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Carros mais frágeis? Por que é melhor ter um veículo ‘feito de plástico’
Thais Roland
Thais Roland é técnica em Manutenção Automotiva e apaixonada pela graxa. Com seu canal no YouTube ‘Coisa de Meninos Nada’, busca informar, orientar e dar suporte em relação a dúvidas e neuras sobre o mundo dos carros
O texto sobre o protetor de cárter, publicado na semana passada, deu o que falar e trouxe à tona um tema que já havia tratado em outras mídias. Nessa semana, então, trago a vocês um pouco sobre a evolução dos carros no quesito segurança.
Se você é do tipo que ainda pensa que Opala e Fusca é que prestam, pois são feitos de lata de verdade, é melhor pensar duas vezes. E fazer esse vídeo é muito difícil para mim, pois todos que acompanham meu trabalho sabem que sou apaixonada pelos carros antigos.
Mas não podemos ignorar a evolução dos automóveis e, se hoje os carros são construídos com chapas bem mais finas e muito mais plástico, eu tenho a obrigação de dizer que não é apenas uma questão de custo de produção.
Pensem em um acidente em que um Opala bate de frente com um Agile na estrada. A primeira coisa que pensamos é no Opalão intacto e no pobre Agile virando um sanduíche, certo? E é assim mesmo!
A questão é que, depois da colisão, os ocupantes do Agile sairão do carro assustados e preocupados, mas inteiros. Já os ocupantes do Opala sairão do carro com dor em cada parte do corpo, se não estiverem em situação pior.
Isso porque o Opala, justamente por ser feito de “lata de verdade”, com a chapa grossa, aquele para-choque monstro de vários milímetros de ferro puro, não absorve nadinha do impacto, transferindo toda essa energia para quem está dentro do carro.
Enquanto isso, o ‘sanduíche’ de Agile absorveu quase todo o impacto e preservou a integridade de todos os ocupantes do carro, justamente por suas chapas fininhas, para-choques de plástico e… pontos de deformação programados.
Os pontos de deformação programados são justamente o que faz o carro virarem uma sanfona durante uma colisão – o capô dobrar, em vez de degolar as pessoas, e o motor cair no chão, e não esmagar as pernas do motorista e passageiro.
A grosso modo, são nervuras nas partes reforçadas do carro que dobram quando colidem e vão absorvendo o impacto da batida.
Então, da próxima vez que você falar mal do seu “plastimóvel”, pensa bem. Seu carro pode estar cuidando de você muitos melhor do que você dele.
Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/coisa-de-meninos-nada/2020/12/15/carros-mais-frageis-por-que-e-melhor-ter-um-veiculos-feito-de-plastico.htm