Quem são os ‘influenciadores digitais do bem’ que acompanharam Malala em sua viagem pelo Brasil


Malala posa ao lado de Jérôme Jarre (esq.), Elaine Welteroth e Juanpa Zurita no Pelourinho, em Salvador — Foto: Divulgação/Luisa Dörr/Malala Fund

Malala posa ao lado de Jérôme Jarre (esq.), Elaine Welteroth e Juanpa Zurita no Pelourinho, em Salvador — Foto: Divulgação/Luisa Dörr/Malala Fund

Nesta semana, a ativista paquistanesa três brasileiras selecionadas para integrar a rede de ativistas de Malala, da fotógrafa brasileira Luisa Dörr e da equipe que trabalha no Fundo Malala, a trupe que percorreu o Brasil também contou com a presença de três influenciadores digitais que, pela primeira vez, tiveram acesso irrestrito à mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz.

Desconhecidos do grande público brasileiro, Elaine Welteroth, dos Estados Unidos, Juanpa Zurita, do México, e Jérôme Jarre, da França, arrastam milhões de seguidores pelas redes sociais. Eles foram escolhidos para a viagem, porém, pelo que decidiram fazer com a audiência que acumularam durante os anos: campanhas voluntárias de solidariedade e debates sobre direitos humanos e igualdade.

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“Ela já havia conhecido todos os três em outras ocasições, queria conhecê-los melhor e também acreditou que eles poderiam amplificar sua mensagem em prol da educação e igualdade para meninas”, afirmou a equipe de comunicação do Fundo Malala ao G1.

Com acesso irrestrito à paquistanesa e hospedados nos mesmos hoteis, os três percorreram o Brasil ao lado dela e postaram detalhes em suas redes sociais. No Pelourinho, em Salvador, Malala amarrou uma fita do Senhor do Bonfim no pulso de Elaine e pediu que ela fizesse um pedido.

Além disso, eles passaram dois dias no Rio, onde visitaram o Pão de Açúcar com bailarinas do projeto Na Ponta dos Pés, em um restaurante em Santa Tereza. Na sexta-feira (13), eles já estavam de volta a seus países.

“Ela realmente adorou tê-los na viagem. Isso fez do período de Malala no Brasil ainda mais significativo: as meninas que conhecemos inspiraram Malala, mas também Elaine, Juanpa e Jerome – três pessoas a mais que podem ajudar a contar suas histórias”, informou o Fundo Malala.

Ao lado de Malala, Jérôme Jarre, Juanpa Zurita e Elaine Welteroth aplaudem apresentação do Olodum em Salvador — Foto: Egi Santana/G1

Ao lado de Malala, Jérôme Jarre, Juanpa Zurita e Elaine Welteroth aplaudem apresentação do Olodum em Salvador — Foto: Egi Santana/G1

Conheça o trabalho de cada um deles:

Igualdade de gênero e racial

Aos 31 anos, a californiana Elaine Welteroth já entrou para a história do jornalismo americano. Em 2016, ela foi incluída na lista de 100 afroamericanos mais influentes e, em 2017, foi promovida ao cargo de editora-chefe da revista Teen Vogue. Ela foi a segunda pessoa negra a receber um cargo desses na história centenária da editora Condé Nast, e a mais jovem.

Durante o tempo que passou à frente da revista, Elaine foi responsável por ampliar a diversidade de temas discutidos e expandir o alcance digital da Teen Vogue, incluindo a cobertura das eleições presidenciais. Depois que a edição impressa da revista foi extinta, Elaine, que trabalhou na editora durante cerca desde 2011, decidiu, no início do ano, dedicar seu tempo a manter sua marca pessoal, principalmente seu perfil no Instagram, onde tem 270 mil seguidores.

De entrevistadora, ela passou a entrevistada, palestrante e moderadora de eventos, além de ser convidada para viagens como a de Malala. Seu foco nos dias em que passou no Brasil foi destacar os aspectos da cultura brasileira influenciados pela negritude, e o desafio de colocar todas as brasileiras na escola.

