‘Harmonização facial’ em carros nem sempre dá certo: veja 10 casos

A harmonização facial é última onda da indústria da beleza. Com esforços relativamente baixos, essa técnica promete grandes ganhos estéticos. De certo modo, os fabricantes de automóveis também utilizam recursos semelhantes, conhecidos como face lifts ou reestilizações. Em vez de reprojetar  todo o veículo e, assim, criar uma nova geração, os designers alteram só a dianteira e, eventualmente, também a traseira e o painel.

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Pronto, já é o suficiente para voltar a despertar o interesse pelo produto, sem gastar muitos recursos. O caso é que essa artimanha estética nem sempre dá certo: às vezes até funciona, mas há casos em que a aparência do veículo fica pior do que antes. Duvida? Pois o AutoPapo fez um listão com alguns exemplos de harmonização facial em automóveis já vendidos no Brasil.

Harmonização facial malfeita

Vamos começar, então, com 5 carros que ficaram piores com a harmonização facial feita pelos fabricantes. Nesses casos, a intenção pode até ter sido boa, mas o resultado não foi exatamente positivo…

1. Ford Fiesta

ford fiesta 2003 vermelho de frente
affiesta3

O Fiesta foi o primeiro hatch compacto que a Ford fabricou no Brasil (antes dele, havia apenas o médio Escort). Em 2002, o modelo ganhou uma nova geração e passou a ser produzido em Camaçari (BA). Até aí, nada a reclamar do design, que era moderno e agradável para os padrões da época.

A primeira reestilização veio em 2006: não ficou exatamente ótima, mas também não comprometeu. Contudo, em 2010, uma nova harmonização facial trouxe resultados nada positivos. O Fiesta só voltou a ter design atraente com o lançamento de uma geração inteiramente nova, no ano seguinte.

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2. Volkswagen Golf

volkswagen golf gti mk4 vermelho em autodromojpg
volkswagen golf sportline branco de frente

O ano era 2007. A Volkswagen já havia desenvolvido uma nova geração para o Golf (a quinta em âmbito mundial), mas, por questão de custo, decidiu não produzi-la no Brasil. Porém, o modelo nacional já estava há quase uma década no mercado e exigia atualizações.

A solução do fabricante foi providenciar, por aqui, mesmo, uma reestilização para o modelo. Só que a modificação não surtiu o efeito desejado: as linhas perderam harmonia, ao mesmo tempo que pareciam não ter relação com o tradicional estilo do hatch.

3. Fiat Tempra

fiat tempra stile turbo 1995 cinza lateral
aftempra

Em 1997, a Fiat reestilizou o sedã Tempra. A harmonização facial não surtiu um bom efeito, pelo contrário: o modelo ganhou maçanetas e para-choques arredondados, que pareciam não combinar com as linhas retas da carroceria.

Para completar, a grade frontal passou a exibir o emblema do fabricante em posição elevada. Para algumas pessoas, esse detalhe fazia parecer que o modelo estava dentuço. Não por acaso, essa safra do Tempra ganhou o apelido de “Ronaldinho”.

4. Peugeot 207

peugeot 206 vermelho frente
Peugeot 207

O caso do 207 tem algumas similaridades com o do Golf, ao menos no que diz respeito aos modelos nacionais. A Peugeot precisava renovar o produto, mas não quis investir em uma geração inteiramente nova, que já existia na Europa. Só que a marca francesa foi além: não só reestilizou o 206, como passou a chamá-lo com o nome do sucessor.

No fim das contas, o 207 não herdou nem as qualidades técnicas nem a beleza do similar europeu. O design da dianteira parecia não combinar com o restante da carroceria: o ressalto no capô, que a Peugeot utilizava em sua gama na época, deu ao hatch uma aparência “nariguda”.

5. Chevrolet S10

chevrolet s10 cabine dupla cinza de frente
chevrolet s10 linha 2001 cabine simples dupla blazer

A S10 fabricada no Brasil sempre teve aparência diferente da similar estadunidense. Quando foi lançada no país, em 1995, a picape tinha linhas suaves, até um tanto esportivas: agradou em cheio o consumidor. Esse estilo foi até o ano 2000 sem grandes alterações.

