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Até despejar Trump, redes sociais esqueceram regras para abrigar absurdos
Helton Simões Gomes
Jornalista com mais de 10 anos de experiencia na cobertura de ciência e tecnologia, com passagens por Folha, Band e TV Globo. Vencedor do prêmio CNI de Jornalismo de 2013.
redes sociais.
Após quatro anos de um morde e assopra sem fim, resolveram ser mais incisivas e obrigaram Trump a “pato manco”. As consequências, no entanto, vão perdurar durante muito tempo, como mostro abaixo.
Desde que assumiu a Casa Branca, Trump estabeleceu uma política de teste diário das instituições. As Big Tech não são os freios e contrapesos da democracia norte-americana, mas também entraram na dança por controlarem canais de comunicação direta com a população. Vimos isso quando:
- Trump se elegeu empregando uma manipular as intenções de votos dos eleitores. Uma vez na cadeira…
- … Ele quebrou regra atrás de regra, todas, diga-se, estipuladas pelas próprias redes sociais. Exemplo foi quando ameaçou ao vivaço o presidente do Irã pelo Twitter. Apesar de a rede social proibir essas condutas…
- … O post ficou lá, a título de registro histórico. Em outra situação, a rede até removeu a publicação em que o presidente conclamava que forças policiais atirassem em manifestantes do Black Lives Matters. No mesmo caso, o Facebook deu de ombros. Só que…
- … A essa altura, as mentiras do presidente já corriam soltas, mas só passaram a ser rotuladas como falsas quando trataram de eleições. Até mesmo…
- … Jair Bolsonaro teve posts não teve o mesmo tratamento. Antes e após a eleição…
- … As redes sociais passaram a restringir os posts de Trump alegando fraude por eles não terem qualquer base factual. Ainda assim…
- … Permitiram que ele continuasse lá, mesmo endossando supremacistas brancos barrados por elas. Foi por meio delas que ele convocou os protestos contra a validação de Joe Biden na presidência e insuflou a invasão ao Congresso dos EUA.
Ao longo do mandato, as redes sociais flexibilizaram suas regras quando o infrator era Trump. Era meio assim: “elas estão lá, valem para todo mundo, mas se for o presidente dos EUA a infringi-las, bem, aí pensamos melhor no que fazer”.
No caso do chegou a ser confrontado por funcionários insatisfeitos com a inação da rede social. Vira e mexe, ele justificava que os posts eram mantidos no ar para os próprios usuários decidirem se eram bons ou não. O raciocínio, porém, valia para comentários banais ou para incitação a violência.
As concessões ao discurso preconceituoso de Trump começaram em 2015, quando ele era apenas candidato, detectou o Washington Post. E não pararam mais.
Uma vez empossado, o em breve ex-presidente dos EUA esticou a corda o quanto pode. Fez isso usando o poder de sua caneta, ora ameaçando investigações, ora instituindo inquéritos de fato, ora reduzindo impostos para elas e outras gigantes.
Trump forneceu diversas gotas d’água para ser expurgado de vez dessas plataformas, mas só foi removido agora que está prestes a ser colocado para fora também da Casa Branca. Pacientes, elas até esperaram ele insuflar os manifestantes e a posterior invasão do Capitólio para tomar qualquer decisão. Poderiam ter checado o feed da turma, que alardeou durante tempos que faria o que fez.
As redes sociais entenderam que as revoluções deixaram de ser apenas televisionadas e passaram a ser tuitadas, instagramadas e até tiktokeadas. Por que não também os golpes? O problema a partir de agora é que Trump estabeleceu um precedente: tudo bem fechar os olhos para uma infraçãozinha ou outra desde que seja um mandatário poderoso e com uma grande base de fãs. Mas e se ele também estiver disposto a quebrar outras coisas, como o regime democrático de seu país? Mau sinal para os países que tiverem seus futuros definidos nos próximos anos.
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Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/colunas/helton-simoes-gomes/2021/01/10/ate-despejar-trump-redes-sociais-esqueceram-regras-para-abrigar-absurdos.htm