Por onde andam os jogadores do Palmeiras campeão da Libertadores-1999?

Rafael Reis

Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina e mestre em comunicação pela Fundação Cásper Líbero, foi repórter da Folha de S. Paulo por nove anos e mantém um blog sobre futebol internacional no UOL desde 2015.

26/01/2021 04h00

Para os torcedores mais jovens do Copa Libertadores da América.

Afinal, a equipe alviverde só conquistou o título interclubes mais importante do continente uma única vez, há mais de duas décadas, em 1999.

Na ocasião, o time comandado por Luiz Felipe Scolari perdeu por 1 a 0 o primeiro jogo da decisão contra o Deportivo Cali, na Colômbia, deu o troco com uma vitória por 2 a 1, em São Paulo, e definiu a conquista da taça nas cobranças de pênaltis.

Todos os jogadores envolvidos naquela conquista já estão aposentados. Mas será que você sabe por onde andam cada um deles? O Libertadores-1999 para mostrar o que eles estão fazendo da vida.

Por onde andam? – Palmeiras de 1999

Marcos (47 anos) – Um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, o ex-goleiro virou titular durante a campanha da Libertadores e acabou sendo eleito o melhor jogador do torneio. Depois da conquista, passou a ser chamado de santo pela torcida alviverde e jamais defendeu outro clube. A única camisa que vestiu, além da palmeirense, foi a da seleção brasileira, pela qual conquistou a Copa do Mundo-2002. Hoje, Marcos investe no ramo de cervejarias e faz sucesso nas redes sociais, onde constantemente ironiza os rivais do Palmeiras e, quando julga necessário, critica o próprio time.

Chiqui Arce (49 anos) – O homem da bola parada palmeirense no final da década de 1990 se transformou em um dos técnicos mais importantes do futebol paraguaio na atualidade. Trabalhando na função desde 2009, Arce já dirigiu três dos maiores clubes do país (Olimpia, Cerro Porteño e Guaraní), conquistou três títulos nacionais e comandou a seleção local em duas oportunidades (entre 2011 e 2012 e de 2016 a 2017. Desde o ano passado, está em sua segunda passagem pelo Cerro. Em 2020, foi campeão do Torneio Apertura e caiu nas quartas de final do Clausura.

Júnior Baiano (50 anos) – O polêmico zagueiro, que já tinha brilhado e arranjado muitas confusões no São Paulo, foi o artilheiro da campanha palmeirense na Libertadores, com cinco gols, só um a menos que os goleadores da competição. Júnior Baiano jogou até os 39 anos e se aposentou no Miami FC, dos Estados Unidos. Depois, construiu uma carreira errática como treinador: foi auxiliar de Vanderlei Luxemburgo, comandou o Santa Helena, da segunda divisão goiana, em 2012, e, dois anos atrás, dirigiu o Itumbiara, também de Goiás.

Roque Júnior (44 anos) – Apesar de não ter iniciado a carreira no Palmeiras, foi no clube paulista que o ex-zagueiro e volante se tornou conhecido. Depois de deixar o Parque Antarctica, Roque atuou em clubes importantes da Europa, como Milan e Bayer Leverkusen, ganhou uma Liga dos Campeões e foi titular do pentacampeonato mundial do Brasil. Quando pendurou as chuteiras, continuou investindo em futebol e criou um clube próprio, o Primeira Camisa, em São José dos Campos. Depois, tentou a sorte como treinador do Ituano e do XV de Piracicaba e foi dirigente do Paraná Clube e da Ferroviária.

Júnior (47 anos) – Outro dos integrantes do elenco palmeirense campeão da Libertadores que disputou (e venceu) a Copa-2002, o ex-lateral esquerdo ainda ganhou a competição continental mais uma vez, em 2005, pelo São Paulo. Mesmo com a longa e vitoriosa passagem pelo Morumbi, Júnior continua bastante identificado com o Palmeiras e vive participando de eventos organizados pelo clube. Aliás, jogos festivos e presenças VIPs são duas das suas principais ocupações desde a aposentadoria.

César Sampaio (52 anos) – O capitão do único título de Libertadores do Palmeiras jogou futebol profissionalmente até os 38 anos e depois passou a se dedicar aos bastidores da bola. César Sampaio foi gerente de futebol do clube alviverde no título da Copa do Brasil-2012 (e também na campanha do rebaixamento para a Série B, no mesmo ano) e trabalhou em cargos semelhantes no Joinville e no Fortaleza. Desde 2019, o ex-volante tem frequentado mais os gramados, já que foi contratado pela CBF para ser auxiliar de Tite na seleção.

