Apesar de apelo de parlamentares, Gilmar mantém votação sobre cultos no STF


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Carla Araújo

Jornalista formada em 2003 pela FIAM, com pós-graduação na Fundação Cásper Líbero e MBA em finanças, começou a carreira repórter de agronegócio e colaborou com revistas segmentadas. Na Agência Estado/Broadcast foi repórter de tempo real por dez anos em São Paulo e também em Brasília, desde 2015. Foi pelo grupo Estado que cobriu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No Valor Econômico, acompanhou como setorista do Palácio do Planalto o fim do governo Michel Temer e a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.

06/04/2021 21h58Atualizada em 06/04/2021 22h04

Mesmo depois de o presidente do grupo de parlamentares para adiar o julgamento sobre realização de cultos religiosos durante a pandemia, fontes do STF afirmam que não deve haver adiamento.

O ministro Gilmar Mendes, que é relator do caso, já afirmou a interlocutores que não estaria disposto a postergar a pauta.

Fux pediu que os deputados formalizassem o pedido ao ministro relator, mas, de acordo com interlocutores do presidente do STF, ele só o faria com aval de Gilmar. E a chance de isso acontecer é “zero”.

Com isso, o tema segue na pauta de amanhã para avaliação do plenário. A sessão promete novos embates entre Gilmar e o ministro Kassio Nunes Marques, que no sábado chegou a conceder autorização para a realização de missas e cultos.

A decisão de Nunes Marques foi publicada no sistema do Tribunal no dia seguinte à sequência de dois dias em que o Brasil registrou média diária de mais de 3 mil mortes por covid-19. Na ocasião, o ministro atendeu a um pedido da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos).

Dois dias depois,coronavírus.

Assim, com sua decisão, Nunes Marques teria se antecipado a Mendes, que já dava sinais de que não tomaria uma decisão antes do feriado apesar das manifestações enviadas pela Procuradoria-Geral da República e pela Advocacia Geral da União pedindo a liberação de cultos e missas presenciais.

Em julgamento no ano passado, os ministros deram autonomia a governadores e prefeitos para definirem medidas de isolamento social.

Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/carla-araujo/2021/04/06/apesar-de-apelo-de-parlamentares-gilmar-mantem-votacao-sobre-cultos-no-stf.htm