Saída de bola com toques curtos é tendência na Champions, diz UEFA


Rodrigo Mattos

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de ?O Estado de S. Paulo? em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

28/10/2020 10h00

A saída de com toques curtos até de dentro da área é uma tendência na Champions League, competição que reúne a elite europeia. É o que mostra um relatório técnico da UEFA analisando a situação. Os números do Bayern, campeão do torneio, mostram que evita-se lançamentos ou chutões de longe entre os melhores times.

No final de semana, durante o Internacional x Flamengo, houve discussão no Brasil sobre a saída de bola com toques curtos. Isso porque o Internacional pressionou a marcação e fez dois gols em erros de Isla e Gustavo Henrique. Houve quem defendesse que a bola deveria ter saído longa ou em chutão.

Pois bem, o relatório da UEFA aponta que a elite europeia vai em direção contrária: a maioria dos clubes aproveitou a mudança de regra para sair a bola com toques ainda mais curtos. A International Board mudou a regra e passou a permitir o tiro de meta batido para um jogador do próprio time na área.

Com isso, na edição da Champions League de 2019/2020, o relatório da UEFA aponta que os times saíram 24% das vezes com bolas curtas dentro de sua área. Os times que foram finalistas dos campeonato, PSG e Bayern, estão no topo da lista dos que mais utilizaram o recurso, 45% (o time francês) e 42% (o time alemão). Há um gráfico do Bayern que mostra que o time só saiu uma vez em todo campeonato com bola para além da linha do meio-campo.

“No total houve seis gols marcados de movimentos que começaram com tiro de meta curto para jogador dentro da área – e 44 chutes dessas sequências de jogadas”, apontou o relatório da UEFA.

O documento da entidade europeia aponta também que a marcação pressão sobre o adversário, que se aproveita da saída de bola pelo chão, também gera gols. Esse tipo de marcação gerou 1.148 erros. Desses, 217 acabaram em conclusões a gol e 30 em tentos marcados.

Foi citado o exemplo justamente do Bayern diante do Barcelona que seguiu pressionando na marcação mesmo com um placar de 6×2 sobre o rival. A marcação pressão também gera risco, como aponta o relatório, por gerar espaços atrás. Hansi Flick, do Bayern, aponto que os seus jogadores deveriam atacar a bola agressivamente e coletivamente para recuperar a posse.

O relatório aponta que nem sempre a posse de bola foi decisiva já que o Liverpool teve mais a bola do que todos os outros rivais e foi eliminado pelo Atlético de Madrid. É importante ressaltar que caiu em um jogo em que enfileirou chances de gol que foram perdidas. De qualquer maneira, o campeão Bayern teve a segunda maior posse de bola na Champions.

Por fim, o relatório da UEFA aponta uma queda no percentual de gols em bolas paradas. Foram 48 nesta temporada, enquanto na edição anterior houve 66. É uma tendência de aumento do número de gols com a bola rolando em jogadas construídas, diz o documento.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2020/10/28/saida-de-bola-com-toques-curtos-e-tendencia-na-champions-diz-relatorio.htm