BLOG: GGG perderá o título IBF, mas King está vivo e influenciou na escolha de Vanes

Saudações Pugilísticas.

 

Como foi possível Vanes Martirosyan, um super meio médio aposentado há quase dois anos e cuja última luta foi uma derrota, ser aprovado como substituto de última hora de Saul “Canelo” Alvares, suspenso até agosto por ingestão de substancia proibida, na disputa de dois títulos mundiais da categoria médio? Sim, somente dois, porque a IBF deve cassar o seu título. Mas sobre isso comentaremos mais adiante.  

 

Várias respostas, mas a principal é simples e chama-se Don King. Poucos sabem, mas Don King assinou contrato recentemente com Vanes Martirosyan que estava sem empresário há algum tempo. O objetivo? Tira-lo da aposentadoria com uma grande luta. No entanto, ninguém poderia imaginar que as circunstâncias o fariam boxear com Gennady Golovkin.

 

Desculpem-me. Ninguém não é o termo correto. Don King pensou nisso. Até porque ele é co-promotor do espetáculo juntamente com a K2, empresa dos irmãos Klitschko’s e do próprio GGG.

Sim, eu sei que você, caro leitor, não tinha conhecimento disso.

 

Vários nomes surgiram ou foram pressionados para terem oportunidade com GGG, mas excetuando-se aqueles que não interessaram no momento à equipe de Golovkin, nenhum teve a força da dupla King-Martirosyan. Seja pela ausência de dois anos dos ringues do armênio, pela bolsa relativamente baixa que pode ser ofertada para um boxeador que não é um desconhecido, ou pela visão da raposa D. King.  

 

Considerando-se que o combate não será comercializado através do sistema PPV e que houve desistência por parte do MGM de Las Vegas ou outro hotel-cassino de Nevada, o evento transferido para a Califórnia perde o glamour que teria GGG-Canelo 2 e consequentemente diminui a quantia envolvida. A insistência de Gennady Golovkin em boxear no dia 5 ajudou nas perdas comentadas acima.

 

Pessoalmente, não acredito que King esteja pensando na no seu lado financeiro com essa luta. Vejo possibilidade maior que esteja tentando mostrar que permance em evidência.

 

O que fica difícil entender é como o WBC e a WBA permitiram que Martirosyan, um super meio médio que vem de derrota e não luta há dois anos, dispute os seus títulos na categoria de peso acima, a dos médios. Não há como não pensar em Don King novamente. Ou então, na facilidade de GGG numa luta contra Vanes.

 

A IBF deverá mesmo despojar Golovkin de seu trono. Uma carta enviada anteriormente ao boxeador explicava as razões nas quais a Federação se baseava caso GGG boxeasse com o pugilista armênio. A IBF tem ultimamente se mostrado a mais rígida entre as quatro entidades de credibilidade, a ponto de em muitas oportunidades não ter 1° colocado no seu ranking em várias categorias de peso simultaneamente, e as vezes até o 2° colocado.

 

Se analisarmos sob os pontos de vista ético ou esportivo, não há como discordar da decisão da Federação Internacional de Boxe.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/sportv/blogs/especial-blog/blog-do-daniel-fucs/post/ggg-martirosyan.html