SUVs improváveis: Mini Countryman e outros modelos que fazem muito sucesso

Rafaela Borges

Rafaela Borges é jornalista automotiva desde 2003, com passagens por Carsale e Estadão. Escreve sobre o mercado de veículos, supercarros, viagens sobre rodas e tecnologia.

Colunista do UOL

30/11/2020 04h00

Existem marcas que são associadas a um segmento específico de carros. Ferrari e Lamborghini sempre foram fabricantes de esportivos, assim como a Porsche. A Jeep e a Land Rover produzem SUVs, e a FCA criou uma bandeira específica para picapes, a RAM. A Mini se popularizou no mundo com variações do hatch Mini Cooper.

Land Rover e Jeep são mais fiéis às origens. A americana até tem uma picape, a Gladiator, mas essencialmente é uma fabricante de utilitários-esportivos. Já Lamborghini, Porsche, Mini e Ferrari tiveram de desafiar os fãs puristas e ingressar em um novo segmento.

Era uma jogada arriscada, pois estava claro que os entusiastas achariam estranho ver um SUV produzido por uma marca de esportivos. Por outro lado, era uma aposta para trazer novos clientes e aumentar o alcance, vendas e lucratividade das montadoras.

Na maioria dos casos, o segmento escolhido foi o de SUVs. Hoje, a Porsche já tem três modelos do segmento em sua gama: Cayenne, Macan e o novato Cayenne Coupé. Os carros estão entre os mais vendidos da fabricante.

O pioneiro, Cayenne, fez tanto sucesso que, além de colocar as finanças da Porsche novamente no azul, levou a marca a fazer uma oferta pelo poderoso Grupo Volkswagen – mas foi este que acabou comprando a fabricante de esportivos. Outras empresas especializadas em carros apimentados seguiram o exemplo.

O Urus, da Lamborghini, hoje é o mais vendido da marca no Brasil. E até a Ferrari vai entrar na onda. O Purosangue, primeiro SUV da montadora, está confirmado para 2022.

Novo Countryman próximo da liderança

A Mini acaba de lançar no Brasil a linha 2021 do Countryman, que recebeu mudanças no visual, mais equipamentos e reposicionamento de versões. Junto com o lançamento, veio uma notícia.

O Countryman, que anos atrás parecia improvável para uma marca como a britânica, já é o carro mais vendido da Mini em diversos mercados. No brasileiro, é segundo colocado, mas vem ameaçando o líder, Mini de quatro portas, e se aproximando da primeira posição.

A marca classifica o Countryman como SAV, mesmo classificação que sua dona, a BMW, dá para modelos como X1 e X3. É uma nomenclatura que o grupo adotou para identificar seus SUVs com aptidão mais urbana.

O novo Mini Countryman, na prática, é um SUV urbano, como a maioria dos modelos classificados atualmente como utilitários-esportivos. Embora tenha tração 4×4 em três das quatro versões, usa esse sistema para aprimorar a dirigibilidade e a estabilidade, sem grandes pretensões aventureiras.

Carro para público urbano

Não é os aventureiros que a Mini quer cativar com o carro, e sim aqueles que são fãs da marca, mas precisam de mais espaço e conforto. O Countryman tem um bom porta-malas, de 405 litros, e espaço traseiro razoável.

Embora exiba visual que o identifica como um autêntico carro da marca britânica, na prática é bem mais macio que os hatches e conversíveis da linha. Sua suspensão traz uma certa suavidade que não é típica da marca, embora ele mantenha boa aptidão para fazer curvas.

Assim como a Porsche, a Lamborghini e outras marcas, a Mini deu ao público o que o público quer não apenas no Brasil, mas na maior parte do mundo: um utilitário-esportivo urbano. Com características do segmento, mas sem abrir mão da identificação com a marca.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/primeira-classe/2020/11/30/countryman-e-outros-suvs-improvaveis-que-fazem-muito-sucesso.htm