Ser cara de pau pode te ajudar na carreira

João Branco

João Branco tem mais 20 anos de experiência em grandes marcas e trabalha desde 2014 no McDonald’s, onde é o Diretor de Marketing e lidera o talentoso time que está batendo todos os recordes de vendas da história do Big Mac. João estudou em algumas das melhores universidades do mundo mas aprendeu no “Méqui” o que nenhuma aula teórica foi capaz de ensinar: que o resultado sempre vem quando o consumidor ama muito tudo isso.

Colunista do UOL

03/02/2021 04h00

As portas se abrem mais para quem toca mais as campainhas. Essa é uma certeza que eu tenho. Na sabedoria popular chamamos de “quem não chora, não mama”. E, para os mais apegados com a fé, vale lembrar que até Jesus falou que “aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.

No mundo corporativo chamamos isso de “iniciativa” – a arte de tirar o traseiro da cadeira e correr atrás do que é necessário.

É claro que ter um currículo bonito chama a atenção. Mas o mercado está cheio de gente teoricamente boa que não é tudo isso na vida real. E cheio de gente que ainda não teve oportunidade de receber preparo técnico, mas que tem atitudes incríveis.

Dizem que o mundo é dos espertos. Pois eu acho que é dos caras de pau. O dicionário traz um significado mais negativo para essa expressão. Mas estou falando de um “cara de pau do bem”: desinibido, desembaraçado, corajoso, proativo. Alguém que não tem vergonha de “se apresentar para jogar”.

Eu conheço gente que escreveu para a presidente de uma grande universidade e conseguiu uma bolsa de estudos. Outra pessoa mandou uma mensagem para o autor do livro mais incrível que já leu e conseguiu um café que valeu por uma aula particular. Conheço ainda alguém que ligou para a pessoa mais talentosa que ela conhecia e conseguiu um emprego simplesmente porque perguntou na hora certa: “O que eu preciso fazer para trabalhar com você?”.

Quando eu tinha 21 anos de idade, escrevi um artigo e mandei como sugestão para um dos maiores jornais do País. Eu era apenas um aprendiz anônimo que não conhecia absolutamente ninguém na redação. Mas tenho guardado até hoje o jornal impresso com a minha primeira publicação. Eles demoraram 6 meses, até que um dia precisaram de um texto como o meu. E tenho mais um estoque de bons exemplos como esse para compartilhar.

É claro que eu também já ouvi muitos “nãos”. Principalmente nas vezes em que eu não soube me conectar direito com a pessoa. Mas sabe o que eu descobri? Que ouvir um “não” dói menos que o sentimento de nunca ter tentado.

Se eu pudesse te dar 3 dicas práticas para aumentar a sua chance de ser um cara de pau bem sucedido, diria:

  1. Coloque-se no lugar de quem vai receber a sua mensagem. Pense no seu contexto, nas suas preocupações, na sua rotina diária e tente imaginar: o que faria essa pessoa prestar atenção em mim?
  2. Tente oferecer algo ao invés de pedir. Pode ser um elogio, um feedback, uma chance de dar uma aula na sua faculdade, uma análise que você fez sobre um projeto ou qualquer coisa útil. De cada 100 mensagens que recebo de desconhecidos, apenas 2 estão me mandando algo que é útil pra mim. Adivinha em quais eu presto mais atenção?
  3. Seja menos interesseiro e mais interessante. Não fui eu que inventei essa expressão, mas ela é genial.

Depois de um bom estudo, o investimento que mais vale a pena na carreira é certamente um pote de óleo de peroba.

Se quiser falar mais sobre isso, me siga nas redes sociais:

Linkedin: @falajoaobranco

Instagram: @falajoaobranco

Twitter: @falajoaobranco

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/joao-branco/2021/02/03/carreira-promocao-trabalho-vaga-atitude-competencia.htm