Neto fala sobre fase política na Band: “Não posso falar apenas de futebol”

Gabriel Vaquer

Gabriel Vaquer cobre mídia esportiva desde 2014. No UOL Esporte, conta detalhes do evento onde seu time joga e onde seu profissional de TV esportiva favorito vai trabalhar.

07/03/2021 04h00

A fase mais politizada do craque Neto no programa “Os Donos da Bola”, da Band, tem chamado a atenção dos telespectadores. Desde o início da pandemia, o ídolo do defendeu o colega Casagrande de acusações feitas pela ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel.

A coluna falou com o ex-jogador sobre os motivos de ter começado a abordar mais assuntos fora do futebol em seu programa.

A verdade é que eu tive o entendimento que futebol não é só futebol. Eu tive o entendimento que não podia só me restringir a falar de futebol, do que acontece no campo. Notei que a gente precisava falar das coisas que estão acontecendo no meio político e social. Ou seja, de todas as coisas que estão acontecendo. Ainda mais em um momento como esse, de pandemia.”

Ajuda o fato de a Band dar liberdade editorial para o apresentador, como ele mesmo ressalva. “A Band me dá a liberdade para falar com responsabilidade. E é muito legal o que fazem todos os executivos —o Denis Gavazzi, o Antônio Zimmerlle, o André Aguera, o Rodolfo Schneider, o Fernando Mitre, o Johnny Saad…”, conta.

O único cuidado do Neto têm sido alinhar o noticiário geral com a linha editorial da emissora, para não desrespeitar companheiros de canal e não falar algo que não está correto.

Para Neto, esse momento é um dos melhores de sua carreira.

Eu tenho que saber a linha em relação ao jornalismo da Band, mas, se eu quiser, posso pensa diferente. Por outro lado, tenho uma liberdade incrível e fico muito feliz por isso. Estou em uma das melhores fases da minha carreira. Acho que o futebol é uma coisa muito importante, mas eu acho que posso fazer e falar sobre outras coisas também, sem ser só futebol. Não posso falar apenas de futebol.”

Momentos políticos de Neto

Desde o ano passado, Neto criticou Jair Bolsonaro em novembro do ano passado quando o presidente afirmou que o Brasil era um “país de maricas”. “Quando o presidente fala que somos um país de maricas, como você pode acreditar no povo? Como você pode acreditar que o povo é trabalhador, que estamos passando uma fase desgranhenta, as pessoas arrebentando para trabalhar…. Nós somos um povo de maricas?”

Ele também defendeu a compra de vacinas contra covid-19 imediatamente na edição da última sexta-feira (5): “Compro para quem precisar. Pode ser meu pior inimigo. Eu não tenho inimigo. Mas, se ele precisar de vacina, eu o ajudo. Por sinal, deveriam ter comprado 70 milhões de vacinas há seis meses. Se tivesse comprado, estávamos vacinados”.

Por fim, vôlei. “Ana Paula, quando você brigou pelo vôlei? Quando você brigou para que o vôlei —com tudo o que aconteceu, diga-se de passagem, a roubalheira— fosse melhor? Quando você desenvolveu uma opinião para que o vôlei fosse melhor? Agora, você falar do Casagrande. Quem é você para falar do Casagrande?”, perguntou Neto. Posteriormente, Casagrande agradeceu o apoio de Neto em uma “briga que não era dele”.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/gabriel-vaquer/2021/03/07/neto-fala-sobre-fase-politica-na-band-nao-posso-falar-apenas-de-futebol.htm