Honda CR-V é SUV completo que seria popular se não fosse o preço alto

Benê Gomes

Jornalista, produtor e roteirista, atua no setor automotivo desde 2001. É idealizador e diretor do programa Auto+, exibido pela RedeTV. Também dirige e apresenta o programa Momento Vox, no ar pela Band, e é colunista da rádio Transcontinental FM de São Paulo

Colunista do UOL

29/11/2020 04h00

Já com dois anos de vida no Brasil e importado dos Estados Unidos, o Honda CR-V, mesmo com as profundas mudanças que recebeu em sua quinta geração, não se tornou uma figura muito popular em nossas ruas. O preço alto certamente é um dos motivos – ainda mais agora com o dólar nas alturas – mas mesmo assim segue com fãs fiéis em nosso mercado e com bons atributos.

O CR-V ficou bem mais interessante desde que ganhou o atual desenho em 2018, proposta que continua atraente, mesmo passados dois anos sem alteração. Além disso, a plataforma garantiu uma nova realidade do lado de dentro. Um bom exemplo, e que chama a atenção de quem procura um carro com esse porte e proposta, é o espaço.

Quem senta atrás aproveita um clima digno de cabine executiva de avião, com conforto e folga para as pernas de verdade. Como informou a Honda, com esta geração o CR-V ganhou cinco centímetros no espaço para as pernas dos passageiros do branco traseiro. Bom nele também é o porta-malas, com 522 litros de capacidade.

Depois, acrescente o importante reforço do moderno motor 1.5 turbo, um propulsor mais alinhado com o porte do CR-V. Mesmo pesando 1.607 kg, ele ficou mais esperto com o motor 1.5 turbo de injeção direta movido a gasolina – que é o mesmo utilizado no Civic Touring – mas que no SUV entrega mais força: são 190 cavalos de potência e 24,7 kgfm de torque, o qual pode ser aproveitado em giro baixo do motor, a partir das duas mil rotações.

A tração é integral e a distribuição de força acontece eletronicamente conforme a demanda; a transmissão é automática do tipo CVT e oferece o recurso que simula sete marchas, com direito a aletas atrás do volante.

No Brasil, só na versão topo, mas sem o Honda Sensing

A estratégia da Honda para esta geração do CR-V no Brasil foi a de vender somente uma versão topo de linha, a Touring. Assim, não dá pra reclamar da boa lista de equipamentos de série, com seis airbags, bancos dianteiros com ajuste elétrico, teto solar, carregador de celular sem fio, head up display – que projeta informação de velocidade no para-brisa – ou ainda o recurso que gera uma certa curiosidade: o Honda Lane Watch.

Com ele, a cada vez que o motorista aciona a seta para fazer uma curva à direita, a câmera instalada no retrovisor da porta do passageiro projeta imagens da rua na tela do multimídia. É diferente, mas muito bem-vindo para evitar acidentes provocados pelo ponto cego.

Agora, o que pode frustrar um pouco o comprador brasileiro é que o nosso CR-V não conta com o Honda Sensing, pacote com foco na segurança e que reúne modernos recursos de apoio a condução, como controlador de velocidade adaptativo, assistente de manutenção em faixa e sistema de frenagem automática de emergência. Esse sistema está disponível como opcional no CR-V vendido nos Estados Unidos, exatamente de onde vem importada a versão comercializada no Brasil.

Em resumo, a quinta geração do CR-V tem um conjunto equilibrado e agrada bastante o seu público pela confiabilidade da marca. Mas é verdade que por aqui este imponente SUV precisa de alguns equipamentos já oferecidos pelos concorrentes e quem têm preço na mesma faixa. Coisa que a Honda pode resolver fácil se trouxer pra cá a versão reestilizada do CR-V vendida atualmente nos Estados Unidos e que ganhou até motorização híbrida.

Preço Honda CR-V Touring: R$ 209.900

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/bene-gomes/2020/11/29/honda-cr-v-e-suv-completo-que-seria-popular-se-nao-fosse-o-preco-alto.htm