MP. Depois, no entanto, voltou atrás.
“De manhã, relatei os pedidos que o presidente tinha feito a mim. Acabaram se antecipando e falando que eu iria colocar isso no relatório”, disse. “Não vou”, afirmou.
Agora à noite, o ainda presidente da Câmara, MP da vacina será votada sem qualquer termo de consentimento.
A MP da vacina libera R$ 2,5 bilhões para a entrada do Brasil no consórcio para compra de vacinas “Covax Facility”. O governo deve publicar nos próximos dias uma outra MP que abrirá crédito extraordinário de R$ 20 bilhões para aquisição de imunizantes.
Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2020/12/15/vacina-mp-termo-consentimento-nao-estara-no-texto-geninho.htm