Incomoda não ver negro me representando nos games; aqui estão 5 exceções

Akin Abaz

Akin Bakari D’Angelo dos Santos é fundador da InfoPreta e homem trans. Um curioso nato e um amante do desconhecido, sempre se interessou por montar, desmontar e entender o funcionamento dos eletrônicos. Fez cursos técnicos na adolescência e, aos 15 anos, já atuava na área da indústria com manutenção eletrônica de maquinário pesado. Em 2011, começou a consertar computadores em seu quarto e dois anos depois fundou a InfoPreta, empresa de serviços de manutenção que tem por objetivo inserir pessoas negras, LGBTQI+ e mulheres no mercado tech, aliando lucros a projetos sociais de grande impacto.

Colunista do UOL*

06/05/2021 04h00

Enquanto criança curiosa e ativa, assim como várias outras que cresceram nas décadas de 80 e 90, eu tinha muito interesse por jogos de videogame. E, assim como várias mães durante esses mesmos anos, a minha era totalmente contra seu uso.

Ela jurava que eles faziam mal à saúde, e hoje sabemos que ela não estava de todo errada, mas isso me impediu de ter um aparelho para chamar de meu durante a infância.

Meu primeiro contato com os jogos para console foi na casa de um vizinho, o único do prédio inteiro que tinha videogame. Nós passávamos horas jogando e assistindo uns aos outros jogar.

Enquanto eu crescia, minha mãe liberou os jogos eletrônicos para computador e foi aí que começou minha grande carreira de gamer (brincadeira, eu jogo apenas por hobby mesmo).

O uso de videogames pode ajudar a desenvolver o raciocínio lógico, melhorar a coordenação motora e ensinar a lidar com as frustrações. Além disso, no caso de jogos em equipe, é possível aprender a trabalhar em grupo e aumentar a sociabilidade.

Inclusive, jogar com os amigos também pode ser uma ótima maneira de matar a saudade durante o período de isolamento social.

Claro que tem seus malefícios: é importante que haja equilíbrio, principalmente na infância e na adolescência, pois o uso exagerado de videogames pode promover o sedentarismo e causar problemas de postura, por exemplo.

Hoje existem uma infinidade de modelos de videogames, computadores e notebooks. Assim como também existem jogos para todos os gostos: dá para jogar sozinho ou em grupo, escolher entre ação e aventura, jogos em primeira ou terceira pessoa, plataforma ou RPG, e por aí vai?

Com 24 anos eu comprei meu primeiro videogame e logo os jogos de futebol e de atirador me conquistaram, e até hoje continuam sendo os que mais gosto. Eu também uso bastante o computador para jogar.

Durante muito tempo a ausência de personagens negros nos games me incomodou, afinal, eu não conseguia jogar com um boneco que me representasse fisicamente. Mas, faz alguns anos que isso tem mudado e hoje vemos protagonistas negros em jogos eletrônicos de vários gêneros.

Por isso, para quem quer se divertir com jogos eletrônicos, está aqui uma lista de cinco jogos com protagonistas pretos para vocês curtirem. Aproveitem!

Dandara

É um jogo de plataforma desenvolvido pelo estúdio brasileiro Long Hat House e publicado pela Raw Fury. A personagem principal é inspirada na guerreira negra Dandara dos Palmares. Você pode conferir o trailer aqui.

Spider-Man: Miles Morales

Jogo do gênero ação-aventura desenvolvido pela Insomniac Games e publicado pela Sony. Tem como personagem principal Miles Morales, jovem negro que ganhou seus poderes recentemente e precisa aprender a atuar como herói com o veterano Peter Parker. Confira o trailer aqui.

Detroit: Become Human

O jogo é produzido pela Quantic Dream e publicado pela Sony. Os personagens principais são três androides criados pela empresa fictícia CyberLife e que mudarão o rumo da cidade de Detroit. Você pode assistir ao trailer aqui.

Árida: Backland`s Awakening

O jogo do gênero aventura e sobrevivência é produzido por desenvolvedores independentes da Aoca Game Lab. O enredo é baseado na história de Cícera, mulher negra e nordestina que enfrenta os desafios naturais no sertão durante a Guerra dos Canudos. O trailer você pode conferir aqui.

Assassin’s Creed III: Liberation

Com gênero ação-aventura, o jogo é produzido e publicado pela Ubisoft. Tem como personagem principal Aveline de Grandpé, assassina de ascendência africano-francesa e que tem sua história ambientada nos anos entre a Guerra Franco-Indígena e a Revolução Americana. Você pode assistir o trailer aqui.

* Colaborou Rhayssa Souza, jornalista e redatora de conteúdo da InfoPreta

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/akin-abaz/2021/05/06/incomoda-nao-ter-negro-que-me-represente-nos-games-aqui-estao-5-excecoes.htm