Azarão na F1, Aston Martin aposta em ‘mentalidade vencedora’ de Vettel

Julianne Cerasoli

Fã de Fórmula 1 desde a infância, Julianne Cerasoli nasceu em Bragança Paulista (SP) e hoje vive em Londres (Inglaterra). Atua como jornalista desde 2004, tendo trabalhado com diversos tipos de mídia ao longo dos anos, sempre como repórter esportiva e com passagem como editora de esportes do jornal Correio Popular, em Campinas (SP). Cobrindo corridas in loco na Fórmula 1 desde 2011, começou pelo site especializado TotalRace e passou a colaborar para o UOL Esporte em 2015, e para sites e revistas internacionais. No rádio, é a repórter de Fórmula 1 da Sistema Bandeirantes de Rádio desde 2017, e também faz participações regulares no canal Boteco F1, o maior dedicado à categoria no YouTube. Em 2019, Julianne criou o projeto No Paddock da F1 com a Ju, na plataforma Catarse, em que busca aproximar os fãs da Fórmula 1 por meio de conteúdo on demand e podcast exclusivo com personagens da categoria. Neste espaço: Única cobertura in loco de toda a temporada da Fórmula 1 na mídia brasileira, com informações de bastidores, entrevistas exclusivas, análises técnicas e uma pitada de viagens.

Colunista do UOL

15/01/2021 04h00

A nova casa de Sebastian Vettel, a Aston Martin, é uma das equipes que geram mais expectativa na temporada 2021 da Fórmula 1, que vai começar dia 28 de março, no Bahrein, após o adiamento do GP da Austrália ter sido confirmado nesta terça-feira (12). Apesar de o nome ser novidade em relação ao ano passado, o time é velho conhecido: começou como Jordan no início dos anos 1990 e foi quarto colocado em 2020 como Racing Point, tendo passado muitos anos como Force India.

Foram vários nomes e uma mesma marca: a eficiência. Desde a época de Jordan, o que ficou conhecido como o “time de Silverstone” ao longo dos anos, acostumou-se a ter resultados acima do que era esperado. Foram 19 pódios e quatro vitórias como Jordan, um ano mais difícil como Spyker em 2007, depois uma sequência de 11 temporadas com seis pódios conquistados como Force India e, por fim, dois anos como Racing Point, que culminaram com uma vitória no GP de Sakhir de 2020.

Agora, como Aston Martin, a aposta é unir esse ‘DNA’ de azarão com o investimento que nunca foi possível anteriormente. O time é comandado por Lawrence Stroll, um bilionário canadense cuja especialidade é reconstruir a imagem – e o valor – de marcas famosas que enfrentam dificuldades. Ele tornou-se o sócio majoritário da montadora Aston Martin justamente para tentar algo parecido com o que conseguiu com a Tommy Hilfiger no passado, ao mesmo tempo em que comprou o time de F1, que estava em processo de administração.

Sob a administração de Stroll, que é um grande aliado de Toto Wolff, da Mercedes, a agora Aston Martin estreitou seus laços com os alemães, firmou novas parcerias técnicas e financeiras, e está construindo uma nova sede, que será finalizada em 2022. Não por acaso, o projeto atraiu Vettel.

“Isso é muito empolgante para todos na equipe”, disse o chefe Otmar Szafnauer. “Em Sebastian, temos um tetracampeão consagrado, com experiência em ajudar os demais a se tornarem vencedores e rivais na disputa por títulos. Por isso, assinar com ele foi tão importante para nós. Ele traz consigo uma mentalidade vencedora com a qual vamos aprender muito.”

Vettel será companheiro de Lance Stroll, filho de Lawrence, e que vem demonstrando evolução embora seja questionado desde sua estreia, pela Williams, em 2017. Ano passado, ele esteve no pódio em duas oportunidades e foi o pole position do GP da Turquia, mas fez 50 pontos a menos que o então companheiro Sergio Perez, que será piloto da Red Bull em 2021.

“Com Lance, temos um piloto que trabalha duro, é jovem e talentoso, e que teve seu melhor campeonato na F1 no ano passado tendo evoluído bastante em todas as áreas. Sabemos que, se lhe dermos as ferramentas certas, ele é mais do que capaz de ajudar a equipe a atingir suas metas. E também achamos que Sebastian vai ajudar a mostrar o melhor de Lance, forçando-o a dar o máximo.”

Aston Martin mira pódios em 2021

Mas o que a Aston Martin pode conseguir de cara? Em 2020, o time deu um salto importante de performance ao basear seu carro no modelo da Mercedes e, como o regulamento de 2021 só prevê mudanças no assoalho dos carros, as boas performances devem continuar. Mas o grande alvo do time é pelo menos diminuir a diferença para Red Bull e, principalmente, Mercedes, em 2022, quando haverá a oportunidade gerada por uma grande mudança nas regras.

“Com um novo nome, acionistas comprometidos, investimentos novos e uma equipe experiente, acreditamos que temos todos os ingredientes para lutar por mais pódios e, com sorte, vitórias também. No final de 2022, também teremos uma fantástica fábrica nova em Silverstone, dando à equipe o espaço e a infraestrutura para atingir nossas ambições. Temos um novo patrocinador master, a Cognizant, empresa com experiência para agregar valor em todas as áreas de nossas operações de TI e contribuir de forma valiosa para nosso desempenho. É o início de uma nova jornada e posso sentir uma energia extra na equipe”, concluiu Szafnauer.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/colunas/pole-position/2021/01/15/azarao-na-f1-aston-martin-aposta-em-mentalidade-vencedora-de-vettel.htm