-
Brasileiro usa robô como amigo de trabalho: ‘Tamagotchi com inteligência’ - 14/04/2024
-
Regras da CNH provisória: limite de pontos, como trocar e uso no app - 14/04/2024
-
Confira quais são os 10 carros que ainda serão lançados em 2024 - 14/04/2024
-
Diferentes verões e diferentes carros - 14/04/2024
-
Qual celular escolher: Galaxy S23 Ultra ou S24 Ultra? - 20/03/2024
-
Qual notebook escolher: básico, para estudar, gamer, 2 em 1 ou topo de linha? - 20/03/2024
-
Sem hélices e silenciosas: novas turbinas eólicas são ‘amigas’ das aves - 20/03/2024
-
Galaxy Fit3: por menos de R$ 500, pulseira da Samsung é quase um smartwatch - 20/03/2024
-
Otimismo marcou balanço da indústria automotiva em fevereiro - 20/03/2024
-
Montadoras chinesas com pé fincado no Brasil - 20/03/2024
Bitcoin consome mais eletricidade do que a Argentina inteira, aponta levantamento
Bitcoins consomem anualmente mais energia do que toda a Argentina, aponta um levantamento da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
A criptomoeda é obtida por um processo de “mineração” que envolve muitos cálculos feitos em computadores, para verificar as transações.
Os pesquisadores de Cambridge afirmam que esses processos consomem cerca de 121,36 terawatt-horas (TWh) por ano – quantidade que não tende a cair, a não ser que o valor da criptomoeda despenque. (vale destacar que um terawatt equivale a 1 bilhão de watts).
Críticos afirmam que a recente decisão da empresa Tesla de investir fortemente em bitcoins está fazendo esse consumo energético subir – e gerando questionamentos em torno dos compromissos ambientais adotados pela empresa.
O valor da criptomoeda bateu recorde nesta semana, de US$ 48 mil, depois de a Tesla anunciar ter comprado cerca de US$ 1,5 bilhão em bitcoin e anunciado planejar aceitar a moeda como pagamento no futuro.
Nesse contexto, o alto preço da bitcoin oferece ainda mais incentivo para “mineradores” rodarem mais e mais computadores, usando energia.
Assim, quanto mais sobe o preço da criptomoeda, maior é o consumo energético, explica Michel Rauchs, pesquisador no Centro de Finanças Alternativas de Cambridge, cocriador da ferramenta online que gera essas estimativas.
Tauch explicou ao podcast Tech Tent, da BBC, que o próprio modo como a bitcoin foi projetada faz com que ela consuma muita energia, “e isso não vai mudar no futuro a não ser que o preço da bitcoin caia significativamente”.
A ferramenta online desenvolvida por Rauch calcula o consumo de energia de bitcoins como sendo acima do da Argentina (121 TWh), da Holanda (108,8 TWh) e dos Emirados Árabes Unidos (113,2 TWh) e chegando perto do consumo da Noruega (122,2 TWh), a partir de estimativas de consumo energético dos países em 2016 (o consumo do Brasil foi de 509,1 TWh).
Ao mesmo tempo, o levantamento estima que a eletricidade consumida por eletrodomésticos que ficam plugados e no modo inativo nos EUA seria suficiente para abastecer a rede inteira de bitcoins durante um ano inteiro.
Minerando bitcoin
Para “minerar” bitcoin, computadores – muitas vezes altamente especializados – são conectados à rede da criptomoeda.
O trabalho deles é verificar as transações feitas por pessoas que mandam ou recebem bitcoin.
Esse processo envolve solucionar enigmas, os quais, embora não integralmente validem o ir e vir das criptomoedas, oferecem mais proteção contra fraudes no registro das transações.
Como recompensa, os mineradores costumam receber pequenas quantias de bitcoin, no que é muitas vezes comparado a uma loteria.
Para aumentar os lucros, pessoas comumente conectam grandes números de mineradores à rede – às vezes, armazéns inteiros cheios de mineradores.
Isso, é claro, usa bastante eletricidade, uma vez que os computadores trabalham quase constantemente para resolver os enigmas.
A Universidade de Cambridge modela o consumo dos mineradores globais de bitcoin e parte do pressuposto de que as máquinas ao redor do mundo trabalham com diferentes capacidades de eficiência.
Usando um preço médio de eletricidade de kilowatt-hora (US$ 0,05) e a partir das demandas de energia da rede de bitcoin, o centro de Cambridge estima quanta eletricidade está sendo consumida.
Debate ambiental
“Bitcoin é literalmente antieficiente”, explica David Gerard, autor de um livro sobre a criptomoeda. “Então não adianta ter hardwares mais eficientes para a mineração – eles só estarão competindo com outros hardwares eficientes. Isso significa que o uso energético da bitcoin e sua produção de CO2 só crescem. É muito ruim que toda essa energia seja literalmente desperdiçada em uma loteria.”
O preço da bitcoin cresceu rapidamente na segunda-feira (8/2), quando a Tesla anunciou seu investimento – o qual, segundo alguns analistas, colide com compromissos ambientais prévios da empresa.
“Elon Musk (principal executivo da Tesla) jogou fora o bom trabalho da empresa em promover transição energética”, opina Gerard. “Isso é muito ruim. A Tesla recebeu subsídios ambientais de US$ 1,5 bilhão em 2020, pagos com dinheiro público. Daí a empresa gasta US$ 1,5 bilhão em bitcoin, que é majoritariamente minerada com eletricidade vinda de carvão (ao redor do mundo). Esse subsídio precisa ser reexaminado.”
Segundo Gerard, uma potencial solução seria cobrar taxas de carbono sobre as criptomoedas.
Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2021/02/10/bitcoin-consome-mais-eletricidade-do-que-a-argentina-inteira-aponta-levantamento.htm