Governo quer evitar que prisão de deputado contamine agenda econômica

Carla Araújo

Jornalista formada em 2003 pela FIAM, com pós-graduação na Fundação Cásper Líbero e MBA em finanças, começou a carreira repórter de agronegócio e colaborou com revistas segmentadas. Na Agência Estado/Broadcast foi repórter de tempo real por dez anos em São Paulo e também em Brasília, desde 2015. Foi pelo grupo Estado que cobriu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No Valor Econômico, acompanhou como setorista do Palácio do Planalto o fim do governo Michel Temer e a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.

Do UOL, em Brasília

17/02/2021 13h52

A STF (Supremo Tribunal Federal), cria um ambiente de tensão entre os poderes e exige cautela das ações do Executivo.

Ministros e auxiliares do presidente Jair Bolsonaro têm evitado comentários públicos a respeito do assunto. Fontes ouvidas pela coluna, no entanto, afirmam que a prisão do deputado atinge de forma “pontual” o presidente, mas tem potencial de causar alguns estragos.

Fontes do Planalto lembram que apesar de bastante ‘Bolsonarista’ o deputado já não era presença frequente no gabinete do presidente, desde o inquérito que apura a disseminação de notícias falsas foi aberto pelo STF.

A ordem do momento é não deixar que o desenrolar dos acontecimentos levem Bolsonaro e o seu governo para o centro desta nova crise. O receio é que a prisão acabe afetando o cronograma da agenda econômica, que tinha começado a andar com o comando de Arthur Lira (PP-AL).

Auxiliares de Bolsonaro admitem que Lira foi célere em marcar a reunião extraordinária com líderes para avaliar a situação do parlamentar. A torcida no Planalto é para que o caso continue “do outro lado da rua”, entre Legislativo e Judiciário, e que seja resolvido o mais rápido possível para não tomar conta da pauta da Câmara.

Três semanas

O ministro da Economia, pagamento começasse ainda em março.

Guedes passou o feriado de Carnaval defendendo que os próximos dias seriam decisivos e repetiu o mantra de que o governo, em conjunto com o Congresso, vai ter que buscar meios de combater a pandemia “sem estourar orçamentos, com inflação, desemprego, juros altos e endividamento em bola de neve”.

Apesar de já ter os instrumentos para criar medidas como o auxílio, a equipe econômica quer justamente que o protagonismo nas ações emergenciais venham do Congresso, como aconteceu na aprovação da Previdência.

O governo também deve aproveitar o fato de que a PECs (Proposta de Emenda Constitucional) que trará a cláusula de calamidade estar no Senado. Com isso, a expectativa é que o tema consiga avançar independente do problema que a Câmara tem para resolver com o parlamentar preso.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2021/02/17/governo-quer-evitar-que-prisao-de-deputado-contamine-agenda-economica.htm