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Por que quase todos os carros têm volante de três raios?
Talvez você não tenha reparado, mas, atualmente, a maioria dos carros tem volante de três raios. Outro ponto curioso é que, em muitos veículos, esse componente não é mais perfeitamente circular: modelos com a base achatada também se tornaram comuns. Por que isso ocorre?
O AutoPapo fez essa pergunta a um designer da indústria automobilística e também a uma ergonomista. E, acredite, as respostas estão muito mais relacionadas a questões sensoriais do que técnicas.
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É o que explica Rafael Peixoto, chefe de design de interiores da Stellantis para a América do Sul. Ele afirma que não há qualquer razão técnica para o predomínio do volante de três raios. Trata-se simplesmente de uma solução clássica de design para o componente, utilizada há décadas pela indústria.
O volante é a roda do interior, tamanha a influência e a relevância que ele exerce na composição. Antes mesmo de tocá-lo, ele já diz muita coisa sobre o tipo de carro que você está prestes a dirigir.”
De acordo com Peixoto, os designers passaram a ter mais liberdade para conceber as carrocerias dos veículos, o que trouxe reflexos para o habitáculo. Ele lembra que, até pouco tempo atrás, o volante com base achatada era utilizado apenas em modelos de corrida: assim, incorporado aos carros de passeio, esse elemento dá um ar de esportividade ao interior.
Volante de dois raios é tendência
Porém, o designer pondera que novas soluções já estão sendo adotadas pela indústria. “Há uma forte tendência para o volante de dois raios, já observado em alguns concept cars. Ele tem aparência mais leve e deixa o interior mais clean”.
Como exemplo, vale citar a Chevrolet, na última safra do Corvette.
Como o motorista está constantemente em contato com o volante, o designer afirma que essa peça deve exibir materiais agradáveis ao toque e acabamento impecável. Por fim, ele destaca que o desenvolvimento do componente envolve ainda questões relacionadas à segurança e à usabilidade.
Afinal, o volante abriga o airbag para o motorista, além das teclas para manusear equipamentos do veículo, como os sistemas de áudio e de telefonia. “Os designers têm a missão de processar cuidadosamente todos esses ingredientes”, conclui Peixoto.
Número de raios não interfere na ergonomia
A fisioterapeuta e ergonomista Flávia Gomes Soares, especialista em fazer avaliações ergonômicas em veículos, não vê relação entre a quantidade de raios do volante e o conforto do motorista. Para ela, o importante é que a peça tenha uma pegada apropriada, o que independe da solução de design.
“O local da pega tem que ser mais alargado, porque isso evita a compressão de tecidos moles. Ali, o material deve ser texturizado, para evitar deslizamento acidental”.
Soares salienta ainda que, para proporcionar boa ergonomia a pessoas com diferentes características físicas, o volante deve ter ajustes tanto de altura quanto de profundidade. “O ideal é uma variação de pelo menos 10 cm: com essa medida, é possível atender 85% da população brasileira. Muitos carros até oferecem as regulagens, mas com curso bem menor”, acrescenta.
Volante de um só raio?
Ao longo da história, a indústria automobilística criou diferentes soluções de design para o volante. Embora, atualmente, os componentes de três raios sejam os mais comuns, similares com dois ou com quatro não são tão raros.
Um dos casos mais incomuns é o da Citroën, que adotou volantes de apenas um raio. Vários carros da fabricante, como o DS, o SM e o XM, exibiram tal solução entre as décadas de 1950 e 1980. Outra que apelou para o diferente foi a extinta Austin: no modelo Allegro, a peça tinha formato quase quadrado.
Posição correta para dirigir? Confira as dicas do Boris Feldman no vídeo!
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Fonte: https://autopapo.uol.com.br/noticia/carros-volante-tres-raios/