Confederação de Rúgbi contrata CEO mulher após polêmica


Demétrio Vecchioli

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Dedicado à cobertura de esportes olímpicos, escreveu para o UOL, para a revista Istoé 2016, foi colunista da Rádio Estadão e, antes do Olhar Olímpico, manteve o blog Olimpílulas. Neste espaço, olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. No Olhar Olímpico têm destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa. Se você tem críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas, escreva para [email protected]

15/12/2020 12h52

Duramente criticada após contratar como CEO um profissional com histórico de postagens machistas, homofóbicas e gordofóbicas, que se demitiu depois da repercussão, a Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu) anunciou hoje (15) uma nova profissional para o posto. Pela primeira vez o cargo será ocupado por uma mulher, a administradora de empresas Mariana Miné.

De acordo com a confederação, Mariana assumirá o cargo na quinta (17) “com o objetivo de focar na reestruturação da CBRu para o próximo ciclo e dar continuidade ao crescimento sustentável do rúgbi brasileiro”. A entidade informa que a nova CEO é formada em Administração de Empresas pela FGV, tendo passado por empresas como Ambev, Unilever e RBS Comunicações em cargos de gestão. Cita ainda que ela tem “forte experiência em empreendedorismo como fundadora e CEO da Simple Pet”.

“É um orgulho poder contribuir para o crescimento do rúgbi no Brasil, um esporte fundamentado em valores tão fortes e que pode contribuir muito para a formação de um Brasil melhor”, comentou a nova CEO, em declaração enviada via assessoria de imprensa. Ela vai ocupar o lugar de Jean-Luc Jadoul, que ficou 15 meses no cargo.

Em setembro, a CBRu chegou a anunciar a contratação de Eric Romano, informando que ele havia passado por um processo seletivo. Logo começaram a pipocar prints de mensagens homofóbicas, machistas e gordofóbicas que o CEO da confederação logo confirmou serem verdadeiras. No mesmo dia ele pediu demissão, enquanto a confederação dizia que ele havia se desculpado e “ter aprendido, no rúgbi e pelo amadurecimento, que o respeito à igualdade é inegociável”.

A péssima repercussão daquele episódio fez a CBRu agir. Em setembro mesmo, Marjorie Enya foi escolhida para uma cadeira no Conselho da World Rugby, se tornando a primeira pessoa brasileira no órgão internacional. Agora, o posto de CEO será ocupado por uma mulher. A entidade é presidida por Eduardo Mufarej, do movimento RenovaBR.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/olhar-olimpico/2020/12/15/confederacao-de-rugbi-contrata-ceo-mulher-apos-polemica.htm