Rogério (44 anos) – Assim como Roque Jr., o ex-lateral e volante também foi descoberto atuando no interior paulista e ganhou fama com a camisa do Palmeiras. Após conquistar a Libertadores, Rogério se transferiu no ano seguinte para o maior arquirrival do time alviverde, em um imbróglio judicial que se arrastou na Justiça durante mais de uma década. A passagem do jogador pelo Corinthians é sempre lembrada pelas pedaladas que sofreu de Robinho no Brasileiro-2002. O ex-jogador atuou profissionalmente até 2013. Quatro anos depois, voltou aos holofotes ao ser preso pelo atraso no pagamento de pensão alimentícia.

Alex (43 anos) – Camisa 10 do time campeão da Libertadores e um dos meio-campistas mais talentosos de sua geração, carregou a frustração de jamais ter disputado uma Copa do Mundo. Mesmo assim, construiu uma carreira de sucesso, com passagens brilhantes por Cruzeiro e Fenerbahçe. Depois da aposentadoria, passou a trabalhar como comentarista esportivo na ESPN Brasil. Recentemente, anunciou que irá abandonar a carreira para estrear como treinador neste ano. Seu primeiro emprego na nova função, no entanto, ainda não foi revelado.

Zinho (53 anos) – Um dos jogadores mais veteranos do elenco palmeirense de 1999, foi o único jogador do time a desperdiçar seu pênalti na disputa que valeu o título continental. Aposentado desde 2007, Zinho fez de tudo um pouco depois que pendurou as chuteiras. O ex-meia trabalhou como treinador, foi auxiliar-técnico no Vasco e diretor de futebol de Flamengo e Santos. Mas sua carreira mais sólida nos últimos anos é a de comentarista. O campeão da Libertadores era contratado da Fox Sports e agora dá expediente em todos os canais do Grupo Disney.

Paulo Nunes (49 anos) – O ex-atacante construiu uma identificação tão forte com o Palmeiras que acabou rejeitado pela torcida do Corinthians quando foi contratado pelo clube rival, em 2001. Aposentado há quase duas décadas, Paulo Nunes chegou a participar do reality show “A Fazenda”, da Record, antes de mergulhar na carreira de comentarista. Atualmente, faz parte da equipe do Grupo Globo e comenta jogos/participa de programas da Sportv e da TV Globo.

Oséas (49 anos) – O autor do gol contra mais famoso da história do futebol brasileiro também foi um dos heróis da conquista da Libertadores. Afinal, foi o camisa 9 que marcou o segundo tento do Palmeiras contra o Deportivo Cali e levou a decisão para a disputa de pênaltis. O ex-centroavante se distanciou um pouco do futebol desde 2005, quando se aposentou, e jamais trabalhou como técnico ou dirigente. Em seu perfil no Instagram, está quase sempre sem camisa, curtindo uma praia ou piscina.

Evair (55 anos) – Remanescente do time que havia sido bicampeão brasileiro em 1993 e 1994, teve uma final de Libertadores repleta de emoções. Evair fez o primeiro gol do Palmeiras na decisão, mas foi expulso já nos acréscimos da segunda etapa e não pode participar da disputa de pênaltis, mesmo sendo um dos cobradores oficiais da equipe. O ex-atacante ainda jogou até 2003 e depois trabalhou durante uma década como técnico de times menores do cenário nacional. Aposentado até mesmo dessa carreira, ele hoje investe seu tempo e dinheiro em empreendimentos imobiliários.

Euller (49 anos) – Um dos reservas mais importantes da campanha do título, entrou aos 30 minutos do segundo tempo da final contra o Deportivo Cali e foi o autor da quinta e última cobrança de pênalti palmeirense. Apelidado de “Filho do Vento” estendeu bastante a carreira e só se aposentou aos 40 anos, ainda como figura importante do América (MG). Euller mora na Espanha desde 2018 e dirige o Safor CF, que disputa ligas amadoras por lá. Ele também possui uma escolinha de futebol em Belo Horizonte, cidade onde viveu durante a maior parte da trajetória nos gramados.

Luiz Felipe Scolari (72 anos) – O segundo título de Libertadores da carreira o alavancou para assumir, dois anos depois, o comando da seleção brasileira, pela qual conquistou a Copa do Mundo-2002. Depois, o treinador gaúcho aventurou-se na Europa e dirigiu Portugal e Chelsea. Felipão ainda retornou duas vezes ao Palmeiras. Na passagem de 2010 a 2012, venceu uma Copa do Brasil. Já na mais recente (2018 a 2019), faturou o título brasileiro. Nesta temporada, o treinador gaúcho liderou o Cruzeiro, mas não conseguiu o acesso na Série B. Ontem, o clube anunciou a rescisão do seu contrato.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rafael-reis/2021/01/26/por-onde-andam-os-jogadores-do-palmeiras-campeao-da-libertadores-1999.htm