Já fiz de tudo, mas o consumo do carro não baixa!

Não tem jeito: meu carro insiste em consumir mais do que diz a etiqueta do Inmetro, do que está no manual e até de outros iguais ao meu. Não comprei o carro zero km, mas com baixa quilometragem e de um amigo que sempre cuidou bem dele.

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Oficinas não resolveram alto consumo

Já levei o carro a duas oficinas: paguei pela troca de velas e cabos, bobina, limpeza de bicos e corpo da borboleta, regulagem de válvulas, filtros, sensores, mas o consumo não abaixa. Pedi até para conferir se o freio não estaria travando alguma roda. Até a compressão dos cilindros verificada.

Meus cuidados também não…

Observei todas as recomendações da imprensa especializada, de diminuir o peso do pé direito, não esticar muito as marchas e manter a rotação ideal cambiando na hora certa. Não deixo de calibrar pneus toda semana, já mandei alinhar a direção e abasteço sempre num posto de confiança para evitar combustível adulterado. Não carrego peso inútil no porta-malas.

Mas, e os vícios “ocultos”?

Então, se nem as oficinas nem seus cuidados resolveram, existem várias possibilidades enquadradas como vícios ocultos…

mecanico examina motor de carro em oficina

1. Válvula termostática

Tem mecânico que não sossega enquanto não a joga fora. Principalmente se o carro chega fervendo na oficina. E diz que esta válvula só faz sentido em países do Hemisfério Norte, mas que, no Brasil, não passa de besteira dos engenheiros. Se ela foi para o lixo, não tem mais o superaquecimento, mas o motor trabalha abaixo da temperatura ideal, o que provoca aumento de consumo. E se ela foi mesmo retirada do motor?

2. Chip

É simples e barato trocar o chip da central eletrônica e alguns mecânicos oferecem vários atrativos: aumento de potência, ou do torque, conversão do carro a gasolina para flex e outras. Mas a “mágica” não sai de graça e quem paga são consumo e emissões. Conferiu se o do seu carro é o original?

3. Catalisador

O dono anterior nem imaginava, mas alguma oficina desonesta pode ter cobrado pela substituição do catalisador e colocado um pedaço de cano no lugar. E ainda o vende por uma boa grana no mercado por conter metais nobres. E, para apagar a lambança, desliga no painel a luz que alerta para algum “problema” no catalisador.

4. Mass Air Flow Sensor

Em inglês significa “Sensor do Fluxo de Massa de Ar”. Fica junto ao filtro de ar e indica a massa de ar que flui para o motor. A central eletrônica, a partir desta informação, ajusta o volume de combustível para se manter constantemente a relação ideal (estequiométrica) entre ar e combustível. Se este sensor pifa, pode haver um excesso de combustível. E poucos se lembram dele.

5. Pneu Verde

Apesar do nome, é preto mesmo. A cor é função de ele ser ecológico, por reduzir atrito do pneu com o asfalto e, consequentemente, o consumo de combustível. Mas, como custa mais, há quem o substitua pelo normal no momento da troca e, neste caso, o consumo jamais será o declarado oficialmente.

6. Hodômetro

Se o carro teve suas rodas e pneus originais substituídas por maiores e o novo diâmetro total (roda + pneu) for superior, ocorrem diversas distorções. Uma delas no hodômetro. Porque, se o diâmetro é maior, a distância percorrida será também maior que a indicada no hodômetro. Ou seja, ele marcou 10 km mas o carro andou 11 km, por exemplo.

Se as contas de consumo são feitas a partir da distância indicada no painel, elas não conferem. Como o carro rodou mais que o registrado pelo hodômetro, o consumo real é menor que o obtido pelas contas do dono do carro.

Ou quem sabe o problema de consumo é “insolúvel”?

Dono e oficina pelejaram, mas o consumo não se reduziu nem mesmo atacando os tais “vícios ocultos”? Quem sabe ele está elevado devido a fatores externos e insolúveis?

1. Altitude

Sabia que quanto mais alto o morro, maior o consumo, pois mais rarefeito o ar? Exceto carros com motor turbinado, todos os demais sofrem com a altitude cerca de 1% cada 100 metros. Isto significa que a diferença do consumo de um mesmo carro rodando no litoral ou numa montanha com altura de 1.000 metros chega a nada desprezíveis 10%. A que altitude você está?

2. Topografia

Uma coisa é rodar numa cidade plana, como Brasília, por exemplo. Outra é enfrentar constantes subidas e ladeiras íngremes. E está enganado quem acha que o que se gasta de combustível a mais na subida é compensado pela redução na descida… Onde você mora?

Você confia na etiqueta de consumo de combustível do Inmetro? Assista ao vídeo!

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Fonte: https://autopapo.uol.com.br/noticia/consumo-do-carro-nao-baixa/