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Brasil é o único na contramão da recuperação de vendas na América do Sul
Leandro Alves
Neste espaço a equipe de AutoData, sob a coordenação do diretor de redação Leandro Alves, trará os bastidores da indústria automotiva, que são de extrema importância para os negócios e o futuro do setor no Brasil e no mundo. Seu próximo carro pode passar primeiro por aqui. Antes mesmo dele existir! Conheça nosso trabalho em www.autodata.com.br
O mercado brasileiro de veículos zero km foi o único, dentre os principais da América do Sul, a encerrar o primeiro trimestre com queda nas vendas, comparado com o período de janeiro a março do ano passado. AutoData consultou os dados oficiais de Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai e todos estes mercados registraram crescimento nos primeiros três meses de 2021.
Bolívia, Paraguai e Venezuela ainda não divulgaram seus resultados relativos ao período, mas são mercados com volumes mais modestos.
No Brasil as vendas somaram 527,9 mil unidades até março, volume 5,4% inferior ao do mesmo período de 2020. Segundo varejistas e executivos consultados por AutoData esta queda poderia ser menor, ou até ter se transformado em crescimento, não fosse a dificuldade da indústria para atender à demanda do mercado. Houve, e ainda há, desabastecimento na cadeia: no momento a falta dos semicondutores é a que mais preocupa, mas outros gargalos já foram registrados com pneus, aço, insumos e componentes.
Da metade de março para cá surgiram novas dificuldades por causa do agravamento da situação da pandemia no País. Medidas ainda mais restritivas de circulação, fechamentos do comércio e até pausas em fábricas jogaram contra o ritmo do mercado de veículos, embora em nível abaixo do registrado no ano passado, quando decisões do governo impactaram de forma mais profunda as vendas e a produção.
Nos demais países da região, porém, a situação é oposta. Na Argentina as vendas cresceram 29% no primeiro trimestre, somando 116,8 mil unidades. O Chile registrou alta de 7,6% no período, com 82 mil veículos, neste caso apenas leves.
A Colômbia cresceu 11,1%, para 57 mil unidades. No Peru o avanço foi de 7,5%, totalizando 40,1 mil veículos. O Equador somou 26,4 mil veículos vendidos, alta de 13,7%, e o Uruguai avançou 46,5%, com 12,4 mil unidades comercializadas de janeiro a março.
Independente do volume de veículos nos países vizinhos o ritmo de crescimento dos mercados da região demonstra que a retomada está associada à confiança do consumidor, à disposição de produtos na prateleira e que tudo isso só é possível com um cenário pandêmico mais controlado.
Fiat na frente. E a marca que mais vendeu veículos leves no trimestre, na América do Sul, foi a Fiat. Segundo a empresa sua participação na região chegou a 14%, com 121,5 mil unidades comercializadas, e superou a Volkswagen e a Chevrolet, alcançando uma liderança inédita.
Forte no Brasil. Somente no Brasil foram 102,4 mil carros e utilitários Fiat licenciados, volume que a alçou também à liderança no principal mercado da região. 85% das vendas Fiat na América do Sul foram feitas no Brasil.
Segue na ponta. E, embora os números de abril ainda não estejam fechados, é certo que a marca manterá sua primeira colocação. Com certa folga: os três modelos mais vendidos até a quarta-feira, 28, foram Fiat. Strada na ponta, seguida por Toro e pelo Mobi.
* Colaboraram André Barros, Caio Bednasrki e Vicente Alessi, filho
Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/autodata/2021/04/30/brasil-e-o-unico-na-contramao-da-recuperacao-de-vendas-na-america-do-sul.htm