Como sinais de ansiedade e depressão aparecem com os apps de relacionamento

Felipe Germano

Felipe Germano é jornalista que escreve sobre comportamento humano, saúde, tecnologia e cultura pop. Para encontrar as boas histórias, atravessa o planeta: visitou de clubes de swing e banheiros do sexo paulistanos à sets de cinema hollywoodianos. Já trabalhou nas redações da Jovem Pan, do site Elástica, na revista Época e na revista Superinteressante.

06/11/2020 04h00

um novo estudo feito no Canadá.

De acordo com a nova pesquisa o uso prolongado de aplicativos do tipo aumenta as chances de um diagnóstico de ansiedade ou depressão —ao mesmo tempo em que quem tem as doenças não consegue usufruir tão bem das ferramentas.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores entrevistaram 243 pessoas com, em média, 30 anos de idade.

Todas receberam um dólar como incentivo a participar da pesquisa e foram submetidas a uma bateria de perguntas. Algumas tinham como objetivo traçar o jeito que essa galera flertava (quais eram os objetivos dela nesses apps? A pessoa puxava conversa ou esperava o contatinho chamar?). Outras ajudavam a diagnosticar clinicamente traços de depressão e ansiedade nos entrevistados.

Os resultados, então, foram cruzados e algumas conclusões interessantes começaram a ser traçadas.

Logo de cara, os dados apontaram que, quem está há mais tempo nos apps costuma ter mais chances de também contar com sintomas tanto de depressão quanto de ansiedade.

Também ficou registrado que, quem era diagnosticado com sintomas depressivos, costumava estar nos apps para procurar uma “validação de autoestima” e “sexo casual”.

Quem tinha sinais clínicos de ansiedade tendia a sinalizar que estava ali pela adrenalina da situação toda

O problema era ainda maior para os marmanjos. De acordo com os dados, apesar de serem justamente parte do grupo que procura apps de relacionamento, porque por ali a comunicação é mais fácil, homens ansiosos ou depressivos tinham menos chances de puxar conversa, mesmo depois de dar match, quando comparados com os rapazes que não demonstravam sintomas.

“Isso sugere que homens depressivos talvez se exponham aos malefícios do uso desses apps sem se aproveitar dos benefícios de criar novas conexões”, afirmam os pesquisadores em sua conclusão.

“Nossos resultados apontam que sintomas de ansiedade e depressão podem sim ser relacionados com a procura por apps de relacionamento”, afirmam os cientistas no texto.

“No entanto, não conseguimos cravar se pessoas com esse perfil costumam procurar os aplicativos, ou se os próprios aplicativos ajudaram a desenvolver alguns desses sintomas”, completam.

Deslizada para a esquerda.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/sexting/2020/11/06/como-o-tinder-mexe-com-sua-ansiedade-e-depressao-e-vice-versa.htm