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“Foi um hacker!” Sujeito virou desculpa para qualquer vacilo na tecnologia
André Noel
Andre Noel é programador, webcartunista, autor do Vida de Programador, professor universitário (UEM e Unicesumar), youtuber e sabe pregar botões em roupas.
Tudo na vida se moderniza.
Lembro que uma das coisas que eu mais gostava no Banco Imobiliário eram as notinhas de dinheiro coloridas e o objetivo era juntar muitas delas, principalmente as maiores. Hoje o jogo vem com cartões de crédito ao invés de notas.
Lembro também que nós interagíamos com os amigos com cadernos de perguntas, que eram cadernos que a gente usava para anotar perguntas, uma em cada página, depois eram passados para os amigos responderem. Hoje não precisa mais disso, pois temos as ask.fm que cumprem esse papel.
As crianças brincam de esconde-esconde no Roblox, “empinam” Google ao invés de enciclopédias.
Com toda essa modernização, outras coisas se modernizaram, como as desculpas. Quem não se lembra do velho “o cachorro comeu a minha tarefa”? Hoje temos “o computador deu pau e eu perdi tudo”, “eu fui fechar o arquivo e ele não salvou”, ou a atualização: “o cachorro comeu meu pendrive”.
Mas uma das desculpas mais genéricas e mais fáceis de usar, até mesmo por ser difícil de verificar, é o famoso “foi um hacker“, usada por crianças e adultos nas mais diferentes situações.
Meu filho quando perde uma partida no Fortnite sempre reclama que “os caras tão usando muito ‘hack'” (sic). Às vezes uma foto comprometedora vaza na internet, “foi um hacker”. E o principal: a pessoa posta um conteúdo desagradável e indelicado, “foi um hacker que acessou a minha conta e postou esse conteúdo”.
É uma desculpa fácil de ser usada. De imediato você transfere a culpa para um sujeito indeterminado, que não tem nome nem rosto, tem um poder quase mitológico sobre as tecnologias e sabe cobrir os seus rastros para que ninguém o encontre. Além disso, as pessoas em sua maioria não possuem conhecimento técnico nem para começar a buscar rastros desse hacker.
Podemos dizer que o hacker de hoje é aquilo que já chamamos de “São Longuinho”, que tirava as coisas do lugar sem a gente perceber, ou mesmo duende ou leprechaun. As histórias podem variar, dependendo de quem conta, mas ninguém nunca viu um deles, apesar de todo mundo saber que existem e que são os culpados pelas mais diferentes artes.
De forma técnica, “hacker” é um indivíduo com muito conhecimento técnico e que sabe manipular muito bem a tecnologia. Não necessariamente ele usa isso para o mal ou fica entrando nos perfis alheios em redes sociais só para criar o caos. Chamamos de “crackers” os hackers que usam o conhecimento para o mal, como invasões e roubos.
Ainda que hajam muitos hackers (ou crackers) com um bom tempo livre, geralmente o que fazem tem por objetivo produzir alguma vantagem, deixando o mínimo de rastros para não ser pego.
Se você quiser variar um pouco o repertório, fiz um vídeo colaborativo com as principais desculpas usadas por programadores.
Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/andre-noel/2020/11/01/foi-um-hacker.htm