-
Brasileiro usa robô como amigo de trabalho: ‘Tamagotchi com inteligência’ - 14/04/2024
-
Regras da CNH provisória: limite de pontos, como trocar e uso no app - 14/04/2024
-
Confira quais são os 10 carros que ainda serão lançados em 2024 - 14/04/2024
-
Diferentes verões e diferentes carros - 14/04/2024
-
Qual celular escolher: Galaxy S23 Ultra ou S24 Ultra? - 20/03/2024
-
Qual notebook escolher: básico, para estudar, gamer, 2 em 1 ou topo de linha? - 20/03/2024
-
Sem hélices e silenciosas: novas turbinas eólicas são ‘amigas’ das aves - 20/03/2024
-
Galaxy Fit3: por menos de R$ 500, pulseira da Samsung é quase um smartwatch - 20/03/2024
-
Otimismo marcou balanço da indústria automotiva em fevereiro - 20/03/2024
-
Montadoras chinesas com pé fincado no Brasil - 20/03/2024
Não é vaga-lume ou criação da ciência: existe animal que brilha no escuro?
Tiago Jokura
Tiago Jokura é jornalista e, portanto, curioso profissional. Passou os últimos 15 anos respondendo as dúvidas mais complexas e inusitadas dos leitores na mídia impressa ? na tentativa infinita de explicar como o mundo funciona com clareza e bom humor. Agora, continua essa saga aqui no UOL. Mande sua pergunta cabeluda que ele faz questão de pentear.
Existem animais que brilham no escuro? – Pergunta de Sophia Fernandez, de Piracicaba (SP) – quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.
Parece que tem uma rave underground animal rolando há um bom tempo, Sophia.
Há muito se observa espécies de plantas, fungos e corais, além de peixes, insetos e aves, cuja superfície absorve radiação e a emite em forma de luz, num mecanismo chamado de biofluorescência. Na prática, é parecido com aqueles adesivos de estrelas que a criançada adora colar nas paredes do quarto para brilhar de noite. Importante não confundir com bioluminescência, que é quando o animal produz luz própria, como ocorre com os vaga-lumes.
No caso dos mamíferos, esse brilho estava meio por baixo do pano. Primeiramente, por não se manifestar a olho nu: as descobertas recentes são de biofluorescência detectadas quando os animais foram expostos à iluminação ultravioleta (UV).
Embora haja relatos de gambás-da-virgínia (Didelphis virginiana) biofluorescentes desde 1983, em outubro deste pandêmico ano cientistas revelaram ao mundo o brilho psicodélico do ornitorrinco.
A descoberta é uma das mais recentes de uma leva que vem desde pelo menos 2015, quando o fenômeno luminoso foi observado pela primeira vez em répteis. No caso, o brilho registrado foi das tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata) nas Ilhas Salomão.
This glowing hawksbill sea turtle was the first case of biofluorescence found in reptiles pic.twitter.com/WI0EpVv5ys
— Massimo (@Rainmaker1973) July 28, 2018
Em 2017, foi a vez de identificarem o brilho verde da rã Hypsiboas punctatus, que foi o primeiro anfíbio biofluorescente conhecido.
Scientists have discovered the world’s first fluorescent frog in South America pic.twitter.com/g43wWaE3q1
— Science Friday (@scifri) March 17, 2017
Foi também em 2017 que pesquisadores americanos descobriram por acidente que esquilos-voadores do gênero Glaucomys brilham no escuro. Em uma pesquisa de campo noturna para observar os hábitos da espécie, um LED que emitia radiação UV foi apontado para o bicho, que reluziu.
Como tanto o gambá-da-virgínia como o esquilo-voador e o ornitorrinco são espécies de hábito noturno, especula-se que a biofluorescência seja mais comum do que se imagina entre mamíferos mais ativos à noite.
O que não se sabe ao certo ainda é a função dessa característica. Ou se esses animais boêmios teriam capacidade visual para detectar esse brilho que só se revela para nós, humanos, só com a ajuda da radiação UV.
A empolgação, entretanto, tomou conta de pesquisadores familiarizados com a fauna australiana. Desde a descoberta do efeito “glow in the dark” nos ornitorrincos, cientistas dispararam luz UV sobre demônios-da-tasmânia, vombates, morcegos e bilbys. E os conterrâneos dos ornitorrincos brilharam também —acompanhe nas imagens abaixo, publicadas no perfil de Twitter de Kenny Travouillon, curador dos mamíferos no Western Australian Museum:
In case people are still doubting the marsupial glow, after living Tasmanian devils were shown to glow, the same glowing ears and skin around the eyes was found to glow in museum skins. Definitely not fungal or arsenic related as some suggested. pic.twitter.com/LOGeuzHOKq
— Kenny Travouillon (@TravouillonK) December 11, 2020
The glowing wombats are also some of my favourite! pic.twitter.com/XdgLqAoorX
— Kenny Travouillon (@TravouillonK) November 5, 2020
Exciting to be checking out mammals under various lights with pic.twitter.com/hdytKyEDEW
— Kenny Travouillon (@TravouillonK) November 11, 2020
After platypus was shown to glow under UV light, couldn’t resist trying bilbies… their ears and tails shine bright like a diamond! pic.twitter.com/wL82RDdFYb
— Kenny Travouillon (@TravouillonK) November 3, 2020
Enquanto não se descobre a utilidade dessa maquiagem camuflada dos mamíferos festeiros — já se observou peixes se comunicando por biofluorescência e que algumas aves fazem uso do efeito para acasalar—, a gente aprecia essa beleza radiante por si só.
Tem alguma pergunta? Deixe nos comentários ou mande para nós pelo WhatsApp.
Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/pergunta-pro-jokura/2020/12/14/existem-animais-que-brilham-no-escuro.htm