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Governo deve enviar PL dos Correios ao Congresso só após as eleições
Carla Araújo
Jornalista formada em 2003 pela FIAM, com pós-graduação na Fundação Cásper Líbero e MBA em finanças, começou a carreira repórter de agronegócio e colaborou com revistas segmentadas. Na Agência Estado/Broadcast foi repórter de tempo real por dez anos em São Paulo e também em Brasília, desde 2015. Foi pelo grupo Estado que cobriu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No Valor Econômico, acompanhou como setorista do Palácio do Planalto o fim do governo Michel Temer e a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.
Duas semanas depois de o ministro da Comunicações, Fabio Faria, entregar ao Palácio do Planalto a minuta do Projeto de Lei (PL) que permitirá a privatização dos Correios ainda não há previsão para que a matéria seja encaminhada ao Congresso.
Segundo interlocutores do governo, como o Congresso está de certa forma paralisado por conta das eleições municipais não há razão para enviar o texto antes do pleito.
Além disso, o texto encaminhado por Fabio Faria está sendo unificado com outros projetos que já existiam no Executivo.
Trabalhadores dos Correios prometem fazer uma campanha contra a privatização da empresa. Segundo o secretário da FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), Emerson Marinho, os sindicatos não foram ouvidos na formulação do PL e querem que o governo divulgue o quanto antes a integra do material para que eles possam questionar.
A matéria está em análise na Casa Civil e na Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Secretaria-Geral. Na semana passada, o então chefe de gabinete do presidente Jair Bolsonaro, Pedro Cesar de Sousa foi nomeado para chefiar a SAJ no lugar do Jorge Oliveira.
Jorge deve ficar no cargo de Secretário-Geral até o fim do ano, quando assume uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União).
Estudos em andamento
Em recente entrevista à coluna, o BNDES, que contratou o consórcio Postar para realizar os estudos para privatização dos Correios, afirmou que ainda não está definido se a orientação será pela venda total da estatal à iniciativa privada.
“Estamos ainda na fase de estudos técnicos e ainda não é certo que os Correios serão privatizados, pois ainda não foi definido qual será a alternativa para o modelo de provimentos do setor postal”, explicou a instituição à coluna, em nota. “A privatização não é o único caminho para a desestatização e há outras possibilidades além da venda total”, completou.
Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2020/10/26/privatizacao-correios-pl-congresso-so-apos-eleicoes.htm