Novo Nissan Kicks 2022: o que versão Exclusive tem de pior e de melhor

Rafaela Borges

Rafaela Borges é jornalista automotiva desde 2003, com passagens por Carsale e Estadão. Escreve sobre o mercado de veículos, supercarros, viagens sobre rodas e tecnologia.

Colunista do UOL

01/03/2021 04h00

Um dos SUVs mais bem-sucedidos do Brasil, o primeira grande mudança. O carro lançado em 2016 chega às lojas em março com visual reestilizado e mais tecnologia, além de alterações mecânicas.

Mas não no motor. O 1.6 aspirado permanece sem mudanças, em conjunto com o câmbio CVT. Testei a nova versão topo de linha do Nissan Kicks 2022, a Exclusive, que substitui a SL. Aqui, listo o que o carro tem de melhor e de pior.

O que o Kicks 2022 tem de melhor

Quando foi lançado, em 2016, o Kicks era o SUV compacto com melhor pacote tecnológico. Vinha com câmeras 360 e controles de chassi na versão de topo, além da frenagem autônoma de emergência. A concorrência correu atrás, principalmente o Volkswagen Nivus e o novo Chevrolet Tracker, e o Nissan deixou de ser destaque.

Até agora. Graças a uma nova câmera atrás do retrovisor traseiro, o Kicks ganhou uma tecnologia inédita na categoria: os faróis full-LEDs anti-ofuscamento. Essa câmera também deixou a frenagem autônoma de emergência mais eficiente.

O Kicks Exclusive traz ainda um sistema de som premium da Bose que permite uma experiência diversificada. Graças às caixas instaladas no apoio para a cabeça do banco do motorista, o som pode ficar mais próximo ou mais distante, como se o usuário estivesse assistindo a um show realizado em um palco. É muito legal.

O Kicks Exclusive manteve os recursos do modelo anterior e acrescentou alguns. Há leitor de faixas com aviso de saída e sistema anti-colisão para saídas de estacionamento (ele apenas avisa a aproximação de outro carro, mas não aciona a frenagem). Ou seja: tecnologia voltou a ser um destaque do Nissan.

O visual também ficou bem interessante, com a grade maior, bem imponente, e o belo formato dos faróis. O porta-malas de 438 litros sempre foi um destaque na categoria: é um dos melhores.

A dirigibilidade do Kicks é um destaque em seu segmento, e ficou melhor. A Nissan fez mudanças na suspensão traseira e na direção para deixar o carro mais firme em curvas e com menos balanço de carroceria. O efeito pode ser bem sentido em um teste em pista travada.

O que o SUV tem de pior?

Essa resposta é fácil: o conjunto motor-câmbio. A Nissan perdeu uma bela oportunidade de resolver um antigo problema do Kicks: a falta de ímpeto. O carro é um dos mais leves do segmento, mas ainda assim é lento.

Rodando na cidade, no dia a dia, os 114 cv e os 15,5 mkgf a 4.000 rpm não chegam a incomodar tanto. Porém, nas retomadas mais fortes, para ultrapassagens ou subidas, o Kicks continua sofrendo bastante.

Não é só por causa do motor. O hatch March, com o mesmo propulsor, era bem rapidinho na versão manual. É que câmbios do tipo CVT já não primam por ajudar na agilidade. São mais dedicados ao conforto e à redução do consumo de combustível.

E o CVT do Kicks não é nenhuma obra-prima, embora tenha um ajuste melhor que o mesmo modelo usado no Duster, da marca “irmã” Renault.

Outra boa oportunidade que a Nissan perdeu foi a de introduzir saída de ar-condicionado para os passageiros do banco de trás. Muitos rivais não têm esse recurso, mas quase todos os que estão se renovando ou são novatos na categoria já passaram a vir com essa facilidade.

A central multimídia está de interface nova, mas o uso continua um pouco confuso e as respostas à tela sensível ao toque, lentas. É mais fácil comandar o sistema pelos botões na lateral.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/primeira-classe/2021/03/01/o-que-o-novo-nissan-kicks-exclusive-tem-de-pior-e-de-melhor.htm