Toro Volcano 2022: o que nova versão da picape tem de pior e de melhor

Rafaela Borges

Rafaela Borges é jornalista automotiva desde 2003, com passagens por Carsale e Estadão. Escreve sobre o mercado de veículos, supercarros, viagens sobre rodas e tecnologia.

Colunista do UOL

17/05/2021 04h00

Rainha de um segmento ainda pequeno, a Toro vem fazendo tanto sucesso que a concorrência está correndo atrás. A Chevrolet acaba de anunciar investimento em uma nova picape, que deverá concorrer com o modelo da Fiat. A Volkswagen também tem planos de lançar uma rival, posicionada entre Saveiro e Amarok.

Mas, antes que a concorrência apresente suas armas, a Toro já deu um jeito de se renovar para ficar mais atraente e moderna. Na linha 2022, o principal destaque é o novo motor 1,3 turbo de até 185 cv.

Ele substitui o 1.8 aspirado de até 139 cv em quase toda a gama flexível. Apenas uma versão manteve o antigo propulsor. Não foi só isso. O visual até mudou pouco nas opções flex, mas o carro ganhou boa dose de tecnologia e conectividade.

Esta colunista testou a versão Volcano, topo de linha com motor 1.3 flex. O preço sugerido é de R$ 144.990. Será que a Toro conseguiu resolver seus antigos problemas? Aqui, veja o que o modelo 2022 tem de melhor. E de pior.

O que a Toro 2022 tem de melhor

O maior destaque da nova Toro, quem diria, é o desempenho. O motor 1.3 turbo casou muito bem com a picape. São 27,5 mkgf de torque a baixa rotação: 1.750 rpm. O modelo ganhou força para fazer retomadas.

Ao pisar forte no pedal do acelerador, o carro dá uma leve engasgada antes de embalar e ganhar velocidade rapidamente. Além disso, agora vence subidas íngremes sem dificuldade. O câmbio automático de seis velocidades não mudou, mas parou de segurar marchas, como no modelo anterior. O nível de ruído caiu.

A Toro também ficou melhor nas mudanças de trajetória e em curvas. A direção tem respostas mais precisas e o carro passa boa segurança ao motorista. A suspensão é independente nas quatro rodas.

A conectividade é outro ponto forte. A Toro passa a vir, na versão Volcano, com tela vertical para a central multimídia. Tanto o formato quanto a usabilidade são de smartphone. O usuário (há diferentes perfis) pode incluir até cinco telas diferentes, com as informações que desejar (painel do ar-condicionado, mapa do navegador GPS, dados do telefone, etc).

O navegador GPS, aliás, tem mapa com informações sobre o trânsito e modo de inserir informações semelhante ao do Waze e Wi-Fi a bordo, que será gratuito durante todo o primeiro ano. Após esse período, os preços são definidos.

Porém, se o usuário quiser criar um roteador Wi-Fi no carro, paga-se entre R$ 40 e R$ 100. Os pacotes são fechados diretamente com a Tim, parceira da Fiat. Até oito aparelhos podem ser conectados. Outro destaque é o aplicativo My Uconnect, que promove interação entre Toro e smartphone.

Remotamente, dá para travar e destravar, além de ligar e desligar o carro. É possível monitorar a localização por meio do mapa, saber a autonomia e receber alerta de serviços. Outros destaques são o sistema de concierge e o socorro mecânico acessado a bordo.

A Toro tinha apenas uma entrada USB do tipo A na frente. Agora, ganhou também uma do tipo C, além de um carregador de celular por indução, que dispensa fios. Além disso, na versão Volcano, o painel agora é virtual e configurável.

Outro destaque é o sistema de leitor de faixas, muito preciso na correção da direção. Inclusive, vai muito bem em curvas.

O que a Toro tem de pior

Os números preliminares divulgados pela Fiat já haviam mostrado que, na teoria, o consumo não havia melhorado. Na prática, também não. Rodei 200 km com o modelo em um dia, com etanol, em um misto de cidade e rodovias de alta velocidade.

Minha melhor média foi de 7,1 km/l, a mesma do modelo 1.8. Infelizmente, o consumo não melhorou. Mas, pelo menos, agora a Toro flexível anda bem.

Falta nitidez nas imagens projetadas pela câmera traseira. O multimídia, apesar de rápido na maior parte das funções, mostra-se lento em alguns momentos, como para carregar os mapas do navegador GPS.

Outro ponto negativo é a ausência de saída de ar para os passageiros de trás na versão Volcano. Além disso, o controlador de frenagem não tem função de reduzir a velocidade do carro, acompanhando os veículos do veículo à frente. Ele apenas acelera a Toro até a velocidade estipulada. A frenagem é por conta do motorista.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/primeira-classe/2021/05/17/o-que-a-nova-toro-volcano-13-turbo-2022-tem-de-pior-e-de-melhor.htm