Motor fundido: 4 cuidados básicos com seu carro para não parar na oficina

Benê Gomes

Jornalista, produtor e roteirista, atua no setor automotivo desde 2001. É idealizador e diretor do programa Auto+, exibido pela RedeTV. Também dirige e apresenta o programa Momento Vox, no ar pela Band, e é colunista da rádio Transcontinental FM de São Paulo

Colunista do UOL

11/04/2021 04h00

Carro seguro é carro com manutenção em dia. Essa é a forma mais simples de evitar problemas que podem até fazer o motor fundir. Aliás, esse é um dano muito sério e que gera um alto custo de reparação. E isso é algo que todo proprietário de automóvel sabe, mesmo aquele que tem pouca intimidade com mecânica.

No entanto, a origem da expressão “motor fundido” é algo que ainda passa batido para muita gente. Conversando com o especialista técnico da Nakata, Eduardo Guimarães, ele explica que tudo começa com o chamado o escoriamento ou o engripamento dos componentes internos do motor, situação normalmente provocada pelo excesso de temperatura ou pela falta de óleo lubrificante.

“É quando acontece o contato de metal com metal, pois os componentes internos entram em atrito e, com a alta temperatura, essas peças chegam a se fundir; Por isso falamos que o motor fundiu.”

Bem, para quem tem carro e não quer viver esse tipo de situação, basta criar o hábito de revisar periodicamente alguns sistemas e componentes. Para ajudar, confira a lista de cuidados básicos e as dicas do especialista.

Checar o nível do lubrificante e respeitar o prazo de troca

Descuidar do nível do óleo ainda é um hábito muito comum e que pode provocar o travamento do motor. Segundo Guimarães, isso ocorre com mais frequência hoje em dia, pois agora utilizamos bastante o carro no trânsito pesado – a chamada condição de uso severo – situação em que a temperatura do motor sobe com muita facilidade e isso compromete a vida útil do lubrificante e também pode provocar um processo de evaporação do óleo mais rápido do que o normal.

“Se isso acontece, o nível pode baixar muito rápido, a ponto de o motorista nem perceber; muitas vezes ele só descobre quando há uma quebra.”

Revisar o sistema de arrefecimento

“Atualmente o superaquecimento é a uma das causas que mais leva um motor a fundir”, lembra Guimarães. Como se trata de um conjunto que reúne vários componentes – radiador, fluido de arrefecimento, mangueiras, ventiladores, sensores, bomba d’água, entre outros – exige um pouco mais de atenção.

O componente mais popular do sistema de arrefecimento é o radiador, seguido pelo reservatório de expansão, esse muito importante porque é nele onde podemos conferir o nível do fluido.

“Bom é que hoje tudo é mais simples, o sistema é selado e não exige que o motorista fique completando a água do reservatório; aliás, caso precise fazer isso numa emergência, nunca se deve utilizar água de torneira, somente água desmineralizada e com o aditivo recomendado pelo fabricante na proporção certa, indicada no manual do proprietário.”

Por isso, vale conferir também se as mangueiras não estão muito ressecadas, o que pode provocar vazamento do líquido refrigerante e deflagrar um processo de superaquecimento do motor.

Conferir as condições das correias

“Para tudo funcionar bem, temos as chamadas correias de acessórios”, explica Guimarães, que são as responsáveis por movimentar o alternador e a bomba d’água, dois componentes fundamentais para o funcionamento do motor. O primeiro garante a eletricidade e outro faz o fluido refrigerante circular pelas galerias internas do motor.

Mas quando o assunto é correia, uma que precisa de muita atenção é a de sincronismo, a popular correia dentada. Ela é responsável por sincronizar o movimento do comando de válvulas com o do virabrequim, mas o que muita gente não lembra ou não sabe, é que esse componente tem um período de vida útil limitado e que ainda pode ser reduzido conforme as condições de uso do automóvel.

“Depois de um certo tempo a correia se desgasta, perde a eficiência e precisa ser substituída para evitar o risco de arrebentar; Se isso acontecer, o resultado é o travamento do motor, com empenamento de válvulas e avarias pesadas nos pistões. Nesse caso, só um bom serviço de retífica para resolver a situação, o que não é barato!”

Fuja de combustível sem procedência

Para fechar bem o pacote, um lembrete fundamental: desconfie de gasolina, etanol ou diesel muito baratos. Nunca abra mão de um combustível com referência. O hábito de utilizar combustível adulterado é mais uma situação um tanto comum e que também pode fazer um motor fundir.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/bene-gomes/2021/04/11/motor-fundido-4-cuidados-basicos-com-seu-carro-para-nao-parar-na-oficina.htm