Se Abel Ferreira e Cuca esperavam que River Plate e Boca Juniors poupariam seus titulares no clássico desta noite, se enganaram.
Aliás, o Brasil inteiro se surpreendeu porque contraria os usos e costumes nacionais.
Ainda mais no caso do River que enfrentará o Palmeiras já nesta terça-feira. O Boca pegará o Santos só na quarta.
Mas, a exemplo do que fez Jorge Jesus no Flamengo, tanto Marcelo Gallardo com Miguel Ángel Russo optaram por manter ritmo de jogo e atuar à vera, sem medo de lesões ou cansaço para as semifinais continentais.
Poupado, no Boca, só Tevez, aos 37 anos, e assim mesmo apenas até os 11 minutos do segundo tempo.
E, de fato, jogaram para valer, muitas vezes com rispidez, sob arbitragem que deixou o jogo correr, sem a marcação de faltinhas também tão a gosto de nossos apitadores.
Aos 13 minutos da etapa final, no entanto, usou a tarjeta vermelha e expulsou o xeneize Campuzano.
Na Bombonera, os milionários propuseram o jogo e os xeneizes reagiram.
Quando parecia que os visitantes abririam o placar, quem marcou foi o ex-cruzeirense Abila, aos 10 minutos de jogo.
Abel Ferreira deve ter aproveitado para ver que a partida de depois de amanhã terá o rival girando a bola sem parar, explorando os dois lados do campo com muita competência, ao mesmo tempo que deixa espaços para a exploração dos contra-ataques.
E Cuca certamente confirmou o sabido, sobre como é traiçoeiro e matreiro o Boca, capaz de aproveitar qualquer vacilo.
Mesmo com um jogador a menos, por duas vezes esteve mais perto de fazer o segundo gol do que de levar o empate.
Clássico bom para se observar qualidades e defeitos porque ninguém tirou o pé ou se preocupou em esconder o jogo.
Aos 28′, Girotti empatou, de cabeça e de joelhos.
Os dois gigantes portenhos estão certos de que farão nova final continental, desta vez no Maracanã, depois de tê-la feito no Santiago Bernabéu.
E o River parece confiante de que vencerá de novo, porque, aos 31′, também de cabeça, com Borré, fez o gol da virada: 2 a 1.
O gol de empate em cruzamento pela direita. O da virada, pela esquerda.
Como ninguém dava nada de graça para ninguém, Enzo Pérez também foi expulso e o jogo ficou dez contra dez.
O Boca se aproveitou, Tevez deu com açúcar para Villa empatar.
E entre mortos e feridos salvaram-se todos com o empate final.
Resta saber quais serão os resultados dos hermanos contra nosotros.
Uma lição já nos deram: poupar demais cheira a exagero.
