A legislação brasileira atualmente só exige os airbags dianteiros em todos os carros, mas a preocupação com a segurança vem mudando a indústria automotiva aos poucos. Aproveitando esta tendência, a ZF terminou o processo de nacionalização dos airbags de cortina, que serão feitos em Limeira (SP), complementando a oferta do item de segurança, que já adicionou os airbgs laterais em 2021.
Os airbags laterais serão lançados até o final de 2023, parte de uma expansão que trará três novidades nacionais. De acordo com Gustavo Ducatti, irão substituir as bolsas infláveis que hoje são importadas da Alemanha e atenderão “as maiores fabricantes do Brasil, como Stellantis [dona da Volkswagen”. As duas empresas citadas também trabalham com a ZF, usando os airbags laterais feitos pela empresa alemã.
A nacionalização dos airbags foi motivada por uma série de motivos, começando pela própria preocupação dos brasileiros pela segurança dos carros, passando a exigir modelos mais equipados. Os testes de colisão do Latin NCAP também contribuíram, mostrando o efeito que os itens de segurança podem ter durante uma colisão. Ducatti ainda aponta para um terceiro motivo que ainda não é realidade: uma possível mudança na legislação para exigir o equipamento.
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a exigir o teste de impacto lateral de todos os carros com projetos novos homologados a partir de janeiro de 2018. Em 2024, será obrigatório para todos os veículos em produção no país, mesmo que não recebam atualizações. A partir de 2026, ficará ainda mais exigente com o teste de colisão lateral contra poste, começando com veículos novos e, em 2030, para todos os automóveis. Para Ducatti, isto pode aumentar a busca por airbags laterais e de cortina, para atender estas exigências.
Os airbags de cortina complementam a proteção junto com os airbags laterais. Enquanto estes últimos protegem a região do corpo dos passageiros, as bolsas de cortina cobrem a região dos vidros e as colunas. Ficam na colunas A e se estendem até a coluna C quando são ativados. O tamanho exato varia de acordo com o carro e a ZF consegue atender qualquer modelo, de subcompacto a SUVs grandes.
As bolsas infláveis passaram um processo longo de validação interna, com testes feitos em laboratório para garantir que funcionarão da maneira correta, inflando com a força e velocidade certa, movendo-se na área esperada e sem expelir nenhum pedaço de metal do equipamento – algo que acontecia com os airbags da Takata. A ZF ainda mantém contato com as fabricantes conforme elas realizam seus próprios testes internos de segurança para o veículo a ser lançado.
Para as novas linhas, a ZF envolveu fornecedores locais para não só agilizar o desenvolvimento, como também ter um suporte e manutenção com rapidez e criar valor para toda a cadeia de suprimento. Novas máquinas foram desenvolvidas localmente, trazendo equipamentos que só existiam no exterior como a de dobra e a de inspeção. As linhas de montagem de airbags de cortina e laterais receberam 22 estações de trabalho.
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Fonte: https://motor1.uol.com.br/news/677036/zf-producao-naciona-airbag-cortina/
