Tesla Model Y: como é dirigir o SUV que muda o que sabemos sobre carros

Jorge Moraes

Jornalista, Jorge Moraes trabalha com o segmento automotivo desde 1994. Presente nos principais salões internacionais, é editor do caderno de Carros no Diário de Pernambuco, diretor e apresentador do programa Auto Motor na Band, e âncora do programa CBN Motor na rádio CBN Recife.

Colunista do UOL

29/12/2020 04h00

Quem aqui sonha em dirigir um SUV da Tesla? Eu sonhava. Um esportivo que não emite um ronco. Um carro fácil de guiar, baixo para as lombadas e suave nas manobras.

De suspensão firme, escolha o modo de condução e curta o supertecnológico que praticamente não tem um botão na cabine. A chave é um cartão tipo tarjeta de entrada na porta do quarto de um hotel. Basta estar presente e o carro será ligado. Foi embora, saiu dele, desliga sozinho.

É assim que podemos definir rapidamente o Tesla Model Y que testamos no Recife. O carro é pura inovação. Entretanto, antes de pagar na faixa dos R$ 700 mil pelo veículo, é preciso repensar tudo que aprendemos sobre a condução de um automóvel. Nada é igual a um Tesla. Acredite.

A começar pelo seu visual. Apesar da simplicidade do desenho, as linhas arredondadas do Model Y são hipnotizantes. Maçanetas embutidas, câmeras escondidas e sensores por todos os lados.

O Tesla de teto panorâmico é feito para impressionar e registrar tudo a sua volta. As câmeras são vigilantes e o crossover do Model 3, carro mais vendido da marca, é o máximo. A performance também tem rodas de liga leve de 19 polegadas.

Mas preciso contar da Long Range, que não vejo necessidade, mas ela oferta autonomia de 505 km (graças a uma bateria de 75 kWh) e um motor em cada eixo (potência aproximada de 350 cv).

Mas quer saber? Nada impressiona mais do que o interior do Model Y. Aqui vale o sentimento de “ame ou odeie”. Não tem meio-termo. É o total desapego a praticamente tudo que estamos conquistando com a tecnologia atual. Painel digital ou 3D, botão de partida, freio de mão eletrônico? Esqueça tudo isso. Dentro de um Model Y tudo se resume a uma tela de 19 polegadas sensível ao toque. Uma Big tela.

Esse tablet pendurado no console central é o cérebro do carro. Para ligar o veículo basta entrar nele com a chave em formato de cartão. Para desligar, basta sair. Os demais comandos (todos) estão concentrados na tela.

Até mesmo para direcionar a saída do ar-condicionado você tem que usar o tablet. As funções dele são muitas. Experimente abrir e fechar a mala ou direcionar a cortina de ar. Tem mais: desde a direção autônoma até a joguinhos eletrônicos de alta definição para passar o tempo em uma espera no estacionamento.

Só torça para que essa bendita e mágica tela não dê problema, pois sem ela você não fará nada dentro de um Tesla Model Y. Sabe a parte do corpo vital ao homem? O coração do 100% elétrico de autonomia na base dos 400 km.

Se o tablet é o coração do Model Y, podemos dizer que o Tesla tem dois corações. São dois motores elétricos nos eixos que entregam 462 cv de potência e incríveis 64 kgfm de toque instantâneos. Com essa patada na aceleração, o elétrico chega aos 100 km/h em apenas 3,7 segundos e a tração é traseira.

A autonomia passa dos 400 km. Depois, é só recarregar as baterias e seguir na diversão. Recomendo uma estação para a recarga e uma cadeira ao lado para ficar olhando e criar intimidade com o design, meio esquisito na frente, mas implacável atrás.

* Agradecimento à JBS Motors e Paito Motors

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/jorge-moraes/2020/12/29/tesla-model-y-como-e-dirigir-o-suv-que-muda-o-que-sabemos-sobre-carros.htm