Flamengo tem virada heroica após expulsão melindrosa de arbitragem da CBF

Rodrigo Mattos

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de ?O Estado de S. Paulo? em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

20/12/2020 20h16

Uma expulsão de um jogador aos 9min do primeiro tempo, obviamente, altera todo o panorama de uma partida. Foi o que aconteceu quando o árbitro Flavio Rodrigues deu o cartão vermelho para Gabigol. Sua justificativa: foi ofendido pelo jogador.

Como poucas vezes, as imagens da TV eram bem claras do que aconteceu. Gabigol tenta uma lance, cai e reclama uma falta. O juiz que estava saindo do lance, ouve algo e volta e o expulsa. Na sequência, sem ser especialista em linguagem labial, vê-se Flavio Rodrigues argumentar que Gabigol o mandou “tomar no cu”. Gabigol argumenta que não foi para ele.

A questão é que o árbitro decidiu tomar uma decisão séria para o jogo – expulsar um atleta no início – baseado em um xingamento à distância que nem fica claro que era para ele. Se for adotar esse critério em um campo de futebol, então, vai ter que expulsar uns 30 a 40 por rodada. O futebol é um jogo de contato, e de xingamentos.

Óbvio que ofensas diretas e claras não devem ser admitidas, mas tem que haver um bom senso. Não parecer ser o caso de Flávio Rodrigues. Podemos dizer que trata-se de um árbitro melindroso, na exata definição do dicionário, aquele que se ofende facilmente.

Ora, na saída do campo, Gabigol repete o seu “vai tomar no c” e o delegado Marcelo Viana ignora, segundo o repórter da Globo, Fernando Saraiva. Ao jornalista de TV, afirmou que não se sentiu ofendido. Bem, qual é o critério da arbitragem e condução de jogo da CBF? Se é que existe algum.

Enfim, a expulsão de Gabigol condicionou totalmente o que foi o jogo posterior entre Flamengo e Bahia como era de se esperar. O Flamengo ainda se defendeu em um tempo, conseguiu um segundo gol em jogada de Bruno Henrique. Parecia que até sobreviveria com uma vitória.

Mas, no segundo tempo, o time demonstrou uma desconcentração e nervosismo que abriram o caminho para a vitória do Bahia. A mudança de postura do time baiano, feita pelo técnico Mano Menezes, tornou o time mais ofensivo e portanto afeito a pressionar o Flamengo.

Deu certo. Em 15 minutos, diante de um time rubro-negro perdido, o Bahia virou o jogo com dois gols de Gilberto. É preciso ressaltar que, mesmo com um a menos, o Flamengo só tomou três gols porque entrou dormindo após o intervalo.

O jogo parecia que ficaria morno quando o Flamengo achou uma articulação pela esquerda que resultou no gol de Pedro. Não foi a única intervenção do atacante no jogo. Quando já se estava no minuto final do jogo, antes dos acréscimos, ele achou um passe de meio letra para Vitinho fazer um gol chorado.

Antes de acabar o jogo, Flavio Rodrigues expulsou Daniel, do Bahia, alegando que foi ofendido. Ahhhh, tá bom…. Não desce no parquinho, menino.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/rodrigo-mattos/2020/12/20/flamengo-tem-virada-heroica-apos-expulsao-melindrosa-de-arbitragem-da-cbf.htm