Já dirigimos: SUV elétrico BMW iX3 anda bem e tem jeito de ‘carro normal’

O mundo dos iX3 coincide totalmente com uma segunda juventude, uma segunda geração após o início pioneiro e decisivo dos modelos i3 e i8. Em um contexto cada vez mais variado de modelos movidos a bateria, para voltar a ter algo a dizer em termos de emissões zero, o fabricante de Munique se concentrou na categoria que atualmente dita a regra: os SUVs.

Ainda não está definido quando este novo SUV elétrico chegará ao Brasil. Afinal, ele começou a ser produzido na China recentemente e ainda está começando a chegar à Europa, então isso deve levar algum tempo. E enquanto esperamos pelo segundo modelo 100% elétrico no portfólio da marca bávara, nosso colega da edição alemã do Motor1, Stefan Wagner, conseguiu testar a novidade para nós.

O que é?

A estética é filha da filosofia “Poder de escolha” da BMW, que tem como objetivo oferecer várias fontes de propulsão para cada modelo da marca. Em relação a um BMW X3, o iX3 pode ser diferenciado por alguns detalhes.

Os acabamentos em azul elétrico de alguns elementos, a grade fechada que obviamente não precisa resfriar nenhum motor de combustão interna, o pára-choque com as novas fendas – aquelas tão úteis para transportar o ar para a bateria – e os aros superaerodinâmicos, um elemento cada vez mais distintivo para veículos elétricos.

BMW iX3 (2021) - avaliação - volante

Interior

Se externamente a questão estética basicamente não muda, por dentro… também. E isso é verdade tanto do ponto de vista positivo quanto do negativo: sem assoalho elevado, sem volume adicional, e nem mesmo mais espaço interno.

Assim é, portanto, com a disposição dos elementos-chave que permaneceram inalterados: a tela localizada na parte central do painel que gerencia o sistema de informação e entretenimento está vinculado ao painel totalmente digital já conhecido nas versões a combustão, mas com o layout comum em veículos emissões zero. Também está presente o seletor no túnel central. O porta-malas continua sendo um ponto forte: de 510 a 1.560 litros.

Motorização

Com a chegada do BMW iX3, surge o sistema eDrive de quinta geração com um trem de força elétrico de 210 kW (286 cv) de potência e 40,8 kgfm de torque. A eficiência – relatada pelos técnicos da BMW – é de 93% e integra o motor elétrico, a transmissão e toda a eletrônica de potência em um único elemento.

Nesta versão de testes, o iX3 tem apenas tração traseira. Na verdade, para ter tração nas quatro rodas ainda teremos que esperar, com uma versão que também verá um segundo motor montado no eixo dianteiro.

Bateria e carregamento

80 kWh, dos quais 74 realmente utilizáveis. Essa é a capacidade da bateria escolhida pela Casa de Munique, capaz de fazer o carro percorrer 460 km com o reservatório cheio de energia de acordo com o ciclo WLTP.

BMW iX3 (2021) no teste

Um sistema que possui uma arquitetura de 400 Volts, compatível com um pico de potência de carga de 150 kW para o carregamento em corrente contínua, enquanto para o carregamento AC atinge um máximo de 11 kW em trifásico.

Como anda?

Então, como esse utilitário elétrico se comporta durante a condução? Pode-se dizer que ele é o mais “normal” dos carros elétricos que dirigimos até agora. O BMW iX3 surpreende positivamente pela aceleração, mesmo que “no pico” ele se estabilize um pouco. Isso está obviamente relacionado à natureza elétrica e à curva de torque naturalmente plana.

Começamos abordando um ponto forte: o sistema adaptativo de recuperação de energia, capaz de se conectar à sinalização rodoviária do sistema de navegação. Por exemplo, se aproximando de cruzamentos, curvas com raio menor, ou com limite de velocidade, mas também com o sensor do radar, conseguindo ajustar o uso da potência da melhor forma e maximizando a recuperação.

Falando em recuperação, quando você tira o pé do pedal do acelerador, o nível de regeneração é automaticamente ajustado para frear o mais suavemente possível em direção ao que é o alvo. Em outras palavras, dependendo da situação, tirar o pé pode ter efeitos diferentes aos quais você precisa se acostumar.

BMW iX3 (2021) no teste

O som do iX3 tem vários “tons”: No ‘Comfort’, a aceleração é acusticamente mais fina e normal para um carro elétrico. No ‘Sport’, entretanto, o carro produz um som talvez excessivo de ficção científica que aumenta quanto mais você pressiona o pedal.

Dinâmica de condução: é um BMW, isso é um fato. O iX3 é o carro não esportivo mais “dinâmico” que testamos. É capaz de atingir velocidades de cruzeiro passando muita segurança, também graças ao seu baixo centro de gravidade, o que é verdadeiramente surpreendente. A direção também consegue dar um feedback surpreendentemente bom, apesar de sua leveza. A estabilidade é o seu ponto forte, aliada a uma tração muito forte.

BMW iX3 (2021) no teste

Quanto custa?

O BMW iX3 pode ser adquirido na Europa tanto com na configuração básica, chamada Inspiring, com um preço a partir de 69.900 euros (R$ 451.700), quanto com uma configuração mais equipada chamada Impressive a partir de 75.900 euros (R$ 490.300).

De série você pode ter, entre outras coisas, o Live Cockpit, o Driving Assistant, a suspensão adaptativa e o Park Assist, além dos faróis de LED e rodas de 19 polegadas. Um preço conceitualmente alinhado com aqueles que são seus oponentes de segmento no mercado de emissão zero.

Fonte: https://insideevs.uol.com.br/reviews/454252/avaliacao-impressoes-suv-eletrico-bmw-ix3/