“Hoje, 1,5 milhão de meninas têm o direito à educação negado no Brasil. 1,5 milhão! Apesar de esse número ser chocante, infelizmente é só uma pequena parte das 130 milhões de meninas no mundo que enfrentam a mesma injustiça. A notícia positiva é que isso significa que nosso objetivo de superar essa crise no Brasil é alcançável, e enquanto estivermos vivos!” – Elaine Welteroth

Our first stop in Rio: @RedeNami, an incredible open-air museum and after-school refuge in the favela that teaches black feminism through the art of graffiti. Most of the Afro-Brazilian girls who train here are from shelters or are escaping domestic violence. But their creativity gives them a powerful voice in this community. We got to hear the pride in their voices as they shared their art, their knowledge, and their stories about some of the daily challenges they face. As we drove up the hill to meet them, we saw this stunning mural of @Malala that the founder painted in just two hours in the rain as a welcome gift for our visit. After they taught us more about the life and assassination of the Brazilian feminist activist #MarielleFranco, we were handed some spray paint and we joined in painting a graffiti portrait in her honor. Swipe to hear a POWERFUL spoken word piece from one of the girls @andreabak_. I’m going to post her YouTube and some of her words translated in English because her work is DOPE. The Afro-Brazilian history and the current discrimination she describes isn’t far off from the experience of so many Black Americans today. Much more to come…🖤🇧🇷

Milhões arrecadados para a África e os refugiados

Juanpa Zurita é mexicano, tem 22 anos e um canal no YouTube com oito milhões de inscritos, onde começou produzindo vídeos humorísticos caseiros. O mais jovem da turma de “influenciadores do bem” escolhidos para a viagem com Malala, ele foi eleito em 2015 o “ícone do ano” pela MTV Latinoamérica, e desde 2016 também virou modelo de marcas como Louis Vitton e Dolce Gabbana.

Já Jérôme Jarre, nascido na França, tem 28 anos e acabou virando uma sensação mundial depois que um de seus vídeos curtos de comédia na plataforma Vine viralizou. O jovem, que afirma ter largado a faculdade porque não queria uma vida monótona e sem riscos, criou uma empresa e passou a fazer uma série de parcerias com marcas que queriam seu estilo de comédia anunciando seus produtos. Mas, de acordo com Jérôme, quanto mais seguidores ele acumulava, mais seletivo ele se tornou, até que passou a dedicar seu tempo com campanhas de solidariedade pelo mundo.

Juntos, Jérôme e Juanpa criaram o “Love Army” (Exército do Amor, em inglês), e uniram outras webcelebridades, além de celebridades da música e do cinema, para arrecadar fundos e doar recursos para diversos projetos. Só em 2017 eles juntaram 2,7 milhões de dólares (quase R$ 10 milhões) para levar água à Somália, outros 2,2 milhões de dólares (R$ 8,3 milhões) para os refugiados rohingya e 1,3 milhões de dólares (quase R$ 5 milhões) para ajudar às vítimas do terremoto no México.

“Como eu e Jérôme somos homens, nós não necessariamente crescemos conscientes do que realmente significa ser uma mulher, ou do preconceito que vem com isso. Nós estamos honrados de agora ter a melhor professora do mundo para isso, e estamos ansiosos para aprender como também podemos fazer parte dessa luta pela educação de meninas”, afirmou Juanpa em seu Instagram.

Two years ago we started Love Army from a place of unconditional Love. Unconditional Love means giving without expecting something in return. Today we joined Malala in Brazil to learn about her work for girl’s education. Malala has been supporting, from a place of unconditional Love, many initiatives around the world that help girls receive quality education. Both Jérôme I being men, we didn’t necessarily grow up aware of what it really means to be a woman, or of the prejudice that often comes with it. We are honored to now have the best teacher in the world for this and hungry to learn how we also can play a role in this fight for girls’ education. We don’t think this fight is only for women. Men also can be working hard for girl’s rights, men also can fight for equality, and men also can help each other not fall into the pool and drink coconut water (SWIPE). Sending unconditional love, from Malala, Jérôme Juanpa ♥️

Fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/quem-sao-os-influenciadores-digitais-do-bem-que-acompanharam-malala-em-sua-viagem-pelo-brasil.ghtml