Entretanto, para a linha 2001, a S10 foi submetida a uma harmonização facial que não pode ser chamada de bem-sucedida. Talvez a ideia do fabricante fosse dar uma aparência mais robusta à picape, mas o design ficou desajeitado e pesado. Só em 2012 veio uma safra totalmente reprojetada.

Harmonização facial “top”

Enumerados os casos de harmonização facial malsucedidos, é hora de relembrar 5 carros que ficaram mais belos após a intervenção. No fim das contas, parece que não há problema algum com essa técnica: ocorre que ela nem sempre é aplicada corretamente.

1. Chevrolet Spin

chevrolet spin 2013
chevrolet spin ltz 15

A frente abrutalhada, com faróis e grade muito grandes, associada à traseira sem graça, colocaram o monovolume na berlinda dos críticos desde o lançamento. Há quem diga que o Spin se parecia com uma capivara.

A solução veio em 2015, com uma harmonização facial que tornou faróis e grade mais alongados e estreitos, além de ter trazido um capô mais esculpido e lanternas que se prologam sobre a tampa do porta-malas. O Spin não virou referência em design, mas a evolução salta aos olhos.

2. Kia Magentis

kia magentis prata de frente em movimento
kia magentis azul de frente em movimento

Lembra-se do Kia Magentis? Conhecido como Optima em outros mercados, ele teve uma passagem bem discreta pelo Brasil. Não era exatamente um automóvel feio, mas tampouco podia ser considerado atraente. Suas linhas eram bem genéricas, algo que marcou os veículos coreanos por muito tempo.

Eis que o designer Peter Schreyer assumiu a Kia e fez uma verdadeira revolução na gama: antes de projetar a terceira geração a partir do zero, ele reestilizou o sedã seguindo a nova linguagem de estilo da marca, com a grade frontal ao estilo “focinho de tigre”. Melhorou da água para o vinho!

3. BMW Série 1

bmw serie 1 2012 hatch azul de frente
bmw serie 1 branco 2016 de frente

A segunda geração, lançada em 2012, não rompeu muito com o estilo do antecessor, exceto por um detalhe: os faróis ganharam o formato de um trapézio invertido, que não foi bem-aceito pelo público. Não tardou para o hatch ser apelidado de “Angry Birds”.

Em 2015, quando a fábrica da BMW em Araquari (SC) iniciou suas atividades, o Série 1 nacional já chegou com uma reestilização adotada em todo o mundo, que deu à dianteira um aspecto mais agradável.

4. Toyota Corolla

toyota corolla 1997
toyota corolla 1998 cinza de frente

A geração conhecida como E110 foi a oitava da história do Corolla e a segunda comercializada no Brasil. A Toyota adotou estilos próprios nos diferentes mercados em que o modelo foi vendido, alterando elementos da dianteira e da traseira. O visual adotado na Europa e na Oceania era o mais ousado e também o mais controvertido, com faróis circulares.

Essa foi a configuração escolhida para chegar, via importação, ao Brasil. Rapidamente o modelo ganhou o apelido de “ralador de queijo”, por causa do aspecto da grade frontal.  O fabricante, porém, agiu rápido: quando nacionalizou o modelo, em 1998, deu a ele as linhas da versão japonesa, mais sóbrias.

5. Fiat Doblò

f fiat doblo br spec
doblo essence

O projeto de um veículo utilitário envolve questões bem diferentes que o de um carro de passeio. Nesse caso, o que importa é a praticidade, e não a beleza. O Fiat Doblò é um exemplo disso: o formato quadradinho da carroceria, por exemplo, tem o objetivo de maximizar o espaço interno. É o triunfo da função sobre a forma.

Independentemente dessas questões, o fato é que, quando foi lançado, em 2002, o Doblò tinha linhas esquisitas até para um veículo comercial. O remédio veio com uma harmonização facial, em 2009, que deixou a dianteira do utilitário bem mais palatável.

Importância do design vai muito além do visual: Boris Feldman explica em vídeo!

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Fotos: Divulgação

Fonte: https://autopapo.uol.com.br/noticia/harmonizacao-facial-carros-10/