Serena salva set point, vence jovem russa e marca duelo com Sabalenka
12/02/2021
Alexandre Cossenza
Alexandre Cossenza é bacharel em direito e largou os tribunais para abraçar o jornalismo. Passou por redações grandes, cobre tênis profissionalmente há oito anos e também escreve sobre futebol. Já bateu bola com Nadal e Federer e acredita que é possível apreciar ambos em medidas iguais. Contato: [email protected]
Colunista do UOL
12/02/2021 00h54
Em um set com 25 erros não forcados, Serena Williams esteve a um ponto de ver a jovem Anastasia Potapova (19 anos, #101 do mundo) abrir uma vantagem importante no duelo desta sexta-feira, válido pela terceira rodada do Australian Open. A russa, contudo, fez cinco duplas faltas quando sacava para o set, perdendo até um set point, e permitiu a virada da veterana. A ex-número 1, hoje com 39 anos, acabou triunfando por 7/6(5) e 6/2.
O resultado ao mesmo tempo coloca Serena nas oitavas e cria expectativa para um belíssimo duelo daqui a dois dias. A americana vai encarar a bielorrussa Aryna Sabalenka (#7), que já faz sua melhor campanha no Australian Open. Enquanto Serena busca seu 24º título de slam em simples, Sabalenka tentará alcançar as quartas de um slam pela primeira vez na carreira. Será o primeiro jogo entre elas no circuito.
Como aconteceu
Como em muitas outras ocasiões em anos recentes, Serena entrou em quadra pouco afiada e mostrando pouca energia. Diante de uma adolescente motivada e que errava pouco, o cenário não foi nada bom para a veterana nos primeiros games. Enquanto Serena acumulava erros, Potapova pressionava. A americana salvou três break points no segundo game e mais cinco no sexto game, mas acabou quebrada quando a russa encaixou um backhand vencedor.
Potapova, porém, vacilou no game seguinte. Com uma dupla falta e mais três erros, a adolescente cedeu a quebra de volta. Foi, contudo, um pequeno deslize. No oitavo game, a russa voltou a quebrar o poderoso saque de Serena ao chegar uma curtinha ruim e executar uma esquerda cruzada indefensável. Com 5/3 no placar, entretanto, Potapova fez cinco duplas faltas – sim, no mesmo game – e se quebrou. Ainda assim, o resto do set foi equilibrado e só terminou no tie-break. A russa teve suas chances e chegou a sacar em 5/3, mas cometeu quatro erros seguidos (só um forçado) e viu a favorita fechar a parcial em 7/6(5).
In the time it took me to write this tweet, Potapova could have added 2 fingers. 5 DFs while trying to serve out the set. pic.twitter.com/b3goyDzLaB
— Tennis GIFs (@tennis_gifs) February 12, 2021
Potapova abriu o segundo set com mais uma quebra de saque, voltando a jogar bem, como se o fim do primeiro set estivesse ficado no passado. A partir daí, porém, o jogo mudou radicalmente. Serena ganhou um rali espetacular para abrir o segundo game e disparou para quebrar o saque da adolescente duas vezes seguidas. Com 4/1 atrás, Potapova pediu tempo médico e voltou para o jogo confirmando o serviço, mas já era tarde para reagir contra uma Serena que já não errava tanto. Com um winner de backhand, a americana confirmou o serviço para abrir 5/2. No game seguinte, registrou outra quebra para avançar às oitavas.
O que significa
O começo lento e os 25 erros não forçados do primeiro set devem preocupar Serena (foram 31 falhas no total). Depois de duas boas atuações do começo ao fim, o jogo desta quinta trouxe à tona novamente uma versão da americana que corre riscos e fica mais tempo em quadra do que o necessário para uma atleta de seu calibre. Isso é especialmente ruim para uma veterana de 39 anos que, espera-se, terá jogos bastante duros pela frente nas próximas fases.
Diante de uma Sabalenka que vem em grande forma (ganhou 18 de seus últimos 19 jogos) e parece pronta para sua primeira grande campanha em um slam, Serena precisará estar afiada e se movimentando muito melhor para devolver as pancadas da bielorrussa desde os primeiros minutos. A previsão é de um jogo quente, com poucas trocas longas e duas tenistas brigando pelo controle dos ralis desde o primeiro golpe de cada ponto. Quando duas atletas têm bolas tão pesadas, a eficiência no primeiro ataque é decisiva.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
