Notebooks 2 em 1: g1 testa modelos que viram tablet
25/05/2023
Os 2 em 1 são notebooks um pouco mais caros, com a vantagem de ter uma tela sensível ao toque e que gira 360 graus, se transformando em um tablet.
O Guia de Compras testou quatro aparelhos nessa categoria de produto. São máquinas para estudar, trabalhar e se divertir, com recursos adicionais em comparação aos portáteis tradicionais e mais baratos.
Mas só dois portáteis (Asus e Acer) vieram com uma caneta para escrever na tela.
Veja a seguir o desempenho de cada um deles e, ao final, leia a conclusão.
O Acer Spin 3 Touch é um notebook 2 em 1 que lembra bastante, no formato e no peso, os modelos tradicionais dos computadores portáteis.
Assim como o Lenovo Ideapad Flex 5i, pesa 1,5 kg, contra 1,1 kg dos produtos da Asus e Samsung. Fechado, tem 17,9 mm de espessura.
O notebook era vendido em maio por R$ 7.000 nas lojas on-line consultadas.
Acer em diversos modos de uso: notebook, aberto, tenda e tablet — Foto: Henrique Martin/g1
As configurações técnicas do Acer Spin 3 Touch incluem uma tela de 14 polegadas com tecnologia IPS, processador Intel Core i5 de 12ª geração, placa gráfica Intel Iris Xe, 8 GB de RAM e 512 GB de armazenamento interno.
Os processadores Core i5 são usados em modelos intermediários e os Core i7, nos produtos topo de linha, mais caros. A 12ª geração significa que a máquina usa um processador recente, lançado em 2022.
Já a Intel Iris Xe é uma tecnologia de aceleração de vídeo integrada à placa principal do notebook que serve para ajudar a qualidade de vídeos e jogos
Nas conexões, o Spin 3 Touch oferece mais opções que os concorrentes. São duas portas USB 3.2, duas USB-C (compatíveis com o padrão Thunderbolt 4 para conectar monitores), e leitor de cartões padrão microSD.
É a única máquina com uma trava de segurança padrão Kensington, mais usada por empresas para prender o notebook à mesa de trabalho.
O desempenho do Acer Spin 3 é bom, comparável ao do Lenovo IdeaPad Flex 5i e um pouco inferior na comparação aos modelos da Asus e Samsung, que têm mais memória RAM e processadores mais rápidos (e que custam mais caro).
Durante os testes, com uso de aplicativos de produtividade, vendo vídeos na internet e navegando na web, o Acer Spin 3 não apresentou lentidão ou travamentos. Deu a percepção de que esquenta menos que os concorrentes durante sua utilização.
A tela é boa, com resolução Full HD, nítida e brilhante. A experiência de ver filmes e séries no streaming com o portátil no modo tenda (aberto com a tela virada para trás, usando a parte inferior também como apoio) é boa. Mas o peso incomoda um pouco para usar o equipamento no colo.
A Acer diz que a bateria chega a 10 horas de uso. Nos testes, com seis horas de utilização, a carga caiu para 40%
A webcam tem resolução 720p e é fraca, como ocorre em quase todos os modelos do teste. As imagens ficam sem contraste, com a luz estourada ao fundo.
O Spin 3 é um dos dois notebooks da avaliação que veio com uma caneta stylus na caixa, para tomar notas e desenhar na tela no modo tablet. É uma caneta mais simples que a da Asus e que fica guardada no corpo do portátil.
Detalhe do encaixe da caneta na lateral do Acer Spin 3 — Foto: Henrique Martin/g1
O reconhecimento de escrita na tela é bom, mas é preciso treinar um pouco para usar a ferramenta integrada do Windows 11 e transcrever os rabiscos em caracteres de forma automática.
A Acer não fornece aplicativos de desenho, mas a máquina já veio com o Microsoft OneNote e o Evernote instalados para tomar notas e rabiscar na tela.
O Asus Zenbook S 13 Flip é o notebook mais leve do teste (1,10 kg) e um dos mais finos (14,9 mm de altura), mas também é o modelo mais caro. Custava R$ 16.000 nas lojas on-line na metade de maio.
Sua configuração é muito parecida com a do Galaxy Book2 360. Mas o da Samsung tem mais armazenamento (1 TB) e tela com resolução menor, custando a metade do preço da Asus, na faixa dos R$ 8.000.
Asus Zenbook 13 Flip: aberto de vários modos — Foto: Henrique Martin/g1
As especificações incluem tela de 13,3 polegadas com painel OLED, processador Intel Core i7 de 12ª geração e 16 GB de memória RAM e 512 GB de armazenamento interno. A placa gráfica também é uma Intel Iris Xe.
Nas conexões, são apenas três portas USB-C, uma delas USB-C 3.2 para recarregar a bateria e conectar um monitor externo e as outras duas no padrão Thunderbolt 4, utilizada para saída de vídeo e também para carregar dispositivos como celulares e tablets. Tem ainda um leitor de cartões padrão microSD.
O desempenho do Zenbook S 13 Flip é muito bom. Durante os testes, usando ferramentas de produtividade e navegando na web, o notebook não travou em nenhum momento. Mas é uma máquina que esquenta bastante, dependendo do aplicativo em uso.
A tela merece destaque por ter a maior resolução (2.880 x 1.800 pontos) entre os modelos da avaliação.
Tela do Asus Zenbook S 13 Flip: vídeos em alta definição e ótima nitidez — Foto: Henrique Martin/g1
É excelente para ver vídeos no modo tablet ou tenda e tem uma nitidez e contraste muito bons por conta do painel OLED, o mesmo usado em celulares caros (como o iPhone 14 Pro) e TVs topo de linha.
O display é compatível com tecnologias Dolby Vision (para aprimorar imagens em vídeos com recursos como HDR 10) e Dolby Atmos (que melhora o áudio). Porém, ativar o recurso de HDR consome mais bateria – vale ativar apenas na hora de ver filmes e séries no streaming ou editar vídeos.
A bateria, como ocorreu nos demais modelos do teste, aguenta no máximo uma tarde longe da tomada. Com seis horas de uso, caiu de 100% para 37%.
A fabricante indica que ela pode durar “um dia inteiro”, mas que o carregador permite “encher” a bateria para até 60% da capacidade em 30 minutos.
A webcam, com resolução Full HD, foi a melhor entre os quatro notebooks do teste, capaz de ajustar o contraste ao fundo e não estourar a imagem. Em chamadas, a qualidade de áudio foi muito boa também. Veja nas imagens abaixo – arraste para o lado para comparar:
O Zenbook S 13 Flip vem com uma caneta stylus, para escrever e desenhar na tela no modo tablet.
Chamada de Asus Pen 2.0, ela é um pouco mais comprida que uma esferográfica convencional e vem com quatro ponteiras para alternar o tamanho do traço (que simulam a espessura de lápis 2H, H, HB e B).
A caneta tem bateria recarregável pelo conector USB-C e duração estimada em 140 horas de uso. O dispositivo tem uma sensibilidade para 4.096 pontos de pressão na tela, permitindo ajustar com bastante precisão os detalhes em um desenho, por exemplo.
O uso como tablet com a Asus Pen é muito bom, com reconhecimento de escrita eficiente (é preciso treinar um pouco para escrever à mão e ver o texto se transformar na tela).
O notebook não vem com aplicativos de desenho instalado, apenas com OneNote, da Microsoft.
O touchpad esconde um truque: ao pressionar o botão no canto superior direito, um teclado numérico surge, facilitando o uso em planilhas e calculadoras, por exemplo.
Detalhe do touchpad do Asus Zenbook S 13 Flip com o teclado numérico ativado — Foto: Henrique Martin/g1
A máquina conta com um leitor de impressões digitais, mas foi a única entre os quatro notebooks avaliados a oferecer login automático pelo Windows Hello, que utiliza reconhecimento facial pela webcam.
A Asus também diz que o corpo do aparelho tem uma proteção antibacteriana e conta com certificação militar US MIL-STD 810H, que ajuda a proteger o equipamento.
O Lenovo IdeaPad Flex 5i é um 2 em 1 com tela de 14” que, como o modelo da Acer avaliado, lembra muito um notebook convencional, com o corpo mais grosso (17,9 mm de altura com a tampa fechada) e a tela maior.
É o portátil mais barato do teste, vendido na faixa dos R$ 6.000 nas lojas da internet em maio.
Por dentro, o modelo da Lenovo é bastante parecido com o da Acer, com um processador Intel Core i5 de 12ª geração, 8 GB de RAM, placa de vídeo Intel Iris Xe e 512 GB de armazenamento interno. O painel da tela usa tecnologia LED, com resolução Full HD.
As conexões incluem duas portas USB 3.1, uma USB-C, uma HDMI e leitor de cartões padrão SD.
Lenovo IdeaPad Flip: modos de uso com a tela 360 graus — Foto: Henrique Martin/g1
Mas, diferente do Acer Spin 3, a unidade de testes veio sem uma caneta stylus.
Segundo a fabricante, a caneta Digital Pen pode vir em algumas versões do produto. Uma nova custava em torno de R$ 300 em maio.
A similaridade com o modelo da Acer também ocorre no desempenho. O notebook da Lenovo teve boa performance, mas um pouco inferior em comparação com Asus e Samsung. Não apresentou lentidão ou travamentos e esquentou pouco.
A tela é nítida e brilhante, com bom ângulo de visão no modo tenda ou tablet. Mas o peso, como o da Acer, é um pouco mais incômodo.
A webcam com resolução 720p é fraca, como ocorre no Samsung e Acer. Mas é o único modelo da avaliação a vir com uma tampa de privacidade para a câmera.
Webcam com trava de segurança no Lenovo — Foto: Henrique Martin/g1
A bateria tem promessa da fabricante de duração de 10 horas longe da tomada. Após seis horas, estava com 47%, a melhor entre os modelos avaliados.
Não foi possível avaliar a escrita na tela, já que o notebook veio sem caneta. Porém, a máquina tinha o Microsoft OneNote e o Smartnote (da própria Lenovo) instalados.
O Samsung Galaxy Book2 360 é um notebook muito parecido nas configurações com o Asus Zenbook S 13 Flip, mas com pequenas diferenças (como resolução de tela) que o deixam mais barato.
E é o mais fino entre os concorrentes avaliados: só 14,9 mm de altura com a tampa fechada. O modelo era vendido por R$ 8.000 nas lojas on-line em maio.
Notebook, tela aberta, tenda e tablet: modos de uso dos 2 em 1 demonstrado no modelo da Samsung — Foto: Henrique Martin/g1
Por dentro, Asus e Samsung dividem o processador Intel Core i7 de 12ª geração, 16 GB de memória RAM e a placa gráfica Intel Iris Xe.
No modelo da Samsung, porém, a tela vem com resolução menor (Full HD x 2.8k no Asus) e o notebook tem uma porta HDMI (inexistente no concorrente). O armazenamento interno também é o maior dos modelos avaliados: 1 terabyte para guardar documentos, fotos e vídeos.
A máquina da Samsung, porém, não vem com uma caneta stylus para anotar na tela. O acessório custa na faixa dos R$ 500 nas lojas da internet.
O Galaxy Book2 360 conta ainda com uma porta USB 3.2 convencional, uma USB-C, uma Thunderbolt. e leitor de cartões de memória padrão microSD.
Dos notebooks do teste, o modelo da Samsung tem desempenho comparável ao da Asus, sem travar ao usar ferramentas de produtividade e navegar na web. Esquenta um pouco na parte inferior.
A tela sensível ao toque é muito boa também, mas menos brilhante que a do Asus. A tecnologia do painel é AMOLED, que tende a deixar os tons um pouco mais “quentes” em comparação a telas convencionais LED. Tem HDR integrado, mas sem Dolby Vision como o Zenbook S 13 Flip.
Em seis horas de uso fora da tomada, a carga da bateria atingiu 41%. É um resultado um pouco melhor que o do notebook da Asus. A Samsung é a única marca entre os modelos avaliados que enviou um carregador similar ao de um celular, sem o “tijolo” da fonte.
Já a webcam com resolução 720p, como ocorreu no Acer e no Lenovo, foi uma decepção. Cores estouradas, exageradas, mas a qualidade de som pelo menos estava muito boa.
Apesar de não vir com a caneta stylus na caixa, a Samsung fornece um aplicativo extra para desenho e pintura, o Clip Studio Paint. Mas é uma licença de uso gratuito apenas por 6 meses. Depois desse período, requer assinatura única (R$ 196) ou mensal (US$ 5) do serviço.
Samsung GalaxyBook2 360: um dos mais finos do teste — Foto: Henrique Martin/g1
A ausência da caneta não permitiu usar os recursos de desenho e escrita no modo tablet.
O teclado retroiluminado é bom, e o touchpad tem uma área grande de trabalho, mas sem o teclado numérico escondido como ocorre no Asus. O botão de ligar a máquina vem com o leitor de impressão digital integrado.
Uma diferença do modelo da Samsung para os demais é a integração com outros aparelhos da marca, como celulares e tablets. Dá para trocar arquivos com o smartphone com maior rapidez (algo parecido com o que ocorre com o recurso AirDrop, da Apple) e sincronizar dados entre os dispositivos.
Conclusão
TOUCH FAZ DIFERENÇA? O display sensível ao toque é um ótimo extra em comparação com um aparelho tradicional sem o recurso. Mesmo sem a caneta, dá para usar o dedo como mouse – um tanto estranho, mas funciona quando o produto está em modo notebook, com a tela a 90º.
Virar o display por completo e utilizar como caderno ou prancheta de desenhos ajuda bastante na hora de estudar ou participar de reuniões, para tomar notas e fazer comentários.
Nos modelos que vieram com caneta (Asus e Acer), o reconhecimento automático de escrita torna bem mais fácil entender as anotações depois.
Canetas stylus da Asus (acima) e Acer (embaixo) — Foto: Henrique Martin/g1
MELHOR RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO: Dá para dividir os modelos do teste em duas categorias – os modelos intermediários que lembram notebooks convencionais (Acer e Lenovo), mais grossos e pesados, e os topo de linha, leves e portáteis (Asus e Samsung).
Na primeira, o da Lenovo é mais barato, mas o Acer vem com a caneta stylus, que faz toda a diferença no uso e é uma melhor recomendação.
Na segunda categoria, o da Samsung, mesmo sem a caneta, tem recursos similares ao da Asus, mas custa quase metade do preço, mesmo comprando a S-Pen à parte.
WEBCAMS: Todas as câmeras são ruins – a do Asus é a melhor das quatro, pela resolução Full HD. Arraste a galeria abaixo para o lado para comparar.
MELHOR BATERIA: os notebooks da Acer e Lenovo tiveram melhores resultados, já que utilizam um processador mais econômico (Intel Core i5). Os resultados podem variar conforme o uso de cada pessoa.
DESIGN E CONFORTO: o Acer lembra muito o Aspire 5, versão sem tela touch avaliada em 2021 (veja o resultado) e tem um design mais genérico, como o da Lenovo.
Asus e Samsung apostam em um acabamento mais refinado, com telas de bordas mais finas e menor espessura da máquina.
Todos os touchpads são muito bons, mas o teclado do Lenovo é o mais confortável de usar, seguido por Asus, Samsung e Acer.
Como foram feitos os testes
O Guia de Compras solicitou aos principais fabricantes notebooks 2 em 1 lançados entre 2022 e 2023.
Eles deveriam ter os seguintes requisitos mínimos: processador Intel Core i5 ou Core i7 (12ª geração ou superior), AMD Ryzen 5 (ou superior), pelo menos 256 GB de armazenamento e 8 GB de RAM, rodando Windows 11.
A Dell não tinha um modelo disponível para envio. Outras marcas, como Apple, Avell e HP, não vendem notebooks 2 em 1.
Os testes foram feitos com uso diário dos equipamentos. Foram avaliadas a duração da bateria, especificações técnicas e o desempenho como uso de 6h por dia em média com navegação na web, edição de textos e planilhas, participar de videochamadas e assistir a séries no streaming.
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