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Palmeiras e Grêmio dão água na boca, mas convém não esperar tanto da final
Julio Gomes
Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa – a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.
O empate entre Palmeiras e Grêmio, ontem, foi péssimo para as pretensões de ambos no Brasileiro. Com os seguidos tropeços de São Paulo e Flamengo e a inconsistência do Atlético, o campeonato está aberto. Era necessário ganhar para botar pressão, subir, ficar ali no cangote.
O Palmeiras destruiu o Grêmio no primeiro tempo, poderia ter virado com uns três gols de vantagem. Mas só fez 1 a 0 – o gol perdido por Rony foi o mais absurdo dos gols perdidos, talvez do jogo, talvez do campeonato inteiro. No segundo tempo, o Grêmio melhorou muito. Mereceu o empate e estava mais inteiro no fim do jogo, quase virou. No fim, ficou para ambos o gosto de poder ter vencido, de três pontos que escaparam.
A boa notícia? A final da Copa do Brasil ainda está longe, mas os dois times nos deixaram com água na boca. A priori, a decisão será em fevereiro. Mas, se o Palmeiras for campeão da Libertadores (e tiver que jogar Mundial), a Copa do Brasil fica para março ou abril, depois do Brasileirão.
Foi um enorme jogo de futebol no Allianz Parque. Um jogo com dinamismo, velocidade, intensidade. Neste ano de pandemia, com o calendário estrangulado, os jogos bons, que até estavam acontecendo aqui e ali, rarearam. Mas o Palmeiras x Grêmio da sexta à noite “valeu o ingresso” – apenas força de expressão.
Finais costumam ser diferentes. O mata-mata torna a atmosfera mais apreensiva, tensa e o futebol acaba ficando quase em segundo plano, já que o resultado é a prioridade total. Pensem nos jogos horrorosos que o Grêmio fez contra o São Paulo. Ou mesmo na partida de volta do Palmeiras contra o River. É quase surreal pensar que aqueles times fizeram a partida que fizeram ontem.
Dá água na boca pensar na final entre eles. Mas talvez seja melhor ser prudente.
Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/julio-gomes/2021/01/16/palmeiras-e-gremio-dao-agua-na-boca-mas-convem-nao-esperar-tanto-da-final.htm