Museu da Audi completa 20 anos; Munga, o Candango alemão, é destaque

Rodrigo Mora

O blog Mora nos Clássicos contará as grandes histórias sobre as pessoas e os carros do universo antigomobilista. Nesse percurso, visitará museus, eventos e encontros de automóveis antigos – com um pouco de sorte, dirigirá alguns deles também.

Colunista do UOL

15/12/2020 14h00

(SÃO PAULO) Há exatos 20 anos o Audi Museum Mobile, em Ingolstadt, na Alemanha, era inaugurado. E para celebrar as duas décadas de atividade estrearam hoje 34 novas exposições de veículos históricos da marca alemã.

Os carros de corrida dominarão a imponente plataforma giratória que percorre os quatro andares do prédio. A lista inclui A4 DTM, R8 LMP, A4 STW, DKW F11, NSU 1300 TT “Jägermeister”, além dos Quattro de rali do Grupo B.

Com entre-eixos 32 cm mais curto, carroceria feita em alumínio reforçada com fibra de vidro e Kevlar e motor de 306 cv, teve até 1986 apenas 214 unidades produzidas, 14 a mais do que o necessário para se homologar no Grupo B do Campeonato Mundial de Rali. A marca alemã foi campeã da categoria mais temida do rali quatro vezes: em 1982 e 1984 levou o título de construtores e em 1983 e 1984 o de pilotos (com Hannu Mikkola e Stig Blomqvist).

Alguns modelos deixam o museu para “descansar”. É o caso do Horch 303 de 1927, primeiro veículo alemão com motor de oito cilindros, que dá lugar ao Horch 305 de 1928 Landaulet, um dos últimos sobreviventes da linha.

“Também entrando na exposição está o Audi Front Roadster de 1936, do qual agora existem apenas dois e que a Audi Tradition restaurou ao seu estado original anos atrás”, avisa Peter Kober, porta-voz do Audi Tradition, setor da empresa que organiza o acervo história da marca.

“Outros dois carros empolgantes da era pré-guerra também estarão em exibição. Em 1939, o predecessor da Audi, Auto Union AG, apresentou o Horch 930 S, um estudo com uma carroceria aerodinâmica na feira automotiva em Berlim. Outro veículo a ser incluído na exposição permanente é o protótipo DKW F 9 de 1940. A guerra impediu a produção em série dos dois modelos. Os visitantes do Audi Museum Mobile podem vê-los agora”, acrescenta Kober.

Por falar em Segunda Guerra Mundial, a reconfiguração do museu traz à tona o DKW Munga, construído pela Auto Union em 1956. Encomendado pelas forças armadas alemãs há 65 anos, é reconhecido como um dos pilares da empresa no período de reconstrução após o conflito. Dele se originou o DKW-Vemag Candango, lançado por aqui em 1958 e aposentado em 1964 – e cujo nome era uma homenagem aos trabalhadores que construíram Brasília.

Também ganharam espaço no museu modelos mais recentes da Audi, como TT Coupé, A2, Allroad quattro, Duo III e RS 4.

Audi Quattro

Vale lembrar que a Audi também comemorou em 2020 os 40 anos da sua tração integral, que estreou no Quattro, cupê que emprestava plataforma e suspensões do modelo 80 e motor cinco-cilindros em linha do 200.

Curiosidades: 11.452 unidades do Quattro foram feitas entre 1980 e 1991, ante as 400 originalmente planejadas; num leilão em Londres em 2016, alguém mandou ? 486 mil em um Sport Quattro, lançado em 1984 e limitado a 214 unidades; até agora somam-se quase 11 milhões de Audis equipados com tração integral, que também equipa esportivos e elétricos, como o e-tron.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/mora-nos-classicos/2020/12/15/museu-da-audi-completa-20-anos-munga-o-candango-alemao-e-destaque.htm