Eleição no Corinthians: Entenda o cenário político do pleito presidencial

28/11/2020 09h00

A política do Corinthians está em efervescência faz tempo, mas é neste sábado, no Parque São Jorge, que os sócios do clube decidem o que querem para os próximos três anos e terão de escolher entre três candidatos: Augusto Melo, Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi. Um desses nomes sucederá Andrés Sanchez, que já declarou que vai deixar o dia a dia corintiano no fim de 2020.

TABELA

Veja classificação e simulador do Brasileirão clicando aqui

Embora nos bastidores exista quem diga que “não há oposição no Corinthians”, os grupos políticos que acompanham os candidatos brigam por cada apoio conquistado entre as grandes influências alvinegras e têm divergências entre si. Nesse cenário, apenas um dos três é considerado um homem da “situação”, que seria Duílio Monteiro Alves, apoiado por Andrés e seus aliados.

O grupo Renovação Transparência, de Duílio e Andrés, é o que está no poder desde 2007, elegendo presidentes em sequência desde então: Andrés Sanchez (duas vezes), Mário Gobbi, Roberto de Andrade e Andrés Sanchez (de novo). Por essas e outras, Duílio pinta como favorito, mas bem menos do que seria em outros momentos. Mesmo que os naming rights e os acordos para o pagamento da dívida da Arena sejam considerados trunfos eleitorais.

Como dito acima, Gobbi, foi presidente entre 2012 e 2015, era um aliado político de Andrés e pertencia ao grupo Renovação Transparência, que sofreu com algumas dissidências nos últimos tempos. O próprio Gobbi foi um desses e praticamente sumiu da vida política corintiana desde que seu mandato terminou. No entanto, por divergências sobre os rumos que o clube está tomando e pelo caos financeiro, ele decidiu voltar para tentar a presidência.

Dessa vez sob com a retaguarda do “Movimento Corinthians Grande”, liderado por Felipe Ezabella, que é candidato a 1º vice dessa chapa. Além da união dessas forças nos bastidores, nas últimas semanas o grupo ganhou um novo aliado de muita peso interno, que é Paulo Garcia, que foi um dos concorrentes à presidência no pleito de 2018 e ficou na segunda posição, atrás de Andrés.

Paulo indicou que seria candidato novamente, mas acabou desistindo e foi procurado por apoio tanto pela situação quanto pela oposição, uma vez que tem um grande número de apoiadores no clube, entre sócios, conselheiros e pessoas influentes, o que deve atrair alguns votos a mais para Gobbi, que tende a rivalizar com Duílio pela vitória na votação deste sábado.

Correndo por fora, mas não como azarão, está Augusto Melo, que tem ao seu lado um outro pré-candidato à presidência, Ricardo Maritan, que acabou desistindo da candidatura a fim de fortalecer a oposição. Melo tem um grande apelo no dia a dia da sede social do Timão, com um “corpo a corpo” mais influente até do que seus adversários. Pode surpreender nas urnas.

Vale lembrar que Augusto já esteve com a situação quando foi assessor das categorias de base durante o mandato de Roberto de Andrade. Pele menos oito das chamadas “chapinhas” concorrentes a uma das oito vagas no Conselho Deliberativo declaram apoio à candidatura de Melo. Um número significativo se comparado ao de Mário Gobbi, que recebeu apoio de dois dos 19 grupos e de Duílio, que tem cinco chapinhas ao seu lado. As outras quatro estão divididas.

Embora existam favoritos, o momento financeiro e esportivo do clube acabam deixando a eleição como uma incógnita. Apoios de última hora, fatos novos, acusações e afins sempre podem alterar o pleito na boca da urna. Certo mesmo, segundo Andrés Sanchez, é que essa será a última vez em que ele se envolverá com um cargo político no clube. Resta aguardar para que neste sábado, após as 17h, o corintiano conheça seu novo presidente.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/lancepress/2020/11/28/eleicao-no-corinthians-entenda-o-cenario-politico-do-pleito-presidencial.htm