Angra, Ascona e até Pinto: 5 nomes de carros que as montadoras tiveram ‘medo’ de usar

Os nomes são tão importantes para o sucesso comercial dos carros quanto o preço, a mecânica, o acabamento ou qualquer aspecto técnico. Quase sempre, os fabricantes escolhem palavras curtas, com pronúncia fácil e sonoridade agradável. Mas essa tarefa não é tão simples quanto parece: eventualmente, determinados termos permitem trocadilhos infames ou associações indesejáveis.

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Esse tipo de situação pode ocorrer, por exemplo, com carros cujos nomes foram escolhidos no exterior. Em outras línguas, a alcunha até funciona bem, mas torna-se desastrosa diante da cultura local. Vale lembrar que gozações podem ser extremamente danosas para a imagem de produtos. Afinal, ninguém quer pagar caro pelo automóvel dos sonhos para, em seguida, virar alvo de chacota.

O AutoPapo enumerou 5 carros cujos nomes foram considerados “polêmicos” pelos fabricantes. Todos os casos citados ocorreram no mercado brasileiro: alguns foram simplesmente descartados, enquanto outros, mesmo diante de temores, acabaram sendo escolhidos. Confira o listão!

1. Ford cogitou batizar o Corcel como… Pinto!

Sim, é verdade! Mas não pelo motivo que você está pensando. Na década de 1960, a Ford estava utilizando nomes relacionados a cavalos para batizar carros. Mustang, por exemplo, é um tipo de equino selvagem. Por sua vez, Pinto é uma raça dessa espécie, caracterizada pela pelagem malhada. O termo Corcel, aliás, também não foge à temática dos cavalos.

A Ford chegou a utilizar o nome Pinto em um compacto de entrada vendido na América do Norte, que acabou sendo protagonista de um dos recalls mais controvertidos da história. Em colisões traseiras, o tanque de combustível do modelo simplesmente se rompia, provocando incêndios.

Antes desse escândalo vir à tona, porém, a matriz da Ford, nos Estados Unidos, cogitou a utilização de tal nome também no modelo nacional. Foi a filial brasileira que demoveu a cúpula da multinacional dessa ideia, por razões óbvias. No fim das contas, foi escolhido Corcel, por sugestão do publicitário e jornalista Mauro Salles, que trabalhava para a empresa na época.

2. Volkswagen Parati quase foi chamada de Angra

A perua compacta da Volkswagen, baseada no Gol, estava destinada a receber o nome de uma cidade do litoral fluminense. Porém, em vez de Parati, o fabricante pensou, inicialmente, em homenagear o município vizinho de Angra dos Reis.

O que acabou fazendo a Volkswagen desistir de chamar a peruinha de Angra foram as controvérsias envolvendo as centrais de energia nuclear construídas naquela localidade. A primeira usina começou a operar em 1982, exatamente no ano em que a Parati foi lançada. As obras, então, já se arrastavam por mais de uma década e eram alvo de críticas de moradores e ambientalistas.

Além do mais, a Volkswagen temeu que o produto tivesse o nome associado a alguma tragédia. Já pensou se ocorresse um acidente nuclear em Angra dos Reis? Diante de todos esses pontos contra, o fabricante não teve dúvidas em optar por Parati.

3. Chevrolet optou pelo nome Monza após desistir de utilizar Ascona

O Projeto J, que deu origem ao Monza, foi desenvolvido para ser global. Os carros teriam alterações de estilo e nomes específicos para diferentes mercados, mas o modelo nacional era praticamente idêntico ao similar alemão, conhecido como Opel Ascona. O caminho mais lógico para a subsidiária brasileira, portanto, seria manter a mesma alcunha utilizada na Europa.

Em princípio, a intenção da Chevrolet era realmente a de batizar o modelo como Ascona também no Brasil. Entretanto, esse plano foi alterado quando o departamento de marketing detectou que, por aqui, tal nome poderia ser associado à palavra asco (sinônimo de nojo). Escolheu-se, então, Monza, que remete a uma cidade italiana onde há uma famosa pista de corridas.

Curiosamente, a General Motors (GM) utilizou o nome Monza em veículos sem qualquer similaridade técnica, fabricados em países e períodos distintos. São “xarás” do modelo brasileiro um hatch de entrada de origem estadunidense e um luxuoso cupê fabricado na Europa, ambos lançados durante a década de 1970. Recentemente, essa insígnia passou a ser utilizada em um sedã vendido na China.

4. Chevrolet temeu associação do nome Astra a assentos sanitários

Outro nome que a Chevrolet teve medo de usar no Brasil foi Astra. É que, por aqui, ele designa uma empresa que fabrica, entre outros artigos, assentos para vasos sanitários. Será que o público poderia associar o veículo médio a esse acessório utilizado em íntimos momentos fisiológicos?

A Chevrolet concluiu que a resposta para essa pergunta seria “não”. Em 1994, começou a importar o modelo da Bélgica para o Brasil sem qualquer mudança no nome. Depois de quatro anos, a geração seguinte foi nacionalizada e manteve a identidade.

A decisão do fabricante parece ter sido acertada, uma vez que o Astra não sofreu qualquer tipo de rejeição no mercado. Muito pelo contrário: o modelo nacional, em especial, liderou o segmento de hatches médios durante anos.

5. Chana virou Changan para se fortalecer no mercado

A marca com o nome mais infame a vender automóveis no Brasil foi, certamente, a Chana. Trata-se da primeira fabricante de veículos chinesa a desembarcar no país, em 2006, pelas mãos da importadora Districar. Na época, a designação com um óbvio duplo sentido instantaneamente virou alvo de piadas.

Não chega a causar surpresa que apenas 5 anos mais tarde, em 2011, essa identidade tenha sido alterada. Em vez de Chana, a marca passou a se chamar Changan. O importador admitiu que a mudança tinha o objetivo de fortalecer a imagem da empresa, mas ressaltou que o antigo nome tinha boa aceitação junto aos consumidores. Aham, tá bom…

Talvez porque o termo Chana já fosse excêntrico demais, os carros da marca tinham nomes bem menos inspirados, como Utility e Pick-Up. O batismo ocorria em função do tipo de carroceria: vale lembrar que a gama era composta por pequenos veículos comerciais.

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Fotos: Divulgação

Fonte: https://autopapo.uol.com.br/noticia/nomes-de-carros-montadoras-medo-usar-5/

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