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Esporte x Vírus
POR ROBERTO SANDER*
Nas últimas semanas, com o surgimento de uma nova variante do coronavírus, e o consequente recrudescimento de casos em todo o mundo, se acirrou o debate sobre a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Como um velocista que muitos desejam ver em ação, a vacina chegou em tempo recorde, mas parece ser ainda incapaz de imunizar a todos de modo que possa garantir a realização do evento com segurança. Entretanto, nada parece sensibilizar o presidente do COI, Thomas Bach:
“Nós não temos, neste momento, nenhum motivo para acreditar que a Olimpíada de Tóquio não começará no dia 23 de julho”, declarou recentemente.
Não é o que pensam os próprios japoneses. Uma pesquisa da agência Kyodo News revelou que 80% dos entrevistados apoiam o cancelamento ou adiamento dos Jogos. Além disso, nas ruas de Tóquio, são comuns manifestações contrárias ao megaevento.
Na verdade, o pronunciamento de Bach não causou nenhuma surpresa, pois sabemos que traduz interesses econômicos que, dificilmente – pra não dizer que nunca –, se coadunam com os da população em geral.
Talvez Bach ainda não tenha compreendido – ou dissimula não compreender – que o mundo vive uma verdadeira guerra, tal como viveu nos anos 1940 e que impediu a realização de duas Copas do Mundo. Menos mal que, dessa vez, o conflito não é travado entre homens – quem está do outro lado da trincheira é um vírus. No entanto, tão poderoso e letal quanto bombas e metralhadoras.
Por tudo isso, reunir milhares de atletas e espectadores significa jogá-los no fogo cruzado da batalha contra um inimigo invisível que já matou, até a última atualização em 23 de janeiro, 2.131.242 milhões de pessoas ao redor do planeta.
Com certeza, pouca gente para quem só raciocina em termos de milhões de dólares e não em milhões de seres humanos.
Roberto Sander é jornalista, editor e escritor, autor de 14 livros, o mais recente “1970 – Enquanto o Brasil conquistava o Tri”.
Fonte: https://blogdojuca.uol.com.br/2021/01/esporte-x-virus/