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A extraordinária venda em leilão por R$ 382 milhões de uma obra de arte que não existe na vida real
Beeple está agora entre os artistas vivos mais procurados, de acordo com a casa de leilões Christie’s.
Uma obra de arte que não existe no mundo físico: o primeiro leilão de uma obra de arte puramente digital foi realizado pela casa de leilões Christie’s nesta quinta-feira (11) e fechou com a venda por US$ 69 milhões (R$ 382 milhões) de uma obra do artista Mike Winkelmann, conhecido como Beeple.
A obra foi vendida como um NFT, a última moda em tecnologia que ganhou popularidade nas últimas semanas.
O NFT ou Non-fungible token (“token não fungível”, em tradução livre para o português) são identificadores únicos de propriedade de objetos não físicos, como no caso da arte digital.
Beeple cria uma nova peça de arte digital diariamente e vendeu os primeiros 5.000 dias (13 anos) de seu trabalho.
A venda coloca Beeple “entre os três artistas vivos mais procurados”, informou a Christie’s.
Trata-se da primeira obra de arte NFT vendida por uma “grande” casa de leilões e que estabeleceu um novo recorde em arte digital.
A Christie’s disse em seu site que o NFT era uma garantia da autenticidade da peça e que eles aceitaram criptomoedas como forma de pagamento.
A obra é uma colagem da coleção de milhares de imagens individuais que Beeple, um designer gráfico americano, começou a fazer diariamente desde o início de 2007.
Muitas das peças individuais são surreais ou assustadoras, e o artista usa uma variedade de programas artísticos e técnicas digitais.
O leilão chamou a atenção nos dias que antecederam a venda, com apostas ultrapassando US$ 10 milhões no início da semana.
Mas no último dia do leilão, o exorbitante preço final de US$ 69.346.250 foi alcançado.
A Christie’s disse à agência de notícias AFP que um número recorde de 22 milhões de pessoas assistiram aos momentos finais do leilão durante uma transmissão ao vivo pela internet.
Beeple respondeu à venda tuitando uma série de palavrões.
O trabalho “será entregue diretamente pelo Beeple ao comprador, acompanhado por um NFT exclusivo e criptografado”, disse a Christie’s.
Os críticos dos tokens digitais alertam para o impacto ambiental que eles geram, pois são armazenados em um blockchain (cadeia de blocos), um processo semelhante ao de criptomoedas como bitcoin e ethereum.
Outros sugeriram que sua popularidade atual é uma bolha de investimento.
Mas tokens exclusivos permitem que valor seja atribuído à arte digital e podem ser vendidos e negociados de forma semelhante à arte física como forma de investimento.
“A arte digital tem uma história que remonta à década de 1960. Mas a facilidade de duplicação tornou quase impossível atribuir procedência e valor ao meio”, explica a Christie’s em seu site.
Os NFTs ganharam força nas últimas semanas. A cantora Grimes vendeu uma coleção de sua arte digital por mais de US$ 6 milhões no início deste mês, enquanto o fundador do Twitter colocou seu primeiro tuíte à venda, com um preço inicial de US$ 2,5 milhões.
Em um dos casos mais polêmicos, um grupo de pessoas queimou uma obra original de Bansky antes de colocá-la à venda como digital por US$ 380 mil.
Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/bbc/2021/03/12/a-extraordinaria-venda-em-leilao-por-r-382-milhoes-de-uma-obra-de-arte-que-nao-existe-na-vida-real.htm