Qual seria o futuro das antenas e do Touch ID em um iPhone feito só de tela

Guilherme Rambo

Guilherme Rambo é programador desde os 12 anos. Especialista em engenharia reversa, é conhecido mundialmente por revelar os segredos da Apple antes mesmo dos anúncios da empresa, além de programar para as plataformas da empresa.

11/12/2020 04h00

Hoje em dia não pensamos mais em nossos celular ainda era novidade, a maioria dos modelos tinha uma antena telescópica, que precisava ser estendida para fazer uma ligação. Mas a realidade é que as antenas ainda estão ali, bem na sua frente, porém escondidas, graças à astúcia dos engenheiros e designers responsáveis pela criação do dispositivo.

No iPhone 4, marcado pela mudança na estrutura de antenas do aparelho, que passou a utilizar o próprio corpo metálico ao redor do mesmo como antena, daí a necessidade de pequenos separadores não-metálicos, visíveis até hoje nos modelos do iPhone 12/Pro.

Porém, essa tecnologia tem suas limitações. Isso se provou no fiasco ocorrido logo após o lançamento do iPhone 4, com direito a coletiva de imprensa com Steve Jobs dançando ao som de uma música — que ironizava os críticos do aparelho — enquanto subia ao palco para dar explicações. A Apple deu capinhas de brinde para todo mundo e tudo voltou ao normal.

Esse tipo de problema não se repetiu e até hoje os iPhones continuam usando antenas que se aproveitam do metal no corpo do aparelho.

Pois uma patente recente da Apple mostra que isso poderá mudar num futuro próximo. A patente fala sobre integrar antenas na tela do iPhone e cita algumas vantagens que isso poderia trazer, incluindo a possibilidade de reduzir ainda mais ou até mesmo eliminar completamente as bordas do aparelho.

O sistema atual de antenas nos iPhones funciona muito bem para o design deles, mas não sabemos até quando a Apple pretende manter esse padrão de vidro de um lado, vidro do outro, com uma borda metálica segurando tudo. É possível que nos laboratórios de Cupertino a empresa esteja trabalhando em iPhones completamente sem bordas e que para isso se torne realidade para os consumidores, precise mudar sua estratégia de antenas.

Outra possível vantagem é que a área ocupada pela tela é muito maior que aquela ocupada pelas laterais metálicas, o que poderia facilitar a transmissão e recepção de dados, dada a maior área disponível para distribuição de antenas.

Touch ID

Além das antenas, outra patente mostra que a Apple continua trabalhando para colocar o sensor de impressão digital do Touch ID na tela. Após a introdução do Face ID, muitos pensaram que seria o fim do Touch ID, mas diversos rumores e informações vazadas, além das patentes públicas e produtos lançados com a tecnologia, mostram que a Apple não desistiu do Touch ID.

Eu acredito que o mundo ideal para a Apple inclui ambas as tecnologias no mesmo aparelho: Face ID e Touch ID. Assim, cada usuário decide qual prefere usar, dependendo da sua preferência ou do momento.

O Face ID tem sido um inconveniente agora que o uso de máscara está em alta no mundo inteiro, ter um iPhone com Face ID e Touch ID seria o ideal nessas situações.

Consigo ver outra vantagem também na presença das duas tecnologias: maior segurança. Sim, para quem for realmente paranoico, por que não oferecer uma opção onde seria necessário autenticar com impressão digital e reconhecimento facial simultaneamente? Claro que seria algo usado por poucos, mas poderia ser mais uma vantagem de ter ambas as tecnologias no mesmo aparelho.

Já existem aparelhos no mercado com sensor de impressão digital na tela ou que combinam leitor de digital com reconhecimento facial. A Apple muito provavelmente ainda não entrou nesse mercado porque não conseguiu fazer a coisa do “jeito dela”, como costuma fazer com a maioria das tecnologias que adota em seus produtos.

Muito se fala há algum tempo sobre o smartphone do futuro ser “só tela” e essas patentes e rumores sobre a Apple mostram que essa realidade pode estar mais perto do que imaginamos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/guilherme-rambo/2020/12/11/antenas-e-touch-id-na-tela.htm