Eliminação para o Racing vai custar mais caro do que se imagina ao Flamengo

Mauro Cezar Pereira

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN.

02/12/2020 01h23Atualizada em 02/12/2020 01h23

A desclassificação do Flamengo na Copa Libertadores diante de um remendado Racing (eram seis os desfalques nos dois jogos entre as equipes) vai custar caro ao clube. Pelo segundo fracasso esportivo em poucas semanas, pelas finanças, com muito dinheiro que deixa de entrar nos cofres, e pela política que contamina o clube um ano antes das eleições presidenciais.

O Racing não parecia treinado pelo inquieto Sebastián Becaccecce, de tão recuado na etapa inicial. Linha de cinco defensores, um quarteto adiante e Lisandro Licha López à frente para reter a bola e tentar distribuir o jogo com Reniero e Fértoli pelos lados. Mas o Flamengo empurrou o time argentino para seu campo e foram raros os momentos nos quais os visitantes avançaram.

Vitinho teve duas das melhores chances do Flamengo no primeiro tempo, na ótima bola de Isla, quando chegou tarde e Gabriel Arias recolheu a bola, e no passe de Arrascaeta, que o deixou livre diante do goleiro, e chutou para fora. Antes, nos primeiros movimentos da partida, Bruno Henrique furou na pequena área após Gustavo Henrique desviar de cabeça.

O preciosismo rubro-negro nas finalizações voltou a ser observado em campo. Situações nas quais era possível tentar o arremate foram, como em outros jogos, marcadas pelo passe em busca de um companheiro mais bem posicionado. Em uma delas, Everton Ribeiro cabeceou para o meio da área pequena buscando Vitinho, mas errou a direção e o arqueiro do time de Avellaneda ficou com a pelota.

O modo arame liso, do time que cria e não faz os gols, ou seja, cerca e não machuca o adversário; custou caro quando Rodrigo Caio, que levara o amarelo aos 27 minutos de peleja, foi expulso a 17 da etapa final por falta em Lisandro. O experiente atacante, por sinal, também sofrera a entrada violenta que resultou no cartão vermelho para Thuller na partida da semana anterior.

Na sequência, outra vez importante participação de Licha, que se embolou com Gustavo Henrique, a bola bateu no pé do zagueiro e Sigali abriu o placar. O Racing tinha 11 contra 10 e o placar a seu favor. Quando Nery Dominguez se lesionou aos 26 e saiu, o técnico argentino colocou outro zagueiro em campo, Orban, mantendo a linha de cinco defensores. Exagero.

Becaccecce chamou o Flamengo para sua área e, mesmo desordenadamente, o time brasileiro igualou o placar nos acréscimos com Arão, de cabeça. Na disputa de pênaltis, o mesmo jogador foi o único a desperdiçar cobrança e as batidas precisas da equipe de Avellaneda a fizeram avançar na Libertadores. A segunda eliminação de Rogério Ceni pelo seu atual e novo clube.

O que será do Flamengo agora? Nos bastidores pega fogo a indicação do vice-presidente de esportes amadores, Guilherme Kroll. Nas finanças, mais um baque em temporada de pandemia e queda de receitas. Em campo, cobrança cada vez maior pela conquista de um título importante na temporada. Agora, só resta o Campeonato Brasileiro.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/mauro-cezar-pereira/2020/12/02/flamengo-racing-libertadores.htm