Marília Ruiz: Triste fim de Policarpo Quaresma e o resultadismo

Marília Ruiz

Tenho 20 anos de jornalismo esportivo: 5 Copas do Mundo, 4 Olimpíadas, muitos Brasileiros, alguns Mundiais e várias Copinhas. Neste blog seguirei fazendo isso: escrevendo sobre futebol. Sem frescura. Sem mimimi. Para versões oficiais dos clubes e atletas, recomendo procurar as assessorias de imprensa.

21/01/2021 12h04

Escrito por Lima Barreto em 1911, “Triste Fim de Policarpo Quaresma” é um dos golaços da literatura brasileira (recomendo fortemente).

Grossíssimo modo, conta a história do major Policarpo, um anti-heroi quixotesco guiado por “nobres” ideais, alguns beirando ao tresloucado (vai parar no hospício). Por causa de seu idealismo radical, Policarpo acaba sendo castigado e sempre se dá mal.

Dentre os poucos defeitos de Lima Barreto, sabe-se que ele não gostava de futebol,

Em 1918 ele escreveu a crônica “Sobre o Football” (busque na internet!), uma das primeiras críticas de vocês da imprensa ao esporte ainda essencialmente bretão. Nosso maravilhoso autor não acreditava que o futebol interessaria ao povo e seguiria sendo coisa da elite. Errou…

Barreto e o seu Policarpo Quaresma realmente não gostavam de futebol, da competição, da estratégia. Não eram resultadistas, eram poéticos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/marilia-ruiz/2021/01/21/marilia-ruiz-triste-fim-de-policarpo-quaresma-e-o-resultadismo